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RELEASE / O ESCULTOR DO SILÊNCIO E DA ESCASSEZ DE COR SERGIO CAMARGO GANHA EXPOSIÇÃO NO ITAÚ CULTURAL

O instituto encerra a série de grandes exposições em 2015 com Sergio Camargo: Luz e Matéria, mostra dedicada a um dos mais importantes nomes das artes visuais da segunda metade do século XX no Brasil. Com curadoria de Paulo Sergio Duarte e Cauê Alves, ocupa os três andares do espaço expositivo; em um deles, simula o último ateliê do artista usado

por ele em Jacarepaguá, Rio de Janeiro, de 1975 até o ano de sua morte, 1990

 

 

Trabalhos de grande formato e em menor dimensão, torres e relevos, torsos de figuras femininas, formas que jogam com a luz e a sombra, esculpidos em mármore carrara branco ou negro belga, fazem uma síntese das sucessivas experiências de Sergio Camargo (1930-1990) exibidas na mostra que leva o seu nome e tem o título Luz e Matéria.  Soma mais de 100 obras, grande parte pertencente a coleções privadas que são apresentadas em conjunto para o público pela primeira vez. Com abertura no dia 28 de novembro e permanecendo em cartaz até dia 9 de fevereiro do próximo ano, o Itaú Cultural encerra, com ela, a série de grandes exposições em 2015.

 

Na data de abertura, a programação do Fim de Semana em Família, promovida pelo instituto para reunir pais e filhos na mesma atividade, é dedicada ao artista com a oficina A Geometria Empírica de Sergio Camargo, coordenada pela psicóloga e pedagoga Virgínia Walton e pela artista visual Yasmim Flores. O Núcleo de Educação e Relacionamento também oferece ao público visitas guiadas, outras atividades educativas e um espaço especial para descanso e reflexão.

 

Com curadoria de Paulo Sergio Duarte e Cauê Alves, Sergio Camargo: Luz e Matéria ocupa os três andares do espaço expositivo do instituto. Além das mais de 100 obras do escultor, revela estudos, objetos de seu ateliê – que ganha uma representação em um dos pisos –, cartas, vídeos e fotografias na composição de sua história e legado. A organização da mostra é do Núcleo de Artes Visuais do Itaú Cultural e o projeto expográfico da UNA Arquitetos.

 

“A experiência de estar diante da obra de Sergio Camargo é estranha ao olhar contemporâneo, acostumado aos grafites, às instalações e às performances”, escrevem os curadores em texto assinado em conjunto. “O público, ao entrar em contato com as obras, encontra o silêncio e a escassez de cor, apenas o preto, o branco e raramente a madeira como fundo”, completam. Para eles, esta é uma exposição que permite visualizar os diversos momentos da criação do artista e esclarecer sobre o processo íntimo da forma, despertando o interesse tanto do estudioso quanto do público em geral.

 

A exposição

Ao entrar no primeiro andar, o 1M, o visitante visualiza todo o espaço com os trabalhos de grande formato de Camargo, em um ambiente predominantemente branco, salpicado pelo mármore negro de uma ou outra de suas obras. São mais de 20, selecionadas entre a produção mais imponente e marcante do escultor, como as suas colunas e relevos de até dois metros de comprimento, e algumas obras com altura de um metro e meio ou largura de até um metro – todas sem título, como era costume do autor. Para quem quiser conhecer mais sobre ele, um nicho ao lado exibe o documentário Se meu pai fosse de pedra, realizado por sua filha Maria Camargo e com 20 minutos de duração.

 

No segundo piso, o 1S, estão expostas obras de menor proporção realizadas desde o início de sua produção na década de 1950 – como esculturas de gesso representando mulheres, realizadas no começo de sua carreira – até o final dos anos de 1980. Relevos, torres, colunas e conjuntos coletivos de base revelam a dedicação do artista à presença das sombras em seu trabalho. Entre elas, quase todas também sem título, encontra-se a escultura em mármore carrara "Homenagem a Brancusi" (s.d.). Esta é uma versão em menor dimensão da obra com mesmo nome também realizada por ele e atualmente exposta ao ar livre em Bordeaux, na França. Camargo costumava realizar versões de seus trabalhos em menor escala para coloca-los no jardim de seu ateliê e estudar a incidência da luz natural antes de completa-los em grande formato.

 

Um dos seus 10 jogos de xadrez, feitos quando começou a trabalhar com mármore negro para um dos lados da partida em oposição ao branco, reluz dentro de uma cúpula instalada neste mesmo andar. Uma parede divide a área expositiva para ostentar os seus quadros em relevo e as formas em negro belga que ele chamava de baleias, pelo formato semelhante ao mamífero. As laterais exibem 27 cartas, transcritas e vertidas também para o inglês, trocadas de 1960 a 1980 entre Sergio Camargo e artistas, como Rubens Gerchman, pedindo a sua ajuda para produzir uma obra, e outros como Willys de Castro, Frans Krajcberg, Mira Schendel, a curadora Aracy Amaral, o crítico de arte Mario Pedrosa, além de galeristas e instituições culturais. Ao fundo, o visitante encontra uma cronologia com fatos importantes de sua trajetória e produção artística.

 

O piso 2S é o único dos três que sai do branco, preto e cinza, para ter cor. Sobre um piso de madeira, este espaço reproduz o seu último ateliê, em Jacarepaguá, com a mesma mesa, cadeira de palha, abajur, e até o cesto de lixo, o cinzeiro, o porta-caneta de sua autoria, máscara étnica e a bandeira de seu time preferido, o Fluminense. O lugar apresenta mais algumas obras acomodadas sobre caixotes, como ele mesmo fazia, estudos inacabados equilibrados sobre a mesa com a mesma fita crepe que utilizou, além dos instrumentos e ferramentas que manuseava. Uma estante guarda, ainda, outros 50 pequenos trabalhos.

 

Por fim, este piso exibe dois vídeos de obras monumentais pouco conhecidas do público, projetadas em duas paredes laterais. São elas: Muro Estrutural (c.a. 1965), no Palácio do Itamaraty, em Brasília e o muro Sem Título (1985) do acervo do Banco Itaú no Centro Empresarial Itaú Unibanco (CEIC), em São Paulo.

 

Espaço para sinapse

A equipe do Itaú Cultural preparou um lugar especial para o público em um dos pisos do espaço expositivo. Situado ao fundo do mezanino, oferece uma espécie de sala de estar, onde o visitante pode fazer livremente sinapses e reflexões ou estabelecer conexões com o que viu, sentado confortavelmente. Sobre uma mesa à frente do sofá, poltronas e cadeiras, encontram-se objetos feitos com os materiais usados pelo artista, como mármore e madeira, que podem ser manuseados.

 

Nas paredes laterais são projetados alguns de seus poemas, outro dos talentos de Sérgio Camargo, cosmopolita, nascido e criado no Rio de Janeiro, de 1930 até sua morte, em 1990, experimentado na Academia Altamira de Buenos Aires, com formação em filosofia em Sorbonne, Paris, e tantas passagens pela Europa dos anos 1950.

 

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