Eixos

Vida dedicada à Sétima Arte

Da vida de cinéfilo em São Paulo, os primeiros estudos em Paris e a passagem pela TV à construção da obra cinematográfica de Eduardo Coutinho e uma súbita aversão pela escrita, a Ocupação dedicada ao cineasta trata dos mais diferentes aspectos de seu trabalho e formação na vida. Veja abaixo os principais eixos que compõem a mostra.

Primeiras conversas apresenta um jovem Eduardo Coutinho, que cresceu cinéfilo em São Paulo (SP) e estudou cinema em Paris, na França, onde realizou seus primeiros curtas. De volta ao Brasil, seguiu carreira e, por um breve tempo, foi crítico de cinema.

Uma TV na vida de Eduardo Coutinho é pontuação curiosa, ora produtiva, ora crítica. Ganhou um prêmio respondendo a perguntas sobre Chaplin num programa da Record, o que lhe possibilitou viajar para a França em 1957, onde estudou no Institut des Hautes Études Cinématographiques (Idhec). Nos anos 1970, trabalhou no Globo Repórter. Nos 50 anos da TV brasileira, realizou o curta Porrada! em parceria com a TV Pinel. Por fim, em 2009, condensou o bestiário da TV aberta no protofilme Um Dia na Vida.

Citações e paródias, faceta menos conhecida do cineasta, manifestada em filmes, textos e até dedicatórias. Em seu primeiro e único curta de ficção, Le Téléphone, a personagem se expressa com frases de um livro de gramática francesa. A lista de compras de Rosinha em O Homem que Comprou o Mundo, é um primor de surrealismo. Eduardo Coutinho planejou ainda um filme feito somente de citações.

Fios da memória são habilmente puxados em Cabra Marcado para Morrer, O Fio da Memória, Volta Redonda: Memorial da Greve e Peões. Nesses trabalhos, Eduardo Coutinho se dedicou especialmente à reconstrução de lembranças pessoais no bojo de experiências históricas. São os títulos mais claramente políticos de sua obra.

O efeito câmera atuou de maneira especial quando Eduardo Coutinho retirou Elizabeth Teixeira da clandestinidade em Cabra Marcado para Morrer, deixou Theodorico, o Imperador do Sertão “sequestrar” a sua reportagem e insistiu para filmar os personagens de Boca de Lixo. O documentário pode não mudar o mundo, mas pode mexer com a vida e o ego dos personagens.

Potências da fala atuam plenamente no cinema de Eduardo Coutinho, que costumava dizer: "O som mais bonito que existe é a voz humana”. É na fala que seus personagens se constituem e se reinventam diante da câmera. Os corpos falam também com as expressões do rosto, as sutilezas do olhar, o traçado dos gestos.

Jogos de cena não surgiram de repente na obra de Eduardo Coutinho. Dirigiu Pluft, o Fantasminha em Paris nos anos 1950, trabalhou com Amir Haddad e Chico de Assis, adaptou A Falecida, de Nelson Rodrigues, com o amigo Leon Hirszman, e aproximou Shakespeare do cangaço em Faustão. Em As Canções, Jogo de Cena e Moscou estimulou a autofabulação dos personagens em busca de uma espécie de teatro da vida.

Santos fortes estão presentes em muitos documentários de Eduardo Coutinho, e não apenas em Os Romeiros do Padre Cícero e Santo Forte. Apesar de agnóstico, ele esteve sempre atento ao papel da religião na vida das pessoas. A fé e as crenças espirituais dos personagens eram um fator a ser considerado desde a fase de pesquisa.

O edifício Coutinho é o método todo pessoal que ele criou. O frescor e a profunda humanidade de seus filmes de conversa provêm de escolhas criteriosas na eleição de personagens, no ritual das gravações e na edição. O trabalho extensivo com os mesmos colaboradores garantiu um contínuo aprimoramento e uma convergência rara de propósitos em torno de uma ideia de cinema.

A conversa em crise apresenta momentos antológicos do cinema de Eduardo Coutinho, nos quais o diretor era desafiado pelas circunstâncias da filmagem ou pela verve de seus interlocutores.

Coutinho ator em brevíssimas e divertidas aparições em filmes de ficção, como Câncer, de Glauber Rocha, Garota de Ipanema, de Leon Hirszman, e O Homem que Comprou o Mundo, filme em que dirigiu e fez uma pequena figuração.

Os dispositivos eram as "prisões" com que Eduardo Coutinho delimitava tempo, espaço e estratégias para a realização de cada documentário. Com frequência, inseria no filme a explicitação dos procedimentos adotados.

Escritor acidental, Eduardo Coutinho em determinado momento de sua vida radicaliza e abandona a escrita. “Já escrevi, como qualquer pessoa. Fui jornalista, não era bom escritor, mas escrevia. Há vinte anos que eu não escrevo e espero morrer sem escrever. As razões provavelmente são psicóticas”, disse sobre sua decisão. Mas continuou a escrever, sempre em sua máquina portátil.

As Canções é um documentário de 2011 dedicado a uma das cenas que Eduardo Coutinho mais gostava de registrar: os outros cantando. Essas performances estão em seus filmes desde o início da carreira, nos anos 1960. Era uma forma de revelar outra dimensão de seus personagens.

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Ocupação Eduardo Coutinho

 

Abertura: 2 de outubro, a partir das 20h

Com lançamento do livro Sete Faces de Eduardo Coutinho

Visitação: até 24 de novembro

Classificação etária: livre

De terças-feiras a sextas-feiras, das 9h às 20h  (permanência até 20h30)

Sábados, domingos e feriados, das 11h às 20h

Piso térreo

 

 

Mostra de filmes – Terças de Cinema

Nos dias 1,8,15,22 e 29 de outubro e 5, 12, 19 e 26 de novembro

Com sessões às 17h e às 19h

 

Mostra de Filmes – Online

De 3 a 20 de outubro

 

Masterclass e curso

Nos dias 7, 30 e 31 de outubro e 1 e 2 de novembro

Itaú Cultural

 

Avenida Paulista, 149, Estação Brigadeiro do Metrô

Fones: 11. 2168-1777

Acesso para pessoas com deficiência

Ar condicionado

Estacionamento: Entrada pela Rua Leôncio de Carvalho, 108

Se o visitante carimbar o tíquete na recepção do Itaú Cultural:

3 horas: R$ 7; 4 horas: R$ 9; 5 a 12 horas: R$ 10.

Com manobrista e seguro, gratuito para bicicletas.

 

 

Realização:

Assessoria de Imprensa: Conteúdo Comunicação

 

Fone:  +55 11 5056-9800

 

 

No Itaú Cultural:

 

Fone: 11.2168-1950

 

Carina Bordalo (programa Rumos)

Fone: 11.2168-1906