Música no Foyer

O grupo vocal Beradêro, formado por Ariane Vilas Boas, Déborah Castolline, Gabrielle Rainer e Murilo Luz, se apresenta no foyer do Auditório Ibirapuera com Meus Amô, espetáculo que conta ainda com a participação especial das percussionistas Si Sa Medeiros e Bruna Lopes.

O quarteto, que nasceu na Escola do Auditório em 2015 da amizade entre seus integrantes, mostra gêneros diversos, como coco, ciranda, maracatu e cantigas populares, em um repertório formado por canções de nomes como Chico César, Déa Trancoso e Ana Maria Carvalho – que ganharam novos arranjos, alguns deles feitos pelas mulheres do grupo –, além de uma composição autoral.

“Nosso repertório busca relacionar a força do feminino, a beleza e elementos da natureza”, fala Déborah Castolline. “Tudo isso se reflete em nosso canto, que é acompanhado apenas pela percussão e mistura tradição e atualidade, tentando ressignificá-las. A ideia é desconstruir a figura romantizada e idealizada da mulher e trazê-la para o foco. Agora somos nós mulheres falando de nós mesmas”, diz. “Admiramos a música regional e mesmo num contexto urbano, como o que vivemos, tentamos nos aproximar dela, nos expressando por meio dessa arte.”

A escolha do nome Beradêro – homônimo da canção de Chico César – para o quarteto se deu, segundo a cantora, pela imediata identificação dos integrantes com a mensagem transmitida pela composição e pela vontade de se unirem para fazer música. “Essa canção nos representa porque se refere a um lugar, a uma maneira de ser, ao estar à margem da sociedade”, diz. “A partir dela, fomos colecionando outras até construir nosso repertório. Nós sabíamos que queríamos ser um grupo. Apenas deixamos fluir nossa música até nos darmos conta de que somos uma unidade.”

Déborah diz ainda que as palavras do músico e escritor Túlio Ceci Villaça, no texto “Marginal, Fronteiriço, Beradêro”, do blog Sobre a Canção, são uma boa forma para definir beiradeiro. Para ele, “beradêro vai à beira de ser temática, sobrepondo imagens e palavras que vão mudando de significado em relação à anterior e à seguinte [...] Vai também à beira de ser um retrato do Brasil, mas este retrato se estilhaça na linguagem propositalmente desestruturada, na despretensão pretenciosa de não querer abarcar toda a multiplicidade, mas permanecer fronteiriço. Mas fronteiriço interno, não externo. Pois a fronteira do beiradeiro é a fronteira do sertão, interior, de dentro para dentro”.

Música no Foyer
Beradêro
domingo 16 de abril de 2017
às 17h
[duração aproximada: 80 minutos]
 
Entrada gratuita [a apresentação será no foyer do Auditório Ibirapuera]

[livre para todos os públicos]