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Leituras de portfólio: quando o criador encontra o olhar exterior

Entre as atividades do IV Fórum Latino-Americano de Fotografia de São Paulo estão as leituras de portfólio. Para os fotógrafos, trata-se...

Publicado em 29/03/2016

Atualizado às 17:50 de 07/08/2018

Por Cassiano Viana

Entre as atividades do IV Fórum Latino-Americano de Fotografia de São Paulo estão as leituras de portfólio. Para os fotógrafos, trata-se de uma oportunidade de ter o trabalho visto e avaliado por curadores, editores e gestores culturais. "A leitura de portfólio já foi divisor de águas na carreira de muitos profissionais", afirma Iatã Cannabrava, organizador do fórum. "Essa é uma atividade útil para networking e troca de ideias, e se mostrou muito eficiente para viabilizar projetos e a participação em mostras, festivais e publicações."

Durante três dias, 16 renomados profissionais das áreas de fotografia, imagem e artes plásticas analisarão o trabalho de 72 fotógrafos selecionados. Cada participante levará um conjunto de imagens para ser apresentadas aos leitores de portfólio. Os trabalhos serão avaliados entre os dias 16 e 18 de junho de 2016, das 9h30 às 12h30 e das 14h às 17h. Neste ano, participam da atividade importantes artistas, pesquisadores, curadores, editores e gestores culturais, como os brasileiros Denise Gadelha, Diógenes Moura, Eder Chiodetto, Mariano Klautau Filho e Veronica Cordeiro.

Além deles, as leituras contam com o cubano Juan Antonio Molina, a argentina Elda Harrington, o chileno Felipe Coddou, o espanhol Horacio Fernández, o japonês Ihiro Hayami – diretor do Instituto de Fotografia de Tóquio (TIP, na sigla em inglês) e organizador do Festival Internacional de Fotografia de Tóquio –, o americano Jim Casper – editor-chefe do site LensCulture, uma das principais publicações on-line que exploram a fotografia contemporânea no mundo, e membro do conselho de administração da Sociedade para a Educação Fotográfica (SPE, em inglês), a maior associação mundial de educadores de fotografia –, a americana Wendy Watriss – cofundadora da FotoFest, organização internacional de arte e educação – e a senegalesa N’Goné Fall.

Para Denise Gadelha, a atividade oferece a possibilidade do encontro do sujeito com o olhar exterior ao seu processo criativo. "O próprio diálogo já é um instrumento que auxilia a articular melhor algum projeto, pois a inscrição em leituras de portfólio requer que o candidato organize o pensamento visual em uma sequência a ser apresentada em poucos minutos a um especialista", diz ela, acrescentando que, durante a leitura, o fotógrafo será questionado acerca dos porquês que motivam seu trabalho. "Essa tentativa de esboçar argumentos que complementem as imagens transformará radicalmente a 'propriocepção' de sua pesquisa."

Denise destaca ainda a importância do processo de construção do portfólio, para exibição durante a leitura, como uma forma de pensar e de ter uma percepção mais acurada a respeito do próprio trabalho. "O bacana da leitura é que você prepara uma apresentação visual/oral, e esse exercício é muito potente", diz. "É importante lembrar que não dá para jogar toda a expectativa sobre o leitor – a mágica do diálogo bem-sucedido também depende de como o autor preparou a apresentação."

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