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Rumos 2015-2016: Povo de Cultura e Fé

No Amapá, a exposição fotográfica itinerante Povo de Cultura e Fé retrata a cultura e as tradições religiosas da vila de Mazagão Velho,...

Publicado em 03/04/2017

Atualizado às 10:47 de 03/08/2018

Por Cassiano Viana

No Amapá, a exposição fotográfica itinerante Povo de Cultura e Fé retrata a cultura e as tradições religiosas da vila de Mazagão Velho, capítulo pouco conhecido do período do Brasil Colonial.

Localizada a cerca de 60 quilômetros da capital Macapá, Mazagão Velho foi fundada quando uma colônia portuguesa no Marrocos foi desativada e transferida para a Amazônia brasileira no século XVIII (a odisseia é contada no livro Mazagão – a Cidade que Atravessou o Atlântico).

A cidade foi fundada em 23 de janeiro de 1770 pelo rei de Portugal Dom José I com o nome Nova Mazagão. No deslocamento para o Brasil, os primeiros colonizadores trouxeram, do outro lado do Oceano Atlântico, uma herança cultural e religiosa muito forte. Ainda hoje, 245 anos depois, Mazagão Velho apresenta um extenso calendário anual de festas religiosas, culturais e tradicionais, algumas preservadas desde a época da fundação.

[caption id="attachment_97092" align="aligncenter" width="535"]Foto: Gabriel Penha Foto: Gabriel Penha[/caption]

 

A Festa de São Tiago, por exemplo, que mistura sincretismo religioso, teatro e cavalhada e é celebrada anualmente em julho, acontece desde 1777. Outras datas importantes são a Festa do Divino Espírito Santo (agosto) e o auto de Natal “Cordão das Pastorinhas” (dezembro).

“O povo de Mazagão Velho é um verdadeiro povo de cultura e fé”, explica Gabriel Penha, organizador do projeto, que conta com o apoio do programa Rumos Itaú Cultural.

[caption id="attachment_97093" align="aligncenter" width="536"]Foto: Gabriel Penha Foto: Gabriel Penha[/caption]

 

Jornalista de formação e fotógrafo profissional, Gabriel nasceu na capital do Amapá, mas a família é toda de Mazagão Velho. “Minha raiz é de lá. Minha família tem uma tradição de tomar conta da igreja e da organização dos festejos. Apesar de morar muitos anos na capital, sempre mantive o laço com a cidade, para onde me mudei no ano passado”, conta.

O projeto retrata a riqueza cultural do município através do calendário anual de festividades religiosas, tradicionais e culturais da cidade. A exposição é resultado de um acervo fotográfico construído ao longo de dez anos de pesquisa.

“Além da exposição fotográfica itinerante, editamos uma revista-catálogo de distribuição gratuita, com informações detalhadas sobre as festividades, e realizamos minipalestras em escolas públicas e particulares do Amapá”, conta Gabriel. O lançamento oficial da revista-catálogo aconteceu no dia 23 de janeiro de 2017, em Mazagão Velho, como parte das comemorações dos 247 anos do município.

“No início de abril vamos para o Oiapoque, no extremo norte do país. Estamos vendo a possibilidade de ir para a Guiana Francesa, para fazer a exposição e a palestra. Depois disso, em maio, vamos para o município Santana e, em junho, para a capital, com uma programação mais extensa.”

Na capital, as exposições serão realizadas em pontos turísticos como o monumento Marco Zero do Equador, na Fortaleza de São José, e no Museu Sacaca do Desenvolvimento Sustentável.

[caption id="attachment_97094" align="aligncenter" width="536"]Foto: Gabriel Penha Foto: Gabriel Penha[/caption]

 

“Grande parte da juventude local desconhece as tradições da própria terra. A ideia é difundir essa identidade e patrimônio cultural tão antigos mas paradoxalmente pouco conhecidos dentro do próprio Amapá e fora do estado”, avalia Gabriel.

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