>

1 A estrela

     De Natalia Martino

 

A jornalista Natália Martino e o fotógrafo Leo Drumond ministraram cursos de produção de texto, foto e vídeo em unidades prisionais de Minas Gerais. A partir desses encontros, os recuperandos das instituições desenvolveram quatro edições da revista A Estrela – três delas podem ser conferidas na Mostra Rumos juntamente com curtas metragens produzidos durante as oficinas. Além de alargar a perspectiva de pessoas privadas de liberdade e trazer pluralidade para o debate sobre a questão carcerária no Brasil, a ação incentivou os participantes a colocarem em prática as habilidades que eles já tinham – o que também resultou nas estrelas artesanais aqui expostas.

 

2 A HISTÓRIA DA  _RTE

     De Bruno Moreschi

 

O trabalho é fruto de uma pesquisa feita com base nos 11 livros mais usados no ensino de história da arte no Brasil. Inicialmente chamado Mapa (de Homens) da História (Branca) da Arte (Eurocêntrica), o projeto resultou em um mapa/panfleto que será distribuído em todo o território nacional – e no espaço expositivo da mostra – revelando justamente o que não é levado em consideração pela história oficial da criação artística. Coordenada pelo artista visual paranaense – radicado em São Paulo – Bruno Moreschi, a equipe de pesquisadoras e pesquisadores analisou os mais de dois mil nomes citados nos livros partindo de dados como local de nascimento, gênero e raça. O projeto se desdobra também em site.

 

3 Cinema e sal – rede audiovisual

     Da Tenda dos Milagres Produções Artísticas

 

Idealizado pela cineasta Lara Belov, Cinema e Sal é um projeto de cinema comunitário realizado no arquipélago de Cairu (BA). Consiste em oficinas de documentário para jovens de comunidades pesqueiras, com intercâmbio entre as ilhas, mostras audiovisuais e formação de rede e bases audiovisuais nos arquipélagos. Cada oficina e encontro é encerrado com uma mostra dos curtas metragens produzidos por eles, que agora são exibidos na exposição do Itaú Cultural.

 

4 Letras que flutuam – expedição Marajó

     Mapinguari Design

 

Desde 2004, as designers Fernanda Martins e Sâmia Batista mapeiam e documentam o trabalho dos abridores de letras de barcos, artistas que pintam palavras – nomes, na maioria das vezes – em embarcações. Depois de explorar essa tradição em Belém, Barcarena, Abaetetuba e Igarapé-Miri, o projeto se voltou, agora com o apoio do Rumos, para cidades da Ilha de Marajó, também no Pará. Resultado dessa última expedição, o documentário Marajó das Letras foi apresentado para a comunidade marajoara.

No espaço expositivo, são apresentados painéis feitos por dois dos artistas mapeados pelo projeto: Raimundo Valdir Borges Filho (Valdirzinho), de São Sebastião de Boa Vista, e José Augusto Margalho Amorim (Zé Augusto), de Ponta de Pedras. As palavras desenhadas pelos artistas são alguns dos conceitos que nortearam a curadoria da exposição.

 

5 O golpe do corte

     De Solon Ribeiro

 

Desde os anos 1990, o artista cearense Solon Ribeiro vem desenvolvendo diversos trabalhos – como esta instalação – com base em uma coleção de mais de 30 mil fotogramas iniciada na década de 1950 por seu avô, Ubaldo Uberaba Solon, que era dono de um cinema na região do Cariri, no Ceará. Com o apoio do Rumos, a coleção foi higienizada, catalogada, digitalizada e disponibilizada no site www.ogolpedocorte.com.br – a página ainda permite que o público tenha acesso aos fotogramas para realizar suas próprias pesquisas e experimentações artísticas.

 

6 Pontes sobre abismos

     De Aline Motta

 

Instigada por um segredo contado pela avó, a publicitária Aline Motta obteve um Certificado de Ancestralidade por meio de um teste de DNA e realizou uma pesquisa histórica sobre os seus antepassados, por meio de viagens a cidades como Itaperuna e Vassouras, no Rio de Janeiro; e Ouro Preto, Mariana e Barbacena, em Minas Gerais, além de municípios em Portugal e Serra Leoa. Toda a jornada foi registrada em fotos e vídeos que, junto às memórias e reflexões da autora, compõem um livro de artista – este não estará presente na exposição – e uma instalação audiovisual, de oito minutos de duração, nos quais Aline discute o que, na história de uma vida, deve ser lembrado ou esquecido e reflete sobre como se pode curar traumas pessoais, familiares e coletivos.

 

7 Retrato de Cola: Violência Grátis!

     De Murilo Jacintho

 

O artista visual, músico e jornalista paulista Murilo Henrique Jacintho desenvolveu uma série de fotocolagens em grande escala, nas quais pessoas são retratadas sobre um fundo composto de manchetes jornalísticas que noticiam atos violentos. Produzido a partir de uma residência artística na Arquitetura Atual da Cultura, no Centro Negra, em Múrcia, Espanha, o trabalho levanta questões como a banalização da violência, muitas vezes divulgada de maneira superficial pela imprensa ou nas redes sociais. O público da abertura da Mostra Rumos está convidado a “violentar” as peças, fazendo interferências com materiais disponibilizados pelo artista.

 

8 Retrato falado

     De Tatiana Altberg

 

Desenvolvida pela artista visual Tatiana Altberg, a ação promoveu uma série de encontros com jovens em conflito com a lei, internos em duas unidades do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase), do Rio de Janeiro. Além de oficinas de fotografia com câmeras artesanais – feitas pelos próprios participantes –, em que seguindo o conceito de autorretrato expandido, ela os instigou a fotografar imagens de seus universos por meio daquilo que identificam como representação de si. Tatiana realizou, ainda, sessões individuais de escuta, nas quais os jovens eram convidados para falarem sobre si mesmos e descreverem imagens, sonhos ou cenas marcantes de suas vidas. São esses “retratos falados” que compõem a instalação sonora aqui apresentada, em 42 registros de 1 a 4 minutos e duração total de 70 minutos. A classificação etária dessa obra é de 12 anos.

 

9 São Francisco submerso – o lago de Itaparica

     De Luiz Netto

 

Coordenado pelo fotógrafo pernambucano Luiz Netto, o projeto tem o objetivo de mapear e registrar as ruínas de cidades que foram inundadas em decorrência da construção de usinas hidrelétricas nas regiões por onde corre o Rio São Francisco. Em atividade desde 2012, a iniciativa contou com o apoio do Rumos 2015-2016 para atuar nos municípios de Itacuruba, em Pernambuco, e Rodelas, na Bahia – espaços alagados no final da década de 1980.

As fotos em exibição na mostra e as coordenadas de localização dessas cidades integram uma publicação impressa que será enviada para o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), prefeituras e universidades.

 

10 Sistema circulatório

        De Anaísa Franco

 

Por meio de um software desenvolvido especificamente para este projeto, a instalação da artista visual mineira Anaísa Franco mapeia o tráfego aéreo do planeta. As trajetórias de aeronaves que decolam e aterrissam em aeroportos de todo o mundo são projetadas sobre uma bola de aproximadamente dois metros de diâmetro, gerando uma teia de fluxos que alude ao sistema circulatório do corpo humano, através de linhas coloridas.

No ser humano, o sangue circula, transporta e entrega os nutrientes e oxigênio necessários para as células. O projeto cria uma metáfora entre a circulação do corpo humano e o transporte aéreo, onde o tráfego aéreo produz um fluxo contínuo de acontecimentos, afetos, energias, conectando distâncias e culturas e produzindo vida.

 

11 Teleport city – A arte como veículo do tempo

        De Gabriela Bílá

 

Um projeto composto de cinco instalações, duas delas e uma projeção mapeada são exibidas na Mostra, Teleport City – a Arte como Veículo do Tempo imagina um mundo no qual o principal meio de locomoção é o teletransporte. Acessível às diversas camadas sociais, a nova tecnologia traz consigo uma série de mudanças no espaço urbano – as ruas, por exemplo, antes largas o bastante para dar passagem a um número cada vez maior de automóveis, são agora vias estreitas e obsoletas, principalmente nas áreas em que há grande oferta de telepods, cabines individuais de teleportação. O projeto foi elaborado sobre quatro eixos: o turismo, a transformação das cidades, a criação de produtos para adaptação à nova realidade e o surgimento de síndromes psicológicas que poderia haver com tamanha revolução tecnológica.

Mundo Mosaico, por exemplo é formado por módulos que representam, na escala, de 1:2500, partes de diferentes cidades do mundo e podem ser reposicionados pelo público. A maquete Ilustra uma nova noção de proximidade geográfica decorrente do advento do teletransporte e conta, ainda, com um sistema de video mapping que adiciona outras camadas de informação ao conjunto – como o fuso horário em que se encontra cada um dos módulos.

Os módulos reunidos no painel Cidade Estante simulam, em corte arquitetônico, os prédios de uma cidade cujos habitantes já estão habituados ao teletransporte. As luzes que se acendem e se apagam representam as constantes mudanças que o novo meio de locomoção acarreta nos usos e funções desses prédios, transformando a arquitetura em algo efêmero, quase descartável.

A obra também apresenta um possível advento do teletransporte que abriria espaço para alterações tanto no espaço físico das cidades quanto no cotidiano das pessoas – marcado, por exemplo, pelo surgimento de novos produtos, movimentos e transtornos mentais. Esta instalação analisa algumas dessas transformações.

 

12 Territórios corporais

        De Yuji Kodato

 

O projeto do mineiro Yuji Kodato lança mão da macrofotografia para compor uma série de registros de detalhes do corpo de bebês a pessoas idosas, com diferentes tons de pele, cicatrizes, marcas ou intervenções na pele, como maquiagens, piercing, tatuagens, escarificações – que se inscreveram em chamada aberta pelo artista. Ampliados, esses recortes corporais se apresentam como espécies de paisagens, territórios que podem ser vistos como verdades científicas ou figuras abstratas. Ao mesmo tempo individuais e universais, os retratos transitam entre o belo e o feio e revelam tanto a fugacidade quanto a força do corpo humano. Elas também serão usadas em intervenções urbanas nas ruas de Uberlândia (MG) – assim como a pele, elas permanecerão sujeitas à ação do tempo.

 

 



EM EXPOSIÇÃO

SERVIÇO

Narrativas do invisível

Mostra Rumos 2015-2016

EXPOSIÇÃO

Abertura: 30 de agosto,

quarta-feira, às 20h

Visitação: 31 de agosto (quinta-feira)
a 5 de novembro (domingo)

Terças-feiras a sextas-feiras,

das 9h às 20h

Sábados, domingos e feriados,

das 11h às 20h

Pisos 1 e -1

Indicado para todas as idades, com exceção de Retrato falado, cuja classificação é 12 anos

ESPETÁCULOS

De 6 a 8, 13 a 15, 20 a 22 e 27 a 29
de outubro, sextas-feiras a domingos

Das 20h às 21h30

Interpretação em Libras

Aos sábados também

com audiodescrição

Piso -2

Classificação indicativa: 16 anos

6 a 8 e 13 a 15: A Macabra
Biblioteca do Dr. Lucchetti

20 a 22 e 27 a 29 de outubro:  Peso Bruto

DEBATES

De 5 a 26 de outubro, sempre às quintas-feiras,

Das 20h às 21h30

Interpretação em Libras

Piso -2

Indicado para todas as idades

Dia 5: Quais os caminhos para construir uma memória em arte?

Dia 12: Quem conta os relatos sobre o esquecimento de povos?

Dia 19: Mulheres, ou quais corpos merecem ser lembrados

Dia 26: Percebemos as cartografias do esquecimento?

 

Itaú Cultural

Avenida Paulista, 149, Estação Brigadeiro do Metrô

Fones:  +55 11 2168-1776/1777

atendimento@itaucultural.org.br

www.itaucultural.org.br

Acesso para pessoas com deficiência. Ar condicionado. Estacionamento: Entrada pela
Rua Leôncio de Carvalho, 108. Se o visitante carimbar o tíquete na recepção do Itaú Cultural:
3 horas: R$ 7; 4 horas: R$ 9; 5 a 12 horas: R$ 10. Com manobrista e seguro, gratuito para bicicletas.

Assessoria de Imprensa:

Conteúdo Comunicação

Fone:  +55 11 5056-9800

www.conteudocomunicacao.com.br

 

 

Cristina R. Durán: cristina.duran@conteudonet.com

Fone:  +55 11 5056-9811

Karinna Cerullo: cacau.cerullo@conteudonet.com

Fone:  +55 11 5056-9845

Amanda Viana: amanda.viana@conteudonet.com

Fone:  +55 11 5056-9807

 

 

Larissa Correa: larissa.correa@terceiros.itaucultural.org.br

Fone:  +55 11 2168-1950

Carina Bordalo (programa Rumos): carina.bordalo@terceiros.itaucultural.org.br

Fone:  +55 11 2168-1906

Roberta Montanari: roberta.montanari@conteudonet.com

Fone:  +55 11 5056-9800