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Turnê Chão, de Lenine, no Auditório Ibirapuera

Show traz a atmosfera “eletrônica, orgânica e concreta” do décimo álbum do músico pernambucano

Publicado em 14/01/2013

Atualizado às 20:30 de 02/08/2018

>>INGRESSOS ESGOTADOS<<

No feriado prolongado do aniversário de São Paulo, o Auditório Ibirapuera traz à cidade o cantor pernambucano Lenine, com a turnê Chão. Os shows ocorrem nos dias 25, 26 e 27, sexta e sábado às 21h e domingo às 19h. Você pode comprar seu ingresso pelo Ingresso.com (internet ou telefone) ou pela bilheteria do Auditório, R$ 20 inteira e R$ 10 meia (confira detalhes no serviço da matéria).

Chão é o décimo álbum de Lenine. Foi lançado em 2011 e pode ser ouvido no site do autor, na íntegra. O CD mescla ruídos orgânicos (a batida do coração, o som de uma árvore sendo derrubada pela motosserra, o zumbido das cigarras) ao violão, à guitarra e a instrumentos eletrônicos, tudo em uma atmosfera particular e coesa, na qual se adiciona a poesia do cantor pernambucano.

A turnê começou em março de 2012 e passou por 20 cidades brasileiras, além de outras no Chile, na Argentina, no Uruguai, na França, na Itália e na Áustria. O desafio era não só executar as canções do álbum mas transpor o ambiente “eletrônico, orgânico e concreto”, na descrição do autor, para o palco. Alguns sucessos recebem roupa nova, com a sonoridade de Chão, como “Leão do Norte” e “Jack Soul Brasileiro”.

O show tem direção musical do próprio Lenine, com Bruno Giorgi e JR Tostoi. O cenário é de Paulo Pederneiras, composto de tons vermelhos em contraste com o entorno negro, com três lâmpadas simples sobre os músicos.

Segundo Lenine, “no início, havia apenas a palavra e o principal significado de chão para mim: tudo aquilo que me sustenta. Chão, quase onomatopeia do andar – que soa nasal, reverbera no corpo todo. É pessoal, passional e intransferível”.

Leia, abaixo, entrevista com Lenine sobre o show.

A turnê Chão está perto de completar um ano. Como foi transpor todas as características do álbum para o palco? A execução ao vivo se aperfeiçoou nesse período? Como tem sido a recepção do público?

Tem sido maravilhoso, ainda que seja uma equação mais difícil de resolver. Porque em cada espaço que a gente vai tocar a gente tem que fazer um direcionamento das caixas, descobrir o tempo de delay para poder não ter diferença de áudio. Cada lugar, uma nova arquitetura sonora! Mas isso também é um grande estímulo! Porque é uma grande novidade para todos nós também. E a gente vive dessas experiências, de levar um pouquinho mais além sempre.

Hoje para qualquer brasileiro médio que vá numa sala de cinema não causa estranheza o caso de o som vir de várias direções, e te dá uma dimensão espacial do que você está vendo no bidimensional. Mas no Chão, o fato de ter isso associado à música causa estranheza, sim. Nas quatro primeiras músicas fica todo mundo se perguntando ‘o que que está acontecendo?’. E isso foi muito bacana, isso realmente proporciona esse tipo de experiência sensorial para quem assiste, é bem diferente. O projeto nasceu com essa peculiaridade e se adequou muito a esse tipo de ambiência sonora.

Até quando a turnê permanece? Você já está pensando em um novo álbum?

Esse Chão ainda tem muito para trilhar.

Você pode falar mais sobre as opções estéticas do álbum? Instrumentos mais tradicionais, como o violão, sons eletrônicos e captações da natureza se mesclam harmoniosamente. Sempre sons com referências afetivas bem marcadas: a batida do coração, o som das cigarras, a árvore sendo derrubada. Como você entende essa mescla de elementos (que podem ser até vistas como opostas por alguns)?

Todo o projeto Chão surge de um desejo meu, de querer fazer um disco sem bateria nem percussão. Nada contra os bateristas e percussionistas – até porque meu trabalho é impregnado de ritmo – mas isso era só uma janela que eu imaginava que poderia me abrir outros relevos sonoros, simples assim. Eu fui gravar as primeiras canções que já estava começando a produzir – o projeto é realizado por mim, pelo JR Tostoi e pelo Bruno Giorgi, meu filho. E pelo fato de o estúdio ser na casa da avó dele, minha sogra, a gente esteve muito próximo do processo todo. A primeira sessão foi para gravar Amor é Pra Quem Ama, uma música que terminou entrando no disco. A porta do estúdio estava entreaberta, e aí entrou o canário da minha sogra, o Frederico. E foi lindo porque o Bruno percebeu que Frederico não só estava cantando no tom, mas ele estava evoluindo com o arranjo que eu tinha feito. E aí ele disse “pô, pai, a gente tem que assumir isso!”. E foi o que a gente fez, pegamos o microfone, pedimos silêncio na casa toda e o que você ouve na canção foi o que o passarinho cantou. Que é outra característica do Chão: nenhum desses sons foi manipulado, nenhum desses sons foi editado. Eu na verdade construí as canções em cima desses áudios originais, o que é um processo inverso da música concreta, por exemplo, do Pierre Henry. Ao descobrir isso, na mesma hora eu percebi que o som poderia ser quadrifônico, porque eu poderia brincar com esse tipo de espacialidade que o surround nos dá.

O que o público pode esperar do show no Auditório?

Os shows em São Paulo são sempre muito especiais! Sempre que volto à cidade sou muito bem recebido!

Chão, com Lenine
sexta 25, sábado 26 e domingo 27
sexta e sábado às 19h, domingo às 21h
ingressos: R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada)

[livre para todos os públicos] L

Os ingressos podem ser adquiridos de duas maneiras:

Ingresso.com: 11 4003 5588

Bilheteria do Auditório
Horários de funcionamento:
terça a quinta: das 11h às 18h
sexta: das 11h às 22h
sábado: das 9h às 22h
domingo: das 9h às 20h

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