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Camila Garófalo

A cantora apresenta vídeo de seu novo single, "Camarim", recheado de participações especiais

Publicado em 22/09/2016

Atualizado às 10:31 de 03/08/2018

“Muita gente ainda não acredita que uma mulher seja capaz de plugar uma guitarra, compor uma música de protesto, carregar uma caixa de som e ainda ter disposição para vender shows pelo telefone durante a semana”, conta a compositora, cantora e guitarrista Camila Garófalo, que se apresenta no Itaú Cultural no dia 6 de outubro, às 20h.

Com voz grave e performance intensa, Camila interpreta canções de seu primeiro álbum, Sombras e Sobras, lançado em 2014, além de composições novas. O destaque fica por conta do lançamento do clipe de seu último single, “Camarim”. A música é um ensaio poético sobre a rotina da mulher nos bastidores da música independente e suas multifunções como cantora, compositora, instrumentista, produtora e assessora. “Eu conheço muitas delas. Somos parceiras de palco, parceiras de vida. Sentimos e enfrentamos os desafios por ser mulher no universo machista da música”, conta Camila.

Dirigido pelos irmãos Helena e Caio Guerra, o clipe parte de um romance entre duas cantoras para refletir sobre o machismo na indústria musical. “A mulher ainda é vista como diva, que sabe cantar e dançar, como se sua única função fosse sensualizar. Mas, oras, ela pode fazer o que quiser – inclusive sensualizar”, explica a cantora. “Quando fecho um show no interior, sou eu quem também dirige o carro até lá porque pagar uma van, muitas vezes, não cabe no orçamento. Sou eu quem imprime o setlist e lida com procedimentos burocráticos, como a liberação das músicas para o show, além de fazer a assessoria de imprensa e a produção de campo. É claro que cada artista tem uma logística diferente para sua autogestão, mas, provavelmente, todas [as mulheres] já foram subestimadas em alguma de suas multifunções, em algum momento da carreira”.

Segundo Camila, para combater esse cenário é fundamental que as mulheres se aproximem e “façam músicas e bandas de projetos e protestos juntas”. Ela ilustra essa relação de amizade e parceria ao convidar diversas colegas para participações especiais. A música “Camarim” conta com os solos de guitarra de Mônica Agena, da banda Moxine. No show, participam as artistas Lara, de Os Ultraleves, Luiza Lian, Nina Oliveira e Laya, que também contracenam com Camila no clipe do single, junto da cantora Tika. “São mulheres que se tornaram minhas amigas e confidentes a partir das experiências vividas na noite e no dia a dia da vida de uma artista independente.”

“Camarim”, música que Camila define como uma “história de amor entre todas as mulheres”, revela um pouco da força e da atitude que a cantora quer imprimir em um trabalho futuro. Além disso, é promessa que haverá debate. Feminista, a compositora tem participado de vários eventos que defendem a causa, entre eles o Festival Sonora – Ciclo Internacional de Compositoras em São Paulo e a Virada Feminista. “Percebi que participar de projetos que me permitiam conhecer outras mulheres fortes fortaleceria meu discurso e vice e versa”, diz. Nas novas canções, ela utiliza letras para defender o feminismo e outras questões. “As palavras têm poder e são nossos principais argumentos diante de uma sociedade patriarcal estagnada. Estou em constante desconstrução e jamais estarei pronta. É preciso se reinventar todos os dias, atualizar os discursos, quebrar preconceitos. Procuro me aproximar de causas que posso falar com propriedade. Homofobia mata. Machismo também. Então, vou continuar usando a minha música para lutar contra isso.”

Camila Garófalo
quinta 6 de outubro de 2016
às 20h
[duração aproximada: 80 minutos]
Sala Itaú Cultural (piso térreo) – 254 lugares

Entrada gratuita

[distribuição de ingressos:
público preferencial: duas horas antes do espetáculo
público não preferencial: uma hora antes do espetáculo]

[livre para todos os públicos]

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