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32ª Bienal de São Paulo | As residências artísticas na construção da mostra

A 32ª Bienal de São Paulo reúne obras que discutem, cada uma a seu modo, as condições de vida em um tempo marcado por mudanças contínuas....

Publicado em 01/11/2016

Atualizado às 10:33 de 03/08/2018

32ª Bienal de São Paulo reúne obras que discutem, cada uma a seu modo, as condições de vida em um tempo marcado por mudanças contínuas. Com o título Incerteza Viva, a mostra fica em cartaz entre os dias 7 de setembro e 11 de dezembro de 2016, no Pavilhão Ciccillo Matarazzo do Parque Ibirapuera.

O Observatório Itaú Cultural conversou com a coordenadora geral de projetos da Fundação Bienal, Dora Silveira Corrêa. Na entrevista, ela fala sobre o programa de residências artísticas que a Bienal realiza em parceria com outras instituições. Leia aqui.

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Como nasceu e como funciona o programa de residências artísticas promovido pela Fundação Bienal?

O programa nasceu como parte do projeto curatorial da 27ª Bienal (2006), a partir das seguintes premissas: confrontar os artistas participantes com uma situação desconhecida capaz de motivá-los e desafiá-los à criação; apresentar obras inéditas na mostra, inspiradas na geografia política do Brasil; e proporcionar a articulação dos artistas com agentes locais, promovendo relações que possam se desdobrar no futuro.

Dez artistas participaram do programa de residências daquela 27ª edição da mostra, em São Paulo – na Fundação Armando Alvares Penteado (Faap) –, em Rio Branco e no Recife. Na 29ª Bienal (2010), a Fundação fez parceria com o projeto Capacete para realizar residências em São Paulo e no Rio de Janeiro. Na 30ª (2012), retomamos a parceria com a Faap e sete artistas participaram do programa no Edifício Lutetia. Na 31ª (2014), 13 artistas ou duplas de artistas participaram da residência da Faap. Na edição de 2016, a 32ª, foram oito os artistas/duplas residentes em São Paulo, além de uma residência em Salvador [da artista sul-africana Helen Sebidi, no Goethe-Institut].

A parceria com a Faap vem possibilitando a presença de artistas internacionais na cidade para a realização de pesquisas e a produção de obras para as bienais de São Paulo.

Quais as diferenças entre as residências oferecidas em parceria com a Faap e as que são promovidas com outras instituições?

As características da parceria variam de instituição para instituição. É importante ressaltar que tanto a Faap quanto o Goethe-Institut são instituições parceiras da Fundação Bienal já há alguns anos, e o teor dessas parcerias se estende para além das residências. De maneira geral, as residências são processos com retorno muito positivo e impactante, tanto para a Fundação Bienal quanto para os artistas, que têm a oportunidade de passar longos períodos no país, estabelecendo relações e criando novas redes de trabalho.

É a Fundação Bienal que seleciona e convida os artistas que participarão das residências?

Os curadores de cada edição da Bienal selecionam e convidam os artistas para fazer residências no Brasil. São escolhidos nomes cuja pesquisa e cujo processo de trabalho poderão se beneficiar da experiência de viver no Brasil por dois a três meses. A partir do convite, são definidas as datas e os locais, de acordo com a disponibilidade dos artistas e das residências que os receberão.

Em que medida essas residências influenciam o caráter final das exposições?

Na 30ª Bienal, sete artistas participaram da residência na Faap e o número de obras comissionadas chegou a 41% do total da exposição. Na 31ª edição do evento, foram 13 artistas ou duplas residentes na Faap, e 60% das obras foram comissionadas especialmente para a mostra. Na 32ª, nove artistas participaram da residência e 75% das obras foram comissionadas para a exposição. Percebe-se uma tendência crescente à produção de obras comissionadas, isto é, concebidas e produzidas especialmente para a Bienal de São Paulo. As residências no Brasil certamente têm um forte impacto no processo de criação das novas obras.

Também destaco o fato de que a continuidade da parceria com a Faap proporcionou o aperfeiçoamento do processo de troca entre os artistas residentes e a comunidade local, incluindo os estudantes da própria faculdade. Da parte da Fundação Bienal, procuramos dar suporte para que esse contato seja facilitado e estimulado, tanto em São Paulo quanto em outras cidades brasileiras.

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