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A arte libertadora de Lygia Clark em retrospectiva

Do dia 1 de setembro a 11 de novembro, o Itaú Cultural apresenta a exposição "Lygia Clark: uma retrospectiva", com três andares...

Publicado em 30/01/2013

Atualizado às 10:58 de 04/09/2017

A exposição Lygia Clark: uma retrospectiva abre ao público no Itaú Cultural a partir das 16h do primeiro dia de setembro, um sábado, e permanece em cartaz até 11 de novembro. O universo da artista (1920-1988) se espalha pelos três andares do espaço expositivo do instituto e, ainda, no térreo - onde costumam acontecer as exposições da série Ocupação. Com curadoria de Felipe Scovino e Paulo Sergio Duarte e projeto arquitetônico de Pedro Mendes da Rocha, o Itaú Cultural, em parceria com a Associação Cultural O Mundo de Lygia Clark e com acompanhamento de Alessandra Clark, neta da artista, apresenta a arte que ela criava a serviço da libertação do ser humano, representada por 145 de suas obras e quatro filmes de autores diversos.

Entre os trabalhos há proposições - que o público pode vivenciar em calendário programado pelo Núcleo Educativo -, instalações inéditas, os conhecidos Bichos - originais e em réplicas -, esculturas, pinturas e objetos sensoriais. Alguns de seus projetos nunca realizados, como O Homem No Centro dos Acontecimentos, Cinto Diálogo e Campo de Minas, são encontrados, fisicamente, no espaço expositivo. Outros, como Arquitetura Fantástica (um dos Bichos em versão gigante), Casa do Poeta e Construa Você Mesmo, estão reproduzidos no Museu Virtual especialmente criado pelo Núcleo Inovação do instituto para a exposição. Eles são vistos e passíveis de manipulação pelo observador.

Esse museu ambientado como um passeio no Parque Ibirapuera, traz, também, Bichos e obras estruturadas e esculturais de Lygia. O instituto executou, ainda, um aplicativo gratuito para iPad baseado na peça Livro-Obra. O programa tem por objetivo traduzir, utilizando a interface de toque do tablet, a experiência interativa dessa obra de Lygia Clark. Todo esse material permite ao público de todo o Brasil acompanhar a mostra.

Em paralelo, é realizado um seminário sobre o universo artístico de Lygia Clark, nos dias 5 e 6. E de 11 a 16, o instituto exibe o ciclo de filmes O Artista, sobre o universo de diversos artistas visuais. No dia 15, Jards Macalé, grande amigo de Lygia, faz show no Auditório Ibirapuera, cuja programação é planejada pelo Itaú Cultural, administrador da casa desde o ano passado em parceria com a Secretaria Municipal da Cultural.

"Esta mostra e todos os seus desdobramentos reforçam a vocação do Itaú Cultural de aproximar o público cada vez mais dos ícones da arte e da cultura brasileira", diz Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural. "Além de buscar o que há de novo nesse setor no país, nosso esforço se volta para a perenidade e difusão do nosso patrimônio cultural."

O espaço expositivo
É importante começar o percurso da mostra pelo 1º andar. De cara, o visitante se depara com uma das obras mais inquietantes da artista, A Casa É o Corpo. Trata-se de uma instalação de oito metros que permite a passagem das pessoas por seu interior, para que elas tenham a sensação de penetração, ovulação, germinação e do primeiro contato com o mundo.

Depois de passar por essa obra, ainda no 1º andar, o público encontra trabalhos realizados pela artista entre o final dos anos de 1940 e meados de 1950. São esculturas, com destaque para os Bichos, também em réplicas para serem manuseadas cercando os originais; pinturas, como Escada, uma de suas primeiras obras, e telas da série Composição.

No térreo, está Campo de Minas, um de seus projetos, exibido apenas em uma ocasião no Rio de Janeiro e agora apresentado pela primeira vez em São Paulo. É um tablado de 4mx4m com algumas partes dele imantadas. O visitante recebe um par de sapatos magnetizados e percorre aquele solo começando a experiência de ficar grudado, ou não, no chão. No mesmo espaço se encontra Cinto Diálogo em que cada pessoa recebe um cinturão com ímãs e entra com seu par em um jogo de atrai e repele. Em volta dessas obras, uma linha do tempo indica não somente elementos da vida e obra de Lygia, como também a situa no contexto histórico e político brasileiro e mundial.

Descendo para o piso -1, os curadores desconstroem a linha cronológica da mostra e focam o visitante no diálogo da artista com a arquitetura. Ali estão as Trepantes, esculturas realizadas por ela em 1963, as estruturas de Caixas de Fósforos, de 1964. Também as maquetes físicas Construa Você Mesmo e Casa do Poeta, nunca antes concretizadas.

Finalmente, no piso -2 são apresentados os trabalhos que Lygia denominou como objetos sensoriais, como Máscaras Sensoriais. Entre os projetos inéditos, duas obras, ambas produzidas pelo Itaú Cultural a partir de anotações deixadas pela artista: O Homem no Centro dos Acontecimentos é uma instalação onde projeções acontecem simultaneamente nos quatros lados de uma pequena sala. Elas exibem o registro de uma pessoa que saiu pelas ruas com um capacete fixado com quatro câmeras ao seu redor, registrando assim 360 graus de imagens.

A outra é Filme Sensorial em que só existe som e luz, apesar do nome e de seguir um roteiro. O visitante entra em um quadrado para viver sonoramente um dia na vida de um sujeito - desde que o galo canta, passando pelo banho de chuveiro, e o banheiro, saindo à rua, e acompanhando o percurso de trem em direção ao centro da cidade.

As proposições
Em trabalho orientado pelo educativo do instituto, o público pode vivenciar proposições concebidas por Lygia como Corpo Coletivo (1970), no dia 2 (domingo), às 17h. Nele, os participantes vestem macacões que, costurados uns aos outros, limitam e impedem gestos e movimentos simples, como andar, abaixar ou sentar. Nos dias 8 e 9 (sábado e domingo), sempre às 17h, é a vez de Cesariana (1967) em que o participante do sexo masculino veste um macacão com abertura na parte frontal, onde foi costurada uma bolsa de borracha fechada com zíper e flocos de espuma no seu interior, que devem ser retirados.

Também às 17h, mas nos dias 15 e 16, outro fim de semana, a proposição de Lygia chama-se Casal (1969). Nela, uma cabine feita com arame e plástico transparente é ligada a um homem que também usa máscara sensorial. Uma mulher abriga-se no interior da cabine e veste uma segunda máscara sensorial. Ao caminhar, o participante masculino movimenta toda essa estrutura. Nos dias 22 e 23, o visitante pode vivenciar O Eu e o Tu (1967), em que um homem e uma mulher de olhos vendados vestem macacões com capuz e seis aberturas fechadas com zíperes contendo materiais que lembram características do corpo feminino e masculino. As roupas são ligadas por uma espécie de cordão umbilical.

No último fim de semana de setembro, dias 29 e 30, a proposição é Rede de Elásticos. Um grupo de participantes constrói uma grande rede em conjunto, unindo centenas de elásticos de maneira particular. Em seguida, todos se entrelaçam a ela movimentando-se pelo espaço e formando uma espécie de corpo coletivo. "O ato de costurar a rede se faz tão importante como usa-la depois de pronta", dizia Lygia. A programação prosseguirá em outubro e novembro.

Ciclo de filmes
Com curadoria da pesquisadora de cinema Daniela Capelatto, de 11 a 16 (terça-feira a domingo), a Sala Itaú Cultural apresenta o ciclo de filmes O Artista, entre ficção, documentário, ensaio experimental sobre artistas brasileiros e internacionais. O objetivo é promover a imersão do público no universo de artistas visuais e de cineastas com pontos de vista diversos ? do seu cotidiano ao processo de criação.

São eles: Aragon, O Livro de Matisse, de Richard Dindo; Paul Gauguin e Van Gogh, de Alain Resnais; Van Gogh, A Revanche Ambígua, de Abraham Segal; Goya em Bourdeax, de Carlos Saura; Ronda Noturna, de Peter Greenway e Sobras em Obras, de Michael Favre; A Hipótese da Pintura Roubada, de Raoul Ruiz; e Utamaro e Suas Cinco Mulheres de Kenji Mizoguchi, entre os internacionais. Do Brasil, Ouvir o Rio: Uma Escultura Sonora de Cildo Meirelles, de Marcela Lordy, Assim É Se Lhe Parece, de Carla Gallo, e Enigma de um Dia, de Joel Pizzini.

Seminário
Nos dias 5 e 6, sempre às 19h30, o Itaú Cultural realiza em programação paralela o seminário Lygia Clark - uma Retrospectiva. Trata-se de um encontro reflexivo envolvendo pesquisadores das artes visuais que conviveram com a artista e/ou possuem um estudo significativo sobre a sua obra, em debate aberto ao público.

O evento está dividido em duas mesas nas quais serão apresentadas novas pesquisas sobre as distintas fases de trabalho de Lygia Clark, revelando temas como a sua aproximação com o cinema, exercícios de análise que estabelecem fronteiras e cruzamentos entre a prática da escrita na artista e suas ligações com sua obra e vida assim como o debate sobre as suas experiências borderline envolvendo psicanálise e artes visuais.

Participam do debate os curadores da mostra Felipe Scovino e Paulo Sergio Duarte, Sérgio Bruno Martins, doutor em história da arte pela University College London (UCL), e o crítico de arte Tiago Mesquita, no primeiro dia sob o tema Muito Além do Lúdico. No dia 6, com a mesa O Lugar da Invenção, debatem Ricardo Basbaum, professor adjunto do Instituto de Artes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Ronaldo Brito, é professor no curso de especialização em História da Arte e Arquitetura no Brasil e do programa de pós-graduação em História Social da Cultura na PUC do Rio de Janeiro, e Sônia Salzstein, coordenadora do Centro de Pesquisa em Arte Brasileira do Departamento de Artes Plásticas da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo.

SERVIÇO
Lygia Clark: uma retrospectiva
Abertura: 1º de setembro de 2012 (sábado), 12h, coquetel para convidados
De 1 de setembro, a partir das 16h, a 11 de novembro
De terça-feira a sexta-feira, das 9h às 20h
Sábs. doms. e feriados, das 11h às 20h
Entrada franca
Classificação indicativa: livre

Estacionamento com manobrista: R$ 10 uma hora; R$ 5 a segunda hora; e mais R$ 4 p/ hora adicional
Estacionamento gratuito para bicicletas
Acesso para deficientes físicos
Ar condicionado

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