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Documentário Olhando pras Estrelas

Documentário acompanha a trajetória de duas bailarinas cegas

Publicado em 13/06/2017

Atualizado às 10:53 de 03/08/2018

ATENÇÃO: A data da exibição do documentário Olhando pras Estrelas foi adiada para o dia 7 de julho de 2017, às 21h, no Auditório Ibirapuera com entrada gratuita.

Na noite de 7 de julho de 2017, será exibido no Auditório Ibirapuera o documentário Olhando pras Estrelas, sobre o trabalho realizado pela Associação Fernanda Bianchini, a única escola de balé para cegos do mundo. A exibição do filme conta com audiodescrição pelo aplicativo MovieReading*.

Veja também:
>> Associação Fernanda Bianchini no Auditório Ibirapuera

Dirigido por Alexandre Peralta, o documentário nasceu por acaso. “Uma amiga me contou sobre a associação e descobri que morava a duas quadras de lá e nem sabia. Quando vi o trabalho deles de perto, pensei: caramba, preciso fazer algo sobre isso”, conta o diretor. Hoje com 336 alunos, a escola foi criada há 22 anos, quando Fernanda Bianchini, na época ainda adolescente, começou a dar aulas de balé para crianças cegas. “Eu estava muito insegura, mas então meus pais me disseram as palavras mais importantes da minha vida: ‘Nunca fale não para um desafio, pois são sempre destes desafios que partem os maiores ensinamentos que temos nas nossas vidas’”, ela explica. Atualmente o projeto conta com mais de 20 professores que ensinam não apenas balé, mas também outras modalidades de dança, teatro e coral para alunos com diversas deficiências, além da visual.

A princípio, em 2013 – quando começaram as gravações –, a ideia de Peralta era realizar um curta sobre a primeira apresentação da associação no Auditório Ibirapuera, em junho daquele ano. Aos poucos, porém, perceberam que a história da escola – representada no filme por Geyza Pereira e Thalia Macedo, bailarinas da associação – tinha uma proporção muito maior, e o curta acabou virando documentário.

Geyza, a primeira bailarina da escola, é também professora da associação. “Eu entrei no balé quando ainda enxergava. Era meu sonho. Aos 9 anos, eu perdi a visão e achava que esse sonho nunca iria se realizar. Eu pensava: como uma menina cega faria os movimentos tão lindos que eu via na televisão?”, conta. Foi então que se tornou a primeira aluna de Fernanda e dança balé há 22 anos. Thalia, por sua vez, é uma das alunas de Geyza. No início das filmagens tinha 13 anos e, apesar de tímida, era sempre muito alegre. “A vida de Geyza é o balé, ela vive o balé, vive a associação”, conta Fernanda. Já em relação a Thalia, ela conta que o filme “trouxe a vida de fora, a adolescência, a escola, o preconceito que ela enfrenta, os outros sonhos”.

Peralta e sua equipe acompanharam as bailarinas por cerca de três anos. “Foi um processo devagar, para conhecer a história delas e para que elas se sentissem à vontade”, conta. O processo de gravação, segundo ele, foi também um processo de aprendizagem. “Nós queríamos estar o mais próximo possível delas, sempre respeitando os limites. Assim, não fazia sentido filmarmos com a câmera superaberta. Também nos questionamos sobre utilizar cenas escuras, desfocadas, mas vimos que a história que contávamos era maior do que qualquer detalhe. Não precisávamos inventar demais”, explica o diretor.

Fernanda Bianchini destaca a importância do filme em dar visibilidade a seus alunos. “A gente nunca vê o deficiente em destaque na sociedade. Aqui, os grandes artistas são eles”, diz. Para Geyza, por outro lado, o documentário é uma oportunidade de elas próprias contarem suas histórias, de revelar suas alegrias e dificuldades. Mais do que tudo, é uma oportunidade de mostrar seu trabalho: “Não queremos mostrar apenas uma história bonita. O que queremos mesmo é que as pessoas vejam nosso trabalho com muita qualidade, acreditando no nosso potencial”.

Exibição
sexta 7 de julho de 2017
às 21h
Auditório Ibirapuera
[duração aproximada: 90 minutos]

Entrada gratuita

[distribuição de ingressos a partir das 19h30 na bilheteria do próprio Auditório]

[livre para todos os públicos]

*A exibição conta com audiodescrição por meio do aplicativo gratuito MovieReading, disponível para smartphones e tablets. Para ter acesso a ele, é necessário fazer o download do aplicativo no dispositivo móvel e baixar também os arquivos referentes ao filme. No início da sessão, o aparelho deve ser sincronizado com o documentário. Pedimos que não esqueçam os fones de ouvido. O filme conta com legendas em português. Mais informações no site moviereadingbrasil.com.br.

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