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Cinema no Brejo: Laboratório Rural de Formação e Experimentação Audiovisual

Nos pequenos vilarejos Uirapuru, também conhecidos como Brejo, e Mulungu, situados no interior do Ceará, um grupo de jovens produtores de audiovisual está sendo formado

Publicado em 07/05/2019

Atualizado às 18:08 de 28/05/2019

por Letícia de Castro

Nos pequenos vilarejos Uirapuru, também conhecidos como Brejo, e Mulungu, situados no interior do Ceará, um grupo de jovens produtores de audiovisual está sendo formado. Iniciado em novembro de 2018, com o apoio do Rumos Itaú Cultural, o projeto Cinema no Brejo – Laboratório Rural de Formação e Experimentação Audiovisual realizou uma série de oficinas e workshops com estudantes secundaristas da região, que já começam a montagem dos filmes criados durante o processo.

Capitaneado pelos produtores e professores Ana Paula Vieira, Clara Bastos, Leonardo Câmara e Rúbia Mércia Medeiros, a ideia do projeto teve início com uma série de exibições cinematográficas ao ar livre na mesma cidadezinha Uirapuru e em escolas rurais do Maciço de Baturité, região serrana do Ceará, onde a cidade está localizada. Ao perceber o grande interesse dos jovens alunos pelo fazer cinematográfico, o grupo promoveu algumas oficinas de audiovisual nas escolas e decidiu ampliar a ação. O resultado é o projeto Cinema no Brejo.

“O projeto busca incentivar e potencializar as práticas da região a partir do pensamento das narrativas locais. Discutimos a diversidade do trabalho local como elemento de criação e fabulação dos exercícios realizados na formação”, diz uma das coordenadoras, Rúbia Mércia Medeiros. A formação foi organizada em três ciclos: Brincar, Trabalho e Terra. Cada um foi composto de oficinas teórico-práticas, cineclubes e vivências com convidados que incluem cineastas, pesquisadores, atores, além de professores de cinema. Para garantir o intercâmbio com os saberes e a realidade locais, também participaram profissionais da região, que atuam nas mais diversas áreas, como agricultura, biologia e turismo. A ideia, segundo Rúbia, era que os alunos pudessem “construir um olhar crítico sobre o meio onde vivem através do fazer audiovisual”.

No ciclo Brincar, por exemplo, a atriz Thais de Campos propôs uma vivência de cinema ao vivo em parceria com Vanildo Franco, morador da região, que realizou uma oficina de instrumentos sonoros com material reciclável. Ao final da atividade, os estudantes brincaram com as imagens e os sons construídos por eles. Já no ciclo Trabalho, a atriz Nataly Rocha trabalhou a expressão corporal e a relação com gestos do cotidiano. No ciclo Terra, o tema foi a paisagem sonora e o pensamento de som no cinema, trabalhado durante uma caminhada por um sítio de café, onde os estudantes gravaram sons e imagens. Por fim, os alunos vão finalizar e montar o material captado ao longo das oficinas para criar seus próprios filmes.

Ao longo das oficinas e de diferentes atividades, as técnicas do audiovisual foram introduzidas em exercícios, como o “minuto Lumiére”, percursos sonoros, mapa afetivo e cartografia da comunidade, que aproximaram os alunos do manuseio de câmeras, gravadores de som e programas de edição. Com isso, eles aprenderam planos cinematográficos e princípios de fotografia, gravação de som e imagem, montagem e escrita narrativa.

Além da formação audiovisual, o projeto realiza o CineBrejo, cineclube itinerante pelas regiões Uirapuru, Mulungu, Lameirão, Catolé e por outras comunidades do Maciço de Baturité.

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