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3 Mil Tons

Espetáculo fala sobre negras utopias ou planos de voo

Publicado em 07/07/2016

Atualizado às 10:28 de 03/08/2018

O que um geógrafo, um ator e um cantor chamados Milton têm em comum? Para um olhar menos atento, apenas o nome. Mais que isso, Milton Santos, Milton Gonçalves e Milton Nascimento são três figuras masculinas negras que participaram ativamente da inserção do Brasil no mundo contemporâneo. No dia 23 de julho, o músico Salloma Salomão e alguns dos principais coletivos de artes de São Paulo sobem ao palco do Auditório Ibirapuera para uma homenagem a esses três personagens da história brasileira.

A obra de cada um dos Miltons foi revisitada a fim de fundir todos os trabalhos em um espetáculo poético musical de ação. Milton Gonçalves – ator, diretor e um dos responsáveis pela inauguração de uma estética do teatro negro – teve falas esmiuçadas para a construção das histórias. Na inserção do geógrafo e cientista social Milton Santos, foram levadas em consideração as análises feitas a partir do processo de urbanização da sociedade brasileira e dos impactos que ela teve na produção artística. Canções de Milton Nascimento e de Salloma Salomão costuram as narrativas delicadamente, unindo e tornando poéticos textos que originalmente não o são.

O espetáculo é dividido em quatro segmentos, ou narrativas interdependentes. O primeiro aborda um encontro fictício entre os três Miltons – aqui representados por um misto arquetípico da cultura popular negra, Três Reis Magos e/ou Tríade de Reis do Congo. Também matrizes imagéticas africanas aparecem na forma de iconografias e símbolos gráficos em projeções digitais, trazendo assim outra noção de diversidade, em contraposição à história única construída sobre a cultura brasileira. A segunda parte possui a intensidade das histórias marítimas vividas pelos povos da diáspora, compostas de memórias fragmentadas de perdas e desterramento, dores e naufrágios.

A terceira narrativa fala sobre as “mulheres-sombra”, chamadas assim por serem negligenciadas nas biografias dos artistas. “Para a sociedade brasileira, as mulheres são desimportantes de forma geral – no sentido da vida social, da produção econômica, no contexto de governo. Há toda uma retórica sobre a importância da mulher, e ao mesmo tempo existem os mecanismos para mantê-la subalterna e invisível”, explica Salloma. A última parte traz o desejo de voo e autonomia. No encerramento, é fortalecida a mensagem geral do espetáculo – as utopias negras, englobando um dos sonhos mais básicos dos descendentes de africanos: a existência e a liberdade plenas.

Idealizado por Salloma Salomão, 3 Mil Tons conta com a colaboração do coletivo de artes Aruanda Mundi – que agrega a banda Al Andalus, a Companhia Capulanas de Arte Negra e dois grupos musicais, Clarianas e Deodara –, além de membros do Coletivo Negro, do Nucleozonaautônoma e do Ouro e Chá.

Confira o teaser do espetáculo.

3 Mil Tons
sábado 23 de julho de 2016
às 21h
duração: 70 min (aproximadamente)

ingressos: R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada)

[livre para todos os públicos]

Os ingressos podem ser adquiridos pelo site Ingresso Rápido, pelo telefone 11 4003 12 12 ou na bilheteria do Auditório:
Horários de funcionamento
sexta e sábado das 13h às 22h
domingo das 13h às 20h

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