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Conheça os vencedores do Prêmio Movimentos Criativos

A premiação é parte do projeto Territórios Afro Criativos e procura dar visibilidade à inovação e ao impacto social de negros e negras de 15 a 35 anos

Publicado em 12/12/2015

Atualizado às 15:39 de 11/06/2020

O Prêmio Movimentos Criativos anunciou ontem, em cerimônia no Auditório Ibirapuera, em São Paulo, os vencedores da sua primeira edição. A premiação é parte do projeto Territórios Afro Criativos e procura dar visibilidade à inovação e ao impacto social de negros e negras de 15 a 35 anos. Confira a seguir a lista dos premiados, além da menção honrosa.

O Movimentos Criativos tem nove categorias: Artes, Bem-Estar, Conhecimentos, Criação, Esporte, Legado, Negócios, Pérola Negra e Digital. Entre os indicados, 27 foram selecionados para a decisão final, tomada coletivamente pelo grupo de curadores.

No sábado 12 de dezembro, às 17h, uma apresentação à plateia externa do Auditório – com Edi Rock, Walmir Borges e DJ Nyack, além da mestre de cerimônias Chris Gomes – fecha o evento e abre a 14a Feira Preta, que acontece no domingo 13, das 12h às 22h, no Palácio das Convenções do Anhembi. Saiba mais na matéria.

O Territórios Afro Criativos é promovido pelo Instituto Feira Preta, em parceria com Zaion Criações e Ayó Produções, e conta com o apoio do Itaú Cultural.

Tatiana Tiburcio (Rio de Janeiro/RJ) – categoria: Artes

Idealizadora e gestora do projeto Negro Olhar – Ciclo de Leituras Dramatizadas com Autores e Artistas Negros, a atriz e coreógrafa explora referências de matriz africana para entender como elas influenciam na construção de um corpo em cena, a partir da visão do mundo bantu – maior tronco linguístico do continente africano e responsável por grande parte das referências de matriz africana no Brasil. Formada em artes cênicas pela Escola de Teatro Martins Pena e em história da arte pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Tatiana é membro do grupo Amok Teatro, no qual trabalha como atriz e, atualmente, também como coreógrafa do espetáculo Salina – a Última Vértebra, que se vale da dança dos orixás e da africana como ferramentas para trabalhar a expressividade.

Isabela da Cruz (Paiol da Telha/PR) – categoria: Pérola Negra

Coordenadora do Projeto Jovens Quilombolas Saudáveis, atualmente é educadora social do projeto Mulheres Quilombolas Tem Voz!, pela Rede Mulheres Negras. Isabela também integra a Comunidade Quilombola Invernada Paiol de Telha e participa da Comissão Municipal de DST/Aids de Curitiba. Compõe ainda a Comissão de Juventude e Cultura, pela Federação Estadual das Comunidades Quilombolas do Paraná (Fecoqui/PR). Representou a Coordenação Nacional de Comunidades Quilombolas (Conaq) no Comitê Impulsor Nacional da Marcha das Mulheres Negras.

Thiago Vinicius (São Paulo/SP) – categoria: Digital

Morador de Capão Redondo, na periferia da Zona Sul de São Paulo, Thiago elaborou em parceria com lideranças comunitárias uma ação de economia solidária e desenvolvimento local – o Banco Comunitário União Sampaio –, criando uma moeda no bairro para fortalecer a economia. Para ampliar o alcance dessa moeda, faz uso da tecnologia por meio de um aplicativo que fomenta a troca, a produção e a comercialização de produtos e serviços liderados por jovens criativos da comunidade. Seu objetivo central é fazer de São Paulo uma cidade mais inclusiva e mais tolerante, que reconheça sua ancestralidade e sua periferia. Desde os 15 anos de idade, identifica-se com a transformação social da cidade e inspira pessoas no Brasil e no mundo com ações em rede.

Edson Ikê (São Paulo/SP) – categoria: Criação

O artista visual explora muitas técnicas diferentes de ilustrações e de representação gráfica, utilizando ferramentas de produção como xilogravura, vetores, colagens, manipulação digital, carimbos, massinhas e impressão manual. Como designer gráfico, vem elaborando, desde 1995, projetos para capas de discos, flyers, revistas e livros ligados à cultura negra e periférica brasileira. Seus trabalhos são baseados na diversidade cultural brasileira e nas raízes das artes gráficas. Atualmente faz ilustrações para as editoras Moderna, Evoluir e Abril, com projetos voltados para a questão da valorização da cultura afro-brasileira e da diversidade cultural. Ilustrou a cultura afro-peruana para a revista Sounds and Colours, que está produzindo guias turísticos e culturais alternativos na América Latina.

Jaciana Melquiades (Rio de Janeiro/RJ) – categoria: Conhecimentos

Historiadora formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), é uma das idealizadoras do Coletivo Meninas Black Power, no qual é responsável pela coordenação das ações educativas. Com o marido, criou a microempresa Era uma Vez o Mundo, de desenvolvimento de produtos em parceria com o cliente, que, por sua vez, escolhe os elementos que irão compor o resultado final, garantindo a identidade e a originalidade de cada peça. Por meio da parceria entre o Meninas Black Power e a Era uma Vez o Mundo, surgiu o projeto de ação afirmativa Boneca Preta É Identidade, construção representativa de mulheres negras formadoras de opinião em forma de gravuras infantis e bonecas de pano personalizadas. Jaciana integra, ainda, a equipe multidisciplinar do Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Nesa/Uerj), no qual elabora e realiza oficinas com jovens de territórios de favelas.

Renata Ribeiro de Oliveira (Ribeirão Preto/SP) – categoria: Legado

É membro do Centro Cultural Orunmilá, entidade de combate ao racismo e de promoção da igualdade racial. Por meio da arte e da educação, como monitora de dança afro e percussão, tem extensa participação em apresentações de dança afro em diversos congressos, seminários e encontros sobre temas como a tradição africana no Brasil, a cultura negra e o combate ao racismo e à discriminação desde 1994 até os dias atuais. É coreógrafa do Afoxé Omó Orunmilá, que realiza a abertura oficial do carnaval de rua de Ribeirão Preto desde 1996; coordenadora da Comissão do Negro e Assuntos Antidiscriminatórios da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Ribeirão Preto; filha da casa de culto aos orixás Egbe Awo Ase Iya Mesan Orun; secretária da associação de bairro do local; e tesoureira da União das Entidades Carnavalescas de Ribeirão Preto e Região. Representa a cadeira Carnaval no Conselho Municipal de Cultura e a cadeira Religião Afro no Conselho Municipal da Juventude.

Rafael Reis Barbosa (São Carlos/SP) – categoria: Negócios

Criado pela mãe e pela avó, Rafael sempre foi um menino curioso e desde cedo se interessou por ciência e tecnologia. Campeão regional de xadrez na adolescência, tornou-se monitor (bolsista integral) de matemática no Kumon, onde trabalhava para custear o curso de matemática. Cursou engenharia física e agora está matriculado no curso de engenharia de produção na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). É inventor – possui seis patentes registradas – e dono de três startups – a Sanca Valley, aceleradora de negócios tecnológicos, a Kings Consultoria, voltada para a qualificação da gestão em pequenos negócios, e a GreenBras Energia Renovável, sua mais nova tacada –, nas quais aplica seus conhecimentos acadêmicos nas áreas de gestão de negócios, processos e inovação tecnológica.

Silvani das Chagas (São Paulo/SP)/Vanda Lucia Bastos (São Paulo/SP) – categoria: Bem-Estar

Silvani das Chagas, membro do coletivo cultural Sementeiras de Direito, e Vanda Lucia Bastos, agente comunitária de saúde da Unidade Básica de Saúde (UBS) Nova América, lideram um projeto chamado Comunidades de Vida, que tem como objetivo fortalecer a empatia, os cuidados e o vínculo entre as mães e seus bebês e filhos pequenos. Desde agosto de 2013, elas realizam encontros de mediação de leitura, brincadeiras e cantigas com gestantes, mães de crianças pequenas, cuidadores, bebês e crianças.

Izabel Souza de Jesus Barbosa (Rio de Janeiro/RJ) – categoria: Esporte

Durante a educação básica, Izabel participou de cinco projetos de iniciação científica júnior (ICJ) – do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) –, tendo dois trabalhos premiados. Participou também de olimpíadas científicas nas áreas de física e matemática, totalizando cinco medalhas – três de ouro – e uma menção honrosa. Desenvolveu ainda um projeto, sob orientação da professora Débora de Aguiar Lage, relacionando esporte e bullying, que recebeu o segundo lugar no Prêmio Jovem Cientista (PJC) de 2012. Como parte da premiação, realizou intercâmbio científico na empresa General Electric (GE). Em 2012, foi aprovada como treineira na Universidade Federal Fluminense (UFF) e, no ano seguinte, como vestibulanda em cinco universidades públicas, sendo a quarta colocada em engenharia química na Escola de Engenharia de Lorena, da Universidade de São Paulo (EEL/USP). É estudante de engenharia química na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e membro do 81o Grupo Escoteiro Caetés.

Fábio Américo Pedreira/Fabiana América Pedreira/Fernanda América Pedreira (São Paulo/SP) – Menção Honrosa

Fernanda, Fabiana e Fábio são a primeira geração da família com ensino superior. Filhos do senhor Henrique, torneiro mecânico de 71 anos, e da senhora Tereza, professora de magistério de 73, seguiram à risca o pensamento da família de que os estudos figuram em primeiro lugar. Dona Tereza sempre defendeu a ideia de que seus filhos poderiam fazer tudo aquilo que quisessem e, para garantir o futuro de Fernanda, Fabiana e Fábio, decidiu se sacrificar e pagar bons colégios durante toda a vida escolar deles.

Fernanda se formou em medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), com residência médica em pediatria pelo Hospital das Clínicas (HC) da mesma instituição. Fabiana é fisioterapeuta formada pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Presidente Prudente.

Fábio, seguindo os passos da irmã mais velha, se formou médico pela FMUSP e realizou residência em clínica médica e em cardiologia no Hospital das Clínicas da FMUSP, essa última pelo Instituto do Coração (Incor). Hoje é médico plantonista no InCor e ecocardiografista no Grupo Fleury.

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