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O Corpo da Mulher como Campo de Batalha

No dia 10 de outubro de 2017, o Itaú Cultural recebe a montagem O Corpo da Mulher como Campo de B...

Publicado em 26/09/2017

Atualizado às 12:12 de 03/08/2018

Libras

No dia 10 de outubro de 2017, o Itaú Cultural recebe a montagem O Corpo da Mulher como Campo de Batalha, desenvolvida sobre texto do escritor romeno Matéi Visniec e que trata, entre o documental e a poesia, de um dos conflitos mais violentos e arrasadores em solo europeu desde o final da Segunda Guerra Mundial: a Guerra da Bósnia.

Com duração de mais de três anos – a guerra teve início em abril de 1992 e só terminou no final de 1995 –, o conflito se deu na região dos Bálcãs e englobou uma série de disputas étnicas e territoriais entre os diferentes povos locais, como os sérvios, os bósnios e os croatas. Entre as diversas táticas de guerra utilizadas no período, o estupro sistemático de mulheres foi uma das mais gritantes. Durante o embate, foram violentadas cerca de 50 mil mulheres, muitas das quais engravidaram e, sem poder abortar, geraram filhos e filhas frutos de uma agressão.

É a partir desse cenário de crueldade que Visniec e, nesta montagem, a diretora Malú Bazan e as atrizes Camila Turim e Patrícia Pichamone nos apresentam duas personagens: Dorra e Kate. Dorra, interpretada por Turim, é uma refugiada estuprada durante o conflito. Kate, vivida por Pichamone, é uma médica voluntária estadunidense. No final do ano de 1994, elas se encontram em um hospital da Otan e passam a desenvolver uma relação complexa. Apesar de uma resistência inicial, as duas dividem suas histórias e, juntas, buscam forças para dar continuidade a suas respectivas trajetórias.

Na cenografia, tem destaque o elemento da terra, que representa a sujeira que, pouco a pouco, toma conta da cena e revela a imagem daquelas que foram contaminadas pela violência da guerra, pelo afastamento da família e pela brutalidade do estupro. As conjunturas históricas abrem espaço para que se discutam, mais de 20 anos depois, temas atuais como a violência contra a mulher, o estupro como arma de guerra, os movimentos extremistas, o aborto e a maternidade.

A atriz Camila Turim destaca que, para ela, o primeiro impacto do texto “foi de como o nacionalismo é presente na manipulação de poder, o qual representa o pensamento conservador e masculino. O estupro é utilizado como arma de guerra tanto na humilhação do inimigo, como método de procriação forçada da etnia vencedora. A peça dialoga com temas muito atuais, para além da Guerra da Bósnia, como o crescimento desse conservadorismo que separa homens em muros ou o preconceito sofrido por refugiados”.
 

O Corpo da Mulher como Campo de Batalha [com interpretação em Libras]
terça 10 de outubro de 2017
às 20h
[duração aproximada: 75 minutos]
Sala Itaú Cultural (piso térreo) – 224 lugares

Entrada gratuita

distribuição de ingressos
público preferencial: duas horas antes do espetáculo | com direito a um acompanhante – ingressos liberados apenas na presença do preferencial e do acompanhante
público não preferencial: uma hora antes do espetáculo | um ingresso por pessoa

[classificação indicativa: 14 anos]

Clique aqui para saber mais sobre a distribuição de ingressos.

FICHA TÉCNICA
Texto
Matéi Visniec
Direção Malú Bazán
Elenco Camila Turim e Patrícia Pichamone
Cenografia Anne Cerrutti
Figurinos Anne Cerrutti e Cibele Gardin
Audiovisual e fotos Cassandra Mello
Desenho de luz Miló Martins
Operação de luz Fernanda Guedella
Produção-executiva Larissa Barbosa
Coordenação de produção Camila Turim
Produção CAO – Como Amar o Outro

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