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Coleção IC de Arte e Tecnologia no Recife

Obras exploram a interação entre elas e visitante, de forma poética

Publicado em 28/11/2013

Atualizado às 20:49 de 02/08/2018

Até 19 de janeiro de 2014, a mostra itinerante da Coleção Itaú Cultural de Arte e Tecnologia permanece no Recife (PE), no Museu do Estado de Pernambuco. Com seis trabalhos considerados “clássicos” nessa área criativa, a exposição explora a interação tanto com os visitantes quanto entre elementos das próprias obras, de uma forma poética.

Veja abaixo o descritivo das obras. Na aba Fotos, confira a galeria com imagens da mostra.

Coleção Itaú Cultural de Arte e Tecnologia no Recife
até 19 de janeiro de 2014

terça a sexta das 9 às 17h
sábados e domingos das 14 às 17h

Relação de obras e minibios

Raquel Kogan
Reflexão #3
software customizado, trilha e teclado interativo

Instalação na qual a imagem de várias sequências de números é projetada na parede de uma sala escura. O desenho é refletido sobre um espelho d’água rente ao chão. A obra é interativa e as pessoas podem acionar o teclado para regular a rapidez dos movimentos da projeção. Cria-se, assim, um movimento contínuo, mas nunca repetido, como se os números subissem de um espelho a outro sucessivamente.

Raquel Kogan é artista multimídia, gravadora e pintora. Vive e trabalha em São Paulo. Em seu trabalho os números são uma constante: nas pinturas e nas gravuras definem o espaço e a profundidade; nos objetos, nas instalações e nas intervenções são utilizados como meio de interação. Em 2003, iniciou a série Reflexão, que, inicialmente, consiste num ambiente interativo no qual sequências de números em movimento são projetadas em toda a extensão de uma parede e refletidas num espelho d’água.

Rejane Cantoni e Daniela Kutschat
OP_ERA: Sonic Dimensions
instalação imersiva e interativa desenhada como instrumento musical
programação Victor Gomes / apoio ATOS Automoção Industrial – CLP (hardware)

Instalação desenhada como um instrumento musical virtual com a forma de um cubo preto e aberto, preenchido por centenas de linhas luminosas que podem ser tangidas pelo observador. Afinadas com a tensão adequada, essas cordas vibram com uma frequência (de luz e de som) que varia de acordo com sua posição relativa e com o modo de interação do participante.

Rejane Cantoni é doutora e mestra em comunicação e semiótica pela PUC/SP e mestra em estudos superiores dos sistemas de informação, com opção por visualização e comunicação infográficas pela Universidade de Genebra, na Suíça; também possui pós-doutorado pela USP.

Daniela Kutschat é pesquisadora dos meios eletrônicos e de tecnologias de comunicação no contexto da arte desde 1986. Artista plástica e doutora em artes pela USP (2002), tem desenvolvido plataformas multimodais que integram corpo, luz, som e imagem em instalações, ambientes imersivos e sistemas interativos.

Christa Sommerer e Laurent Mignonneau
Life Writer, 2005
máquina de escrever e software

Quando os participantes datilografam um texto nas teclas de uma antiga máquina de escrever, as letras surgem como caracteres projetados no papel. Quando o cilindro da máquina retorna, as letras transformam-se em criaturas artificiais que parecem flutuar. As criaturas – baseadas em um algoritmo genético que determina seus comportamentos e seus movimentos – precisam se alimentar de novas letras datilografadas para reproduzir novos seres. Ao conectar o ato de datilografar ao da criação da vida, o espectador, no papel de “escritor de vidas”, participa da geração de um mundo situado no limiar do analógico e do digital.

Christa Sommerer é uma bióloga belga que desenvolve, em parceria com o artista francês Laurent Mignonneau, instalações que produzem seres inexistentes na natureza. Atuou como professora associada do Instituto de Artes e Ciências Mediáticas Avançadas (Iamas), em Gifu, no Japão. Atualmente, Christa e Mignonneau são catedráticos da Universidade de Artes e Design, em Linz, na Áustria, onde também dirigem o Departamento de Cultura da

Interface no Instituto de Mídias.

Camille Utterback e Romy Achituv
Text Rain, 2007
instalação interativa e software customizado
poema Talk, You, de Evan Zimroth / tradução Marcus Bastos

A projeção do corpo dos participantes é combinada com a animação de uma chuva de letras coloridas que respondem aos movimentos corporais. Se o participante acumular letras suficientes ao longo de seus braços estendidos, ou da silhueta de qualquer outro objeto, pode formar uma palavra inteira ou até mesmo uma frase. As letras em queda não são aleatórias e dão forma aos versos de um poema sobre o corpo e a linguagem.

Camille Utterback é norte-americana e uma das pioneiras no campo das instalações interativas. Já realizou exposições no The New York Museum of Contemporary Art, no The American Museum of the Moving Image, no NTT InterCommunication Center, em Tóquio, na Ars Electronica, na Áustria, entre outros.

Romy Achituv é um artista israelense que iniciou sua carreira artística como escultor, mas passou a explorar novas possibilidades artísticas oferecidas pelas novas mídias.

Edmond Couchot e Michel Bret
Les Pissenlits
software

A força e a duração do sopro do espectador determinam os movimentos das sementes de um dente-de-leão, que realizam trajetórias complexas e diferentes. As imagens resultam da interação entre o sopro humano e um objeto virtual, no caso, uma flor. O conceito da “segunda interatividade” realiza-se nesta obra clássica, que até hoje influencia artistas do mundo inteiro.

Edmond Couchot é professor emérito da Universidade Paris VIII, onde criou a cadeira de artes e tecnologias da imagem entre 1982 e 2000. Com Michel Bret aplica em seus trabalhos artísticos o conceito de ”segunda interatividade”, que faz referência à cibernética de segunda ordem, aos sistemas adaptativos e ao automatismo.

Michel Bret nasceu em 1941 e passou a primeira parte de sua vida entre o Marrocos, a Venezuela e o Vietnã. É autor de vários filmes de animação, de instalações interativas e do Anyflo, software de animação 3D. As suas pesquisas englobam as disciplinas da inteligência e da vida artificial (conexionismo e evolucionismo) e as técnicas para aplicá-las na dança, no teatro e nas artes circenses.

LAb[au]
Pixflow 2
console com quatro computadores, quatro displays e peças de reposição

Escultura na forma de console composta de quatro displays dispostos verticalmente. Um programa simula um campo vetorial no qual partículas fluem conforme a evolução de sua densidade. A interação mútua que se desenrola no campo provoca a emergência de comportamentos totalmente imprevisíveis das partículas.

LAb[au] é um coletivo belga fundado em 1995 por Manuel Abendroth, Jérôme Decock e Els Vermang. As áreas de interesse do grupo extrapolam a arquitetura e o urbanismo (presentes na sigla) e englobam software art e VJeing. Além disso, promovem simpósios e workshops com nomes de peso como Stanza, Lev Manovich e Marcos Novak.

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