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Era uma manhã quente de fevereiro em São Paulo quando Conceição Evaristo contou que já fora chamada de canônica. “Talvez eu seja a canônica das margens!” Como canônico é “aquilo que está de acordo com as normas estabelecidas convencionadas”, ressaltar as margens como lugar ocupado pela escritora mineira é fundamental.
Ela nada contra a corrente. Já veio ao mundo assim, em 29 de novembro de 1946.

 

Nascida em uma favela em Belo Horizonte (MG), Maria Conceição Evaristo de Brito é filha de dona Joana, lavadeira que criou 10 filhos em meio a muitas dificuldades. Inspirada por Carolina Maria de Jesus1, dona Joana não tinha estudo, mas colecionava cadernos que achava pelas ruas e os recheava com seus escritos sobre a vida, pensamentos, poemas. Conceição costuma dizer que, pelo hábito de dona Joana, ela cresceu cercada por palavras, mesmo que não tenha crescido cercada por livros. A mãe certamente é uma grande influência para Conceição, que no futuro adotaria e defenderia o conceito de “escrevivências” – a escrita que nasce das vivências. Viver para narrar. Narrar o que se vive.

 

Conciliando os estudos com o trabalho como empregada doméstica, Conceição Evaristo concluiu o curso normal aos 25 anos, em 1971. Foi nessa época que se mudou para o Rio de Janeiro (RJ) para estudar letras na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Lá, também começou a dar aulas, aprovada em um concurso público.

 

Mestra em literatura brasileira pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC/RJ) e doutora em literatura comparada pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Conceição começou a publicar em 1990, na série Cadernos Negros, no grupo Quilombhoje. Essa aproximação com a militância de causas sociais naturalmente levou a escritora para o movimento negro.

 

Ponciá Vicêncio, seu primeiro romance publicado, foi lançado em 2003 (também no exterior) e é até hoje um marco. “Por que Ponciá Vicêncio agrada brancos, pretos, homens, mulheres? Porque ela traz a solidão humana. Ela é uma personagem extremamente só. A solidão não é da minha propriedade, é de propriedade do ser humano. Acho que todo mundo se encontra naquela personagem pela solidão dela. A solidão dela

é que chama”, explica a autora.

 

Depois do romance de estreia, Conceição Evaristo lançou Becos da Memória (2006) e Poemas da Recordação e Outros Movimentos (2008). Há ainda três livros de contos: Insubmissas Lágrimas de Mulheres (Nandyala, 2011), Olhos D´Água (Pallas, 2014) e Histórias de Leves Enganos e Parecenças (Editora Malê, 2016). Também participou de inúmeras antologias. Toda a sua obra é marcada por questões raciais, de gênero e de classe.

 

 

 

 

 

1 Carolina Maria de Jesus (1914-1977) é autora de Quarto de Despejo – Diário de uma Favelada (1950), livro autobiográfico que narra a vida na periferia de São Paulo e traduzido para 13 idiomas.

Conheça um pouco mais da vida e obra de Conceição no texto escrito pela equipe do Itaú Cultural a partir de uma conversa com a autora, em uma manhã quente de fevereiro em São Paulo. Ela diz: “Talvez eu seja a canônica das margens! ”, em uma referência a “canônico”, aquilo que está de acordo com
as normas estabelecidas convencionadas, das quais ela nada em contracorrente desde que nasceu, há 70 anos, em 29 de novembro de 1946.

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SERVIÇO

Ocupação Conceição Evaristo

Coquetel de abertura: 3 de maio (quarta-feira), às 20h

Visitação: 4 de maio (quinta-feira) a 18 de junho (domingo)

Terças-feiras a sextas-feiras, das 9h às 20h

[permanência até as 20h30]

Sábados, domingos e feriados, das 11h às 20h

Piso térreo

 

 

Acesso para pessoas com deficiência

Ar condicionado

 

Estacionamento: Entrada pela Rua Leôncio de Carvalho, 108

Se o visitante carimbar o tíquete na recepção do Itaú Cultural:

3 horas: R$ 7; 4 horas: R$ 9; 5 a 12 horas: R$ 10.

Com manobrista e seguro, gratuito para bicicletas.

Itaú Cultural

Avenida Paulista, 149, Estação Brigadeiro do Metrô

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