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Letrux | INGRESSOS ESGOTADOS

A cantora apresenta o show Letrux em Noite de Climão

Publicado em 29/03/2018

Atualizado às 00:49 de 20/06/2020

Libras

por Heloísa Iaconis

Como um raio, a cor vermelha surgiu para Letícia Novaes. Vermelho. Vermelho-força. Vermelho-paixão. Vermelho-sangue. Vermelho de quem sofre e, ainda assim, dança. Vermelho que, sendo um matiz que tanto carrega, se torna também palavra e música no show resultante do primeiro álbum solo da cantora. A apresentação, fundamentada no repertório do disco Letrux em Noite de Climão (2017), leva para o palco a atmosfera de mistério agitado que entremeia cada nota de “Coisa Banho de Mar”, “Noite Estranha, Geral Sentiu” e “Ninguém Perguntou por Você”, entre outras canções. 

Em 2015, Letícia começou a elaborar, ao lado de Arthur Brangati (tecladista, produtor e grande amigo), o atual trabalho, versos que dialogam com ressacas várias – dos desamores íntimos às paranoias coletivas. Incômodos que não podem impedir que o sujeito caminhe. “Precisamos sobreviver”, condensa a artista. Dessa necessidade, nasceram as 11 faixas, inspiradas em todas as musas da intérprete, grupo que contempla desde suas duas avós até as cantoras Mina e PJ Harvey.

Quando tamanha névoa ganha a organicidade do ao vivo, o público é convidado, de modo firme, a participar da trajetória de uma heroína, protagonista de uma saga desastrosa e romântica. Entre risos e lágrimas, existe o amar. O sentir. O viver. “O show tem poesia, tem meus erros, performances, a banda em ação. O show é vivíssimo”, comenta Letrux. Além do tom escarlate, antúrios são espalhados pelo palco: flores hermafroditas que, explica a compositora, representam as potências feminina e masculina, Yin e Yang, presentes no conjunto de músicos e na obra.

Essa correnteza de símbolos se concatena a diferentes prismas da carioca. Quando pequena, ouvia música com os pais nos fins de semana e, voltada para o espelho, dublava, divertia-se e entrava em contato com o que hoje define tudo o que faz: a capacidade de se emocionar. Logo que foi alfabetizada, começou a escrever poeminhas, anotações, frases que, por vezes, recebiam melodias. Brincadeira que, anos depois, virou assunto sério. “Eu me acho mais escritora do que cantora: minha base é literatura; escrevo todo dia, mas não canto todo dia”, diz. A formação de atriz completa o leque da multiartista, que faz uso de todas essas facetas para criar um clima próprio em seu trabalho.

Em busca de expressões que fujam da mecanicidade do mundo, Letícia toma como guia o misticismo. “Arrepios são confirmatórios, intuição me vale mais do que uma indicação”, garante. Ela percebe que, para a sua alegria, o público que a acompanha também anseia por ultrapassar o ramerrão: “São pessoas sensíveis que querem ter uma vida para além de pagar boletos ou enriquecer a qualquer custo. Querem se emocionar”, observa. Nessa caminhada, Letrux vem colaborando com Letícia: as duas são uma, sendo a primeira um tanto mais maluca, com guarda baixa e devaneios na fala. Uma que integra a outra, ambas que abraçam atividades, letras (escritas, encenadas, cantadas), desassossegos e fascínios.

Letrux [com interpretação em Libras] | INGRESSOS ESGOTADOS
sábado 21 de abril de 2018
às 21h
[duração aproximada: 90 minutos]
ingressos: R$ 30 e R$ 15 (meia-entrada)
[classificação indicativa: 12 anos]
 

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