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O espaço do teatro de rua

Todo o trabalho envolvido no projeto do livro Teatro(s) de Rua do Brasil – a Luta pelo Espaço Público, contemplado pelo Rumos 2013-2014,...

Publicado em 13/10/2016

Atualizado às 21:03 de 02/08/2018

Todo o trabalho envolvido no projeto do livro Teatro(s) de Rua do Brasil – a Luta pelo Espaço Público, contemplado pelo Rumos 2013-2014, finalmente chegará ao público no dia 26 de outubro. O resultado da proposta do diretor e pesquisador teatral Noeli Turle da Silva, o Licko, é uma obra que discute a noção de teatro de rua além da visão de modalidade popular e/ou de militância política, estendendo-se para uma acepção mais atual, como campo de conhecimento que alcança outras dimensões estéticas e éticas.

Segundo o autor, o teatro de rua foi uma das primeiras formas de comunicação e manifestação artística criadas pelo ser humano. No Brasil, essa modalidade teatral se tornou um dos símbolos de resistência ao regime de ditadura militar nas décadas de 1960, 1970 e 1980, quando foram criados diversos grupos – como Ói Nóis Aqui Traveiz, em Porto Alegre; Imbuaça, em Sergipe; Alegria, Alegria, em Natal; Parlapatões, em São Paulo; Grupo Galpão, em Belo Horizonte; e Tá na Rua, no Rio de Janeiro. Nesse período, também surgiram outras formas de teatro político – como o Teatro do Oprimido, criado por Augusto Boal, com quem Licko Turle fundou o Centro de Teatro do Oprimido.

Licko Turle é diretor e pesquisador teatral

Apesar de essa modalidade ter uma produção diversificada e rica, poucos estudos se dedicaram a ela. Pensando nisso, o diretor e pesquisador teatral, que acompanha esse cenário desde 1986, idealizou uma obra que não só recuperasse a história e a memória do teatro de rua, mas também promovesse uma reflexão sobre o espaço dessa manifestação no campo da arte, do trabalho e da política atual.

A popularização dos meios de comunicação digitais nos últimos anos impactou a troca de teorias e práticas sobre o teatro de rua, na medida em que deu espaço para que coletivos de artistas-trabalhadores das ruas se comunicassem de forma mais efetiva e autônoma. Assim, eles puderam desenvolver uma identidade própria e características particulares na formação de profissionais e na produção de conhecimento.

Um dos exemplos é o conceito de arte pública, apresentado por Amir Haddad em 2010 na Rede Brasileira de Teatro de Rua – organização criada em Salvador por articuladores de vários estados. Com isso, surgiu um movimento de reivindicação de políticas públicas e de representatividade na crítica e na imprensa, além de reconhecimento dessa modalidade.

O livro de Licko situa esse momento do teatro de rua. A obra, que tem como coautora a pesquisadora Jussara Trindade, será lançada no dia 26 de outubro, no evento IV Jornadas Internacionais de Teatro do Oprimido e Universidade, que acontece na cidade do Rio de Janeiro, nos jardins da Escola de Teatro da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) – campus Pão de Açúcar.

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