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Viagens Não Têm Títulos – Rumos Itaú Cultural 2015-2016

O artista viaja pelo sertão de cinco estados brasileiros com uma mala contendo desenhos, escultura, pintura, poemas e objetos

Publicado em 28/09/2017

Atualizado às 12:12 de 03/08/2018

Adonis Valença é um artista viajante. Com sua mala-livro-objeto-galeria de arte, partiu sozinho em uma viagem por cidades do interior de cinco estados do Nordeste brasileiro. Motivado pelo deslocamento do corpo como poética, ele passou por uma série de cidades cujo nome carrega em si determinada potência, como Afogados, Sozinho, Casinha do Homem, Passarinho, Flexas, Feiticeiro, Boa Sorte e Fortuna – locais que Adonis chama de “lugares de esquecimento”, onde “a chegada do outro cria uma possibilidade de existência”.

De uma cidade para outra, o artista se locomovia com a ajuda dos moradores locais – que às vezes demoravam a se deixar conquistar, movidos pela desconfiança e pelo medo da violência. Em cada lugar, Adonis procurava interagir: apresentava sua mala, mostrava seu conteúdo, buscava artistas da cidade que pudessem contribuir com obras suas. A experiência rendeu uma espécie de diário de viagem, no qual ele escreve:

A resposta ao trabalho sempre vem, ela manifesta-se na troca com o conhecimento do outro. Arte é conhecimento. As relações que estabeleço são de troca de conhecimentos. A resposta nem sempre é do campo da arte, ela pode vir de outra área, mas ela existe. Nos locais que andei, quando realizo a ação, as pessoas interagem, emocionam-se, ficam felizes. O que dizer de algo assim tão desinteressado num momento em que o capitalismo e o espetáculo atravessam boa parte das relações? Digo apenas:

– Quero apresentar este trabalho e depois vou embora. Apenas isto. Não cobrarei nada de vocês.

Em Sozinho, Seu Manoel Baixinho mostrou-me como criar muros e tanques de pedra. Em Souza, Cícero me ensinou o que era uma “batuta” de pintor letrista. Em Tesoura, fui levado a um santuário. Em Pau de Ferros, mostraram-me outros artistas. Mas para uma troca mais plena seria necessário um tempo de fixação no lugar, as negociações exigem paciência e são construídas de forma política. Como disse, os lugares sempre apontavam para outros lugares, vou construindo uma cartografia de várias camadas: artística, política, social, ambiental, educacional e sensível.

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Créditos
Presidente: Milú Villela
Diretor-superintendente: Eduardo Saron
Superintendente administrativo: Sérgio Miyazaki
Gerente do Núcleo de Comunicação e Relacionamento: Ana de Fátima Sousa
Coordenador do Núcleo de Comunicação e Relacionamento: Carlos Costa
Produção Rumos Itaú Cultural: Mayra Koketsu
Gerente do Núcleo de Audiovisual e Literatura: Claudiney Ferreira 
Coordenadora de conteúdo audiovisual: Kety Fernandes Nassar
Produção audiovisual: Caroline Rodrigues
Captação e edição: Douglas Lambert (terceirizado)

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