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Morre Renato Roberto Cuoco, um dos responsáveis pelas origens da “Enciclopédia Itaú Cultural de arte e cultura brasileira”

A trajetória profissional do executivo, enraizada no setor bancário, marcou a história do grupo Itaú e a evolução da área de tecnologia da informação no país

Publicado em 06/08/2021

Atualizado às 18:39 de 16/08/2022

Morreu nessa quinta-feira, 5 de agosto, em São Paulo (SP), Renato Roberto Cuoco, integrante da Diretoria Executiva do Itaú Cultural (IC), ex-vice-presidente de Operações e TI do Banco Itaú e um dos criadores das bases de dados que deram vida à Enciclopédia Itaú Cultural.

A trajetória profissional do executivo, enraizada no setor bancário, marcou a história do grupo Itaú e a evolução da área de tecnologia da informação no país. Em depoimento concedido ao Memória Unimed Rio, datado de 2003, Cuoco conta que sua “primeira experiência profissional, primeira e quase única, foi o Banco”. Iniciando a carreira no Banco da América, o executivo chega ao Itaú após a fusão das duas instituições em 1969.

“Eu passei a trabalhar no Itaú. Foi uma das coisas que marcou muito a minha vida. [...] Uma das coisas que me impressionou bastante foi o interesse do Dr. Olavo [Setúbal], que tinha 40 e poucos anos naquela época, [...] não só a respeito do trabalho. Mas o que é que eu fazia, aspectos da minha família, o que é que eu estudava e tal. Aí eu achei muito diferente.”

Um dos executivos que participaram ativamente da fundação do então Instituto Cultural Itaú, em 1989, Cuoco, à época “um jovem de 40 anos” em suas palavras, teve papel fundamental na digitalização de pinturas e na democratização de informações a respeito de obras, biografias e estilos de “mais de 2 mil pintores atuantes no Brasil”, segundo matéria do jornal Diário popular, de 5 de outubro daquele ano.

“Eu participei do Instituto Cultural desde a sua fundação, há 30 anos, quando eu era um jovem de 40 anos. Eu trabalhava na área de informática do Banco Itaú. E o instituto foi criado a partir de recursos de informática para gerar bancos de dados para divulgar aspectos da arte ligada ao Brasil numa forma mais difusa.”
(em depoimento concedido à equipe do Itaú Cultural)

Naquele período, com tecnologia desenvolvida pela Itautec, determinada obra era filmada, transformada em linguagem digital e reproduzida em telas.

Já na década de 1990, no cargo de vice-presidente da área de Recursos Operacionais do Banco Itaú, Cuoco antecipou as possíveis panes no sistema do temido Bug do Milênio – um receio geral de que as máquinas não reconhecessem datas após a virada de 1999 para 2000. Em um período marcado por especulações e tensões, o Projeto Itaú ano 2000 foi criado em 1996.

“O projeto foi concluído em 31 de dezembro de 1998. Foram 360 mil horas de análises de programação, para que tudo transcorresse sem problemas na passagem para o ano 2000.”

Atento à importância da boa gestão de pessoas para equipes com boa performance, Cuoco, que sempre se considerou muito mais bancário do que um homem da tecnologia, gostava de estar em sala de aula, entre alunos.

“Aquilo que eu recebi da sociedade, em poder fazer um curso gratuito, acho que naquele período que eu dei aula [na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo] eu retribuí em parte. [...] Você tem até obrigação de devolver alguma coisa. Se cada um fizer sua pequena revoluçãozinha, o mundo será bem melhor.”

Renato Roberto Cuoco
Renato Roberto Cuoco (imagem: Divulgação)
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