O tema dos setores criativos ganhou atenção no final da década de 1990, após sua ampla adoção nas políticas públicas do Reino Unido. A lógica do governo britânico é que existe um potencial especial de geração de crescimento econômico nos setores que geram valor pela criatividade, especialmente com a ascensão da importância das atividades baseadas em conhecimento. Em virtude de seu pioneirismo nessa discussão, o governo britânico também foi o primeiro a delimitar quais eram os setores criativos, por meio do seu Departamento de Cultura, Mídia e Esporte (DCMS). Com o passar dos anos e com o aprofundamento dos estudos sobre o tema, o DCMS sofisticou o seu modelo de classificação, adotando a metodologia da intensidade criativa ― uma nova forma de determinar setores que tem como base resultados empíricos.

Segundo o modelo de intensidade criativa, os setores criativos são aqueles que possuem um maior percentual de trabalhadores criativos sobre o total de trabalhadores empregados. Desse modo, o modelo considera a criatividade dos trabalhadores o elemento central da geração de valor nos setores criativos.

Para determinar os trabalhadores criativos de maneira concreta, o modelo de intensidade criativa traduz esse conceito amplo em cinco critérios de avaliação: novos processos; resistência à mecanização; não repetição e não uniformização de função; contribuição criativa à cadeia de valor; interpretação, não mera transformação. É necessário que uma ocupação atenda, no mínimo, a quatro deles para ser considerada criativa.

No presente artigo Camila Cauzzi parte do modelo britânico para propor sua aplicação no cenário brasileiro, metodologia esta que foi utilizada no Painel de Dados do Observatório. Baseando se na listagem de ocupações de trabalho consideradas criativas, inspirada no trabalho original do DCMS, com algumas adaptações para a realidade e para as codificações ocupacionais brasileiras. As ocupações criativas foram traduzidas na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), o que permite identificar os trabalhadores da economia criativa.

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