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Banda Mantiqueira

Músicos apresentam as composições do disco Com Alma

Publicado em 15/03/2017

Atualizado às 10:46 de 03/08/2018

Com Alma. A expressão, título do sétimo e mais recente disco da Banda Mantiqueira, é também a forma como Nailor Proveta – clarinetista, saxofonista, arranjador e um dos fundadores do grupo, ao lado do trompetista e amigo Walmir Gil – fala do trabalho desenvolvido pela big band em duas décadas e meia de trajetória artística, assim como da parceria musical e da amizade entre os seus integrantes.

Lançado em janeiro de 2017, após um intervalo de 12 anos desde Terra Amantiquira (2005), o disco celebra os 25 anos de carreira do grupo e contou com a participação especial dos músicos Cacá Malaquias, Romero Lubambo e Wynton Marsalis durante as gravações. Com Alma presta ainda uma homenagem a Vinícius Dorin (1962-2016), que atuou na Banda Mantiqueira por 13 anos como titular no naipe de saxofones.

No palco do Auditório Ibirapuera, os 14 músicos* que compõem o grupo mostram o repertório do novo trabalho – formado por composições de nomes como Pixinguinha e Benedito Lacerda, Moacir Santos e Dizzy Gillespie –, além das músicas “Linha de Passe” (João Bosco) e “Santos-Jundiaí” (Edson José Alves). Os arranjos são de Nailor Proveta e Edson José Alves.

“A Banda Mantiqueira tem 25 anos, mas a nossa amizade tem mais de 40”, conta Proveta. “A minha proposta com esse disco foi contar a história do grupo e de seus músicos de forma pessoal, além de mostrar o tempo cronológico desses arranjos. Também quis convidar pessoas que fizeram parte da nossa vida de verdade, como o Cacá Malaquias, o Romero Lubambo e o Wynton Marsalis”, explica. “Acho que conseguimos realizar um encontro com muita qualidade.”

Rememorando histórias da década de 1980, quando teve a ideia de formar a banda, o clarinetista conta que, naquela ocasião, todos os músicos do grupo moravam juntos em um apartamento no Bixiga, tradicional bairro no centro da cidade de São Paulo que reunia – além da comunidade italiana – artistas, intelectuais e diversas culturas que conviviam pacificamente no mesmo espaço.

“Nossa casa era chamada de República da Mantiqueira”, conta ele. “Foi o local onde nos preparamos para formar a banda. Nós éramos 'Bixiga na veia' mesmo, com as influências do samba, do baião, do frevo, dos nordestinos, dos negros, dos italianos que estavam naquele lugar. Era um negócio efervescente. Vivíamos e tocávamos aquilo”, acrescenta. “Quando o Edson José Alves chegou, ele trouxe a bossa nova, os clássicos, um refinamento maior para o grupo.”

A Banda Mantiqueira, pioneira em uma época na qual não se viam mais tantas big bands no país, abriu caminho para uma nova geração de instrumentistas e foi inovadora, na ocasião de seu surgimento, ao aproximar estudantes e músicos já consagrados por meio de aulas de instrumento, algo impensável nos tempos em que os seus integrantes estudavam sozinhos, no apartamento do Bixiga, e se apresentavam em diversos espaços e em diferentes formações (como as bandas Savana, Aquarius e Sambop Brass) para adquirir o aperfeiçoamento e a prática necessários.

“Foram quase dez anos 'treinando' em diversos estabelecimentos e casas de show até chegar à Mantiqueira”, diz Proveta. “Quando a banda explodiu, propondo música brasileira, começaram a nos chamar para dar aula em vários lugares. E aquilo que não tivemos – o acesso aos artistas que admirávamos, como Moacir Santos, Tom Jobim e Severino Araújo, além de jazzistas internacionais – e só conhecemos depois do reconhecimento do grupo, nós quisemos proporcionar às pessoas.”

O alto nível musical do grupo e a qualidade do trabalho individual de cada um de seus integrantes levaram a Banda Mantiqueira a se apresentar, ao longo desses 25 anos, ao lado de grandes nomes da música nacional e internacional e em diversos países. “Nós viajamos muito e tocamos, juntos e separados, com pessoas extraordinárias”, conta Proveta. “O sucesso da banda é o de cada um de seus músicos. É ter conseguido gravar mais um disco de forma digna e orgânica, tocando as pessoas e sempre trabalhando com humanidade, com verdade, com essência, com alma.”
 
*Banda Mantiqueira
Cássio Ferreira (sax tenor, sax soprano e flauta)
Celso de Almeida (bateria)
Cleber Almeida (percussão)
Edson José Alves (arranjos, contrabaixo elétrico e violão)
François de Lima (trompete de válvulas)
Fred Prince (percussão)
Jarbas Barbosa (guitarra elétrica)
Josué dos Santos (sax tenor e flauta)
Nabor Gomes (trompete e flugelhorn)
Nailor Proveta (sax alto, clarinete, direção musical e arranjos)
Odésio Jericó (trompete e flugelhorn)
Ubaldo Versolato (sax barítono, flauta e piccolo)
Valdir Ferreira (trombone de vara)
Walmir Gil (trompete e flugelhorn)

Banda Mantiqueira
sábado 1 de abril de 2017
às 21h
[duração aproximada: 80 minutos]

ingressos: R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada)

[livre para todos os públicos]

Os ingressos podem ser adquiridos pelo site Ingresso Rápido, em seus pontos de venda e pelo telefone 11 4003 1212. Também estão à venda na bilheteria do Auditório Ibirapuera, nos seguintes horários:
sexta e sábado das 13h às 22h
domingo das 13h às 20h

 

 

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