Acessibilidade
Agenda

Fonte

A+A-
Alto ContrasteInverter CoresRedefinir
Agenda

Novos nomes da fotografia no Brasil – Ana Alexandrino – Rio de Janeiro, Rio de Janeiro

É impossível comentar a fotografia da cena cultural brasileira dos últimos anos, principalmente da nova música, sem falar de Ana Alexandrino

Publicado em 02/10/2020

Atualizado às 19:17 de 16/08/2022

É impossível comentar a fotografia da cena cultural brasileira dos últimos anos, principalmente da nova música, sem falar de Ana Alexandrino (Rio de Janeiro/RJ, 1978), fotógrafa que mora, desde 2015, em São Paulo (SP). A lista de artistas retratados por Ana inclui Letrux, Ava Rocha, Alice Caymmi, Duda Beat, Arthur Nogueira e Negro Leo, entre outros nomes.

Veja também:
>> 
Gê Viana (MA) 
>> 
Marta Egrejas (RJ)
>> Maria Isabel Oliveira (MG)
>> Laíza Ferreira (PA)
>> Cristiano Sant'Anna (RS)

>> Andressa Ce (SP)
>> Daniela Curvelo (BA)

Iky Castilho, rapper e produtor musical (imagem: Ana Alexandrino)

Em maio, após dois meses de pandemia, Ana começou as “fotopatias”, ensaios fotográficos realizados a distância. “A fotopatia nasceu porque o sapo pula para se adaptar", diz. De São Paulo, fotografou Luana Carvalho, Marcelo Perdido, Mariana Falcão, Babi Amaral, Paulo Carvalho, o rapper Iky Castilho e até uma peça de teatro, a Cabaret Privé, do diretor Pedro Granato.

Paulo Carvalho, músico (imagem: Ana Alexandrino)

Com a palavra, Ana Alexandrino:

Percebi a necessidade dos artistas que acompanho de se manterem atualizados, independentemente de tudo. Muita gente criando e precisando de imagens para ilustrar essas criações. Eu pesquisei bastante, pessoas do cinema, pois essa “foto” agora se tratava de um frame, e queria saber captar o melhor frame. Eu me frustrei bastante e passei horas no Photoshop para trazer contorno, definição, pintando as fotos meticulosamente. Hoje prefiro fazer com quem tem câmera em casa. A pessoa não precisa saber mexer no seu próprio equipamento: ela me envia uma foto dela antes, e eu estudo essa câmera para orientar as configurações na hora, junto com o fotografado. Numa chamada de vídeo, circulo pela casa da pessoa, no mesmo horário em que iremos fazer as fotos, para analisar a luz. Definimos as locações, vou ao seu armário, escolhemos as roupas juntas, separamos ou não objetos cenográficos, definimos movimentos, intenções. E na hora “fotopática” essa troca flui que é uma beleza! Tudo se desenrola sempre em videochamada, às vezes em dois celulares, noutras usando até caixa de som, optando, conforme for, pela luz natural ou pela luz contínua. Com ou sem assistente, amo as pessoas que conheci e que cocriaram comigo.

Luana Carvalho, cantora e compositora (imagem: Ana Alexandrino)

Fotopatia é um recurso, uma visita, até um passe, porque todo mundo sai da experiência se sentindo leve. Independe de espaço geográfico. Em breve, haverá uma na Holanda. Embora não fisicamente, durante a sessão estamos juntos o tempo todo: enquanto o cliente está se enrolando para trocar a roupa, a gente está rindo pra caramba. Estamos debatendo uma imagem e aprendendo juntos. Fotopatia não é só técnica, é alma. Muita gente se emociona ao se ver, e até se transforma. Fotopatia não cobre apenas a necessidade comercial, há todo um efeito psicológico, uma valorização da autoestima.

Marcelo Perdido, músico (imagem: Ana Alexandrino)

O barato é o próprio desafio. Amo o fator surpresa, amo o ajuste, o rascunho, amo entrar e me misturar com o outro, entender o que o outro quer. Nesse quesito, tem dado certo até aqui. 

Babi Amaral, artista (imagem: Ana Alexandrino)

Cassiano Viana (@vianacassiano) é editor do site About Light.

Compartilhe