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Fórum de Fotografia de São Paulo: uma referência na América Latina

Edição de 2019 está marcada para 12 de junho, no Itaú Cultural, em São Paulo

Publicado em 01/04/2019

Atualizado às 15:51 de 17/08/2022

por Cassiano Viana*

Realizado a cada três anos, desde 2007, o Fórum Latino-Americano de Fotografia de São Paulo é um encontro consolidado na agenda da fotografia e, em particular, na América Latina.

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“O Fórum carrega um sentimento latino-americano, como foram os colóquios de fotografia realizados a partir do final de 1970 no México, na Venezuela e em Cuba – reuniões dedicadas à construção da identidade da região a partir da imagem fotográfica”, afirma Iatã Cannabrava, coordenador-geral do evento, junto com o curador e fotógrafo catalão Claudi Carreras e com o Itaú Cultural.

“Há 15 anos, quando começamos a nos organizar no fazer cultural da fotografia no Brasil, o país – após o longo período de ditadura – tinha se fechado para o mundo e, sobretudo, se afastado da América Latina”, recorda.

Segundo Iatã, o que se reestabeleceu, no momento da criação do Fórum, foi a identificação do Brasil com a América Latina. “Lembro que a grande diversão do primeiro evento era perguntar aos brasileiros se eles se sentiam, se denominavam ou se reconheciam latino-americanos”, diz, acrescentando que, com o passar do tempo, a questão da identidade deixou de ser o foco principal do Fórum.

Fórum Latino-Americano de Fotografia: edição de 2019 está marcada para 12 de junho, no Itaú Cultural, em São Paulo (imagem: frame de vídeo)

“O papel do Fórum foi dar um start, na América Latina, na construção de um espaço físico e virtual para a discussão daquilo que chamamos hoje de grande cultura da fotografia: o que editar, o que guardar, o que expor, como, por que e quais experiências trocar nesses espaços todos. O que é que nós devemos comunicar com imagens, com textos e onde podemos usar as duas coisas juntas. Ou seja, entender qual a potencialidade da fotografia na construção de um mundo e de uma educação para esse mundo ser melhor”, explica.

“Além disso, temos hoje um instrumento de trabalho, nisso que chamamos de multiplicação das redes, dentro e fora do Brasil”, explica Iatã. “Mais do que um ponto de encontro físico, o que nós criamos foi um ponto de encontro virtual, ou muitos pontos virtuais, nessa grande rede internacional da fotografia, principalmente em seu aspecto artístico, mas também da fotografia como narrativa, da fotografia como jornalismo e até mesmo da fotografia técnica”, comemora.

“O Fórum já é uma atividade de referência na América Latina, sempre foi um dos mais importantes pontos de encontro dos produtores culturais da fotografia do continente, com um papel fundamental dentro da estrutura da criação visual do continente”, afirma Claudi. “O evento se transformou e evoluiu em seu formato de muitas e significativas maneiras desde 2007, mas em sua essência continua sendo um meio para juntar pessoas, gerar redes, possibilidades, projetos, publicações, fluxo de informação e amizades, que são fundamentais para o fazer cultural contemporâneo e para a internacionalização da produção da fotografia da região”, avalia.

Para Sofia Fan, gerente de Artes Visuais do Itaú Cultural, a realização do Fórum foi importante para a fotografia brasileira contemporânea. “Trouxemos em todas as edições artistas, curadores e editores que são referência em seu campo; diversos deles têm desenvolvido projetos a partir de parcerias estabelecidas no próprio Fórum, ou a partir dele”, afirma.

“O Fórum é um espaço para encontro, discussão e reflexão – onde representantes de diversos países e instituições podem estabelecer conexões. Os temas propostos sempre trazem a possibilidade de ampliar o debate, tratam de questões que falam para os diversos cenários culturais e dialogam com outras linguagens (cinema, artes, literatura etc.)”, avalia.

Além do Fórum, o Itaú Cultural desenvolve uma série de iniciativas ligadas à fotografia. Organiza exposições, faz a gestão do acervo do Itaú e promove itinerâncias pela América Latina de suas mostras de fotografias contemporâneas e modernistas.

O instituto também apoia projetos de fotógrafos através do programa Rumos e articula parcerias com alguns festivais de fotografia no Brasil.

“É esse conjunto de ações que nos permite participar da cena da fotografia, seja na esfera da produção artística, seja na esfera da reflexão ou da gestão cultural”, comemora Sofia.

O evento, que chega em junho à sua quinta edição, neste ano homenageia a noite latino-americana, com o tema Ainda Há Noite.

Além da tradicional exposição coletiva, das leituras de portfólio, de entrevistas e mesas de debate, o evento contará com novas atividades.

 

*Cassiano Viana é jornalista e editor do blog About Light.

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