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Boca do Céu

Auditório será palco da abertura da sétima edição do evento

Publicado em 02/05/2016

Atualizado às 10:23 de 03/08/2018

Libras

No dia 16 de maio o Auditório Ibirapuera será palco da abertura da sétima edição do Boca do Céu – Encontro Internacional de Contadores de Histórias. Na ocasião, será apresentado o espetáculo Quanto É Grande o Autor da Natureza: Contos e Cantos do Brasil e Outros Lugares, com participação de contadores de histórias e músicos convidados.

Os artistas brasileiros Fernanda de Paula, Gabriel Levy, Giba Pedrosa, Josiane Geroldi, Lenna Bahule, Marcelo Pretto, Marina Pittier, Paulo Federal, Paulo Freire, Thomas Howard, Toninho Carrasqueira e Urga Maira e a colombiana Carolina Rueda integram o time de contadores e músicos que se revezam para cantar, tocar e contar histórias. O público também é convidado a participar.

Segundo Regina Machado, criadora, curadora e diretora artística do Boca do Céu, as diferentes manifestações da tradição oral brasileira conduzem o espetáculo. “É como se nós fizéssemos um passeio por algumas coisas muito típicas da nossa cultura”, define. “Mas dizer que é um mapeamento é errado [...] Nós estamos costurando conto popular, romance, personagens, canção brasileira.” Ela diz ainda que o encontro é um espaço para trocar repertório e experiências – uma porção de coisas que, de algum modo, vão engrandecer em cada pessoa a sua prática diária e a sua pesquisa”.

O canto “Araruna”, dos índios paracanã, do Pará – gravado na voz da cantora, compositora e pesquisadora da cultura indígena brasileira Marlui Miranda –, abre a apresentação. “Nós achamos que a coisa mais importante é começar com a palavra mais ancestral brasileira [...] Com a voz mais ancestral da nossa cultura, que é a voz ameríndia”, diz Regina. Na sequência, serão interpretados – entre cantos, contos e histórias – “Pra Onde Vai Valente?”, “O Boi Leição”, “Causo do Rio Abaixo”, “Muito Capeta”, “Conto do Saci”, “A Donzela Guerreira”, “Canção”, “Riranzo”, “Kundaka Kambidi”, “O Dragão e a Serpente”, “O Filho do Ferreiro e a Moça Invisível” e “A Natureza É Assim (Quanto É Grande o Autor da Natureza)” (veja abaixo detalhes do repertório).

“'A Natureza É Assim (Quanto É Grande o Autor da Natureza)' é uma música criada por um senhor chamado José Vicente da Paraíba”, conta Regina. “Ele é um grande artista popular, escreve embolada [...] E é bastante conhecido dos músicos brasileiros [já foi cantado por Maria Bethânia e Zé Ramalho, entre outros nomes]”, acrescenta ela. “A música é uma louvação ao criador da natureza. Ele vai explicando uma série de situações; tudo aquilo que existe na natureza é cantado.”

Perguntada se a narração de histórias vem ganhando mais espaço diante do público nos últimos anos, Regina considera que sim, mas diz que esse é um trabalho de formiguinha. “Essas conquistas acontecem pela qualidade do trabalho do contador de histórias. Para isso, é necessário que haja uma consciência do próprio contador – da importância do seu trabalho, do propósito. Isso não se conquista da noite para o dia”, argumenta.

Sobre o que é preciso para se tornar um bom contador de histórias, Regina diz que é aprender a escutar. “Essa é a qualidade essencial do contador de histórias”, explica. “É escutar e exercitar a sua própria percepção de tudo [...] Do ambiente, da natureza, das pessoas [...] Perceber e ficar sabendo que não é do dia para a noite que você vai aprender alguma coisa, mas que nós temos sempre uma coisa nova para aprender. É uma curiosidade viva com relação à arte das palavras.”

A apresentação conta com interpretação na Língua Brasileira de Sinais (Libras). No Itaú Cultural, as atividades da programação do Boca do Céu acontecem de 17 a 20 de maio. Para mais informações, clique aqui

Repertório

“Araruna” (composição dos índios paracanã, do Pará) | adaptação, arranjo e voz de Marlui Miranda, do álbum Ihu – Todos os Sons (1995)

“Pra Onde Vai Valente?” (autoria de Manezinho Araújo) | com Marcelo Pretto

“O Boi Leição” (conto de domínio popular) | com Giba Pedrosa e Marcelo Pretto

“Causo do Rio Abaixo” (autoria de Paulo Freire) | “Muito Capeta” (autoria de Ângela Lago) |

“Conto do Saci” (conto do livro Saci-Pererê: Resultado de um Inquérito, de Monteiro Lobato) | com Josiane Geroldi e Paulo Freire

“A Donzela Guerreira” (romance tradicional da Galícia de domínio popular) | “Canção” (romance tradicional recolhido na Bahia de domínio popular) | com Urga Maira, Fernanda de Paula e Marina Pittier

“Riranzo” (autoria de Nácio Makanda/Moçambique) | “Kundaka Kambidi” (música popular do povo chope/Moçambique de domínio popular) | com Lenna Bahule e Marcelo Pretto

“O Dragão e a Serpente” (autoria de Gustavo Roldán/Argentina) | com Carolina Rueda (Colômbia)

O Filho do Ferreiro e a Moça Invisível” (conto do livro No Meio da Noite Escura Tem um Pé de Maravilha, de Ricardo Azevedo) | com Paulo Federal e Thomas Howard

“A Natureza É Assim (Quanto É Grande o Autor da Natureza)” (autoria de Zé Vicente da Paraíba, do álbum Viola e Amigos) | com Fernanda de Paula,Marcelo Pretto, Marina Pittier e Paulo Freire

Sobre Regina Machado
Contadora de histórias para adultos e crianças desde 1980, é mestre em teatro educacional pela Universidade de Nova York, nos Estados Unidos, com doutorado na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP) em 1989. É professora livre-docente do Departamento de Artes Plásticas da ECA/USP e autora dos livros A Arte da Palavra e da Escuta (Editora Reviravolta/Companhia das Letras, 2015), O Menino e o Vento (Companhia  das Letrinhas, 2015), O Violino Cigano e Outros Contos de Mulheres Sábias (Seguinte/Companhia das Letras, 2004), Nasrudin (Companhia das Letrinhas, 2001), A Formiga Aurélia e Outros Jeitos de Ver o Mundo (Companhia das Letrinhas, 1998) e Cláudio Tozzi (Editora Moderna, 2004), da série Mestres das Artes no Brasil.

Boca do Céu
segunda 16 de maio
às 20h
[duração aproximada: 90 minutos]

Entrada gratuita [os ingressos serão distribuídos na bilheteria do Auditório, uma hora e meia antes da apresentação. Limite de dois ingressos por pessoa. Sujeito à lotação da casa (476 lugares). Os demais assentos serão reservados a grupos escolares.]

[livre para todos os públicos]

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