Filmes

Filmografia na sala de cinema ou em casa

Em outubro e novembro, a programação Terças de Cinema do Itaú Cultural é também dedicada a Eduardo Coutinho. Com sessões às 17h e às 19h, a tela da Sala Itaú Cultural exibe filmes inteiramente dirigidos por ele; alguns em parceria com outros cineastas.  Entre eles, longas-metragens em película, como Faustão e Santo Forte. A programação começa em 1 de outubro – um dia antes da abertura da exposição –, com Le Téléphone, obra de seis minutos realizada por Coutinho quando estava no segundo ano do curso de cinema no Institut des Hautes Études Cinématographiques – Idhec, em Paris. Ela segue por toda a filmografia de Coutinho, encerrando no dia 26 de novembro com Últimas conversas, produção iniciada pelo cineasta e, após a sua morte, concluída por João Moreira Salles com a montadora Jordana Berg, em 2015.

 

 

 

MOSTRA PRESENCIAL – TERÇAS DE CINEMA

 

1 de outubro

Às 17h
Le Téléphone
(6 mins, 1959, 14 anos)

O filme conta a história de um homem que tenta fazer um pedido de casamento, mas é constantemente interrompido por um telefone e pela namorada que insiste em atendê-lo. O filme foi feito em 1959, quando Coutinho estava no segundo ano do curso de cinema no Institut des Hautes Études Cinématographiques – Idhec, em Paris.

O Homem que Comprou o Mundo
(100 minutos, 1968, 14 anos, 16mm)

José Guerra, humilde cidadão do país Reserva 17, procura ingenuamente descontar um cheque de cem mil strikmas que recebeu de misterioso hindu e acaba por lançar a confusão em um poderoso banco, onde um computador eletrônico, depois de mostrar-se impotente para realizar a conversão da quantia, ordena sua detenção. Com a revelação feita pelo sábio do país, as cem mil strikmas equivalem a dez trilhões de dólares, as autoridades exigem que o dinheiro seja depositado no banco estatal e ordenam o confinamento de José Guerra no interesse da segurança nacional. Isolado em uma fortaleza, casa-se secretamente com Rosinha. Em sua lua de mel, tem delírios e se vê perseguido na Estátua da Liberdade e no Maracanã. José consegue iludir seus opressores e empreende espetacular fuga, a pé, a cavalo, de patinete, na cidade e nas selvas. Não pode parar. Buscará sempre uma liberdade que sempre lhe fugirá.

Às 19h
Cabra Marcado para Morrer
(119 minutos, 1964-1984, 12 anos, DCP restaurado)

Em 1962, o líder da liga Camponesa de Sapé (PB), João Pedro Teixeira, é assassinado por ordem de latifundiários. Um filme sobre sua vida começa a ser rodado em 1964, com a reconstituição ficcional da ação política que levou ao assassinato. A produção é do Centro Popular de Cultura (CPC), da União Nacional de Estudantes (UNE), e do Movimento de Cultura Popular de Pernambuco, e a direção de Eduardo Coutinho. As filmagens com a participação de camponeses do Engenho Galiléia (PE) e da viúva de João Pedro, Elizabeth Teixeira, são interrompidas pelo Golpe Militar em 1964. Passados 17 anos, em 1981, Coutinho retoma o projeto, procura Elizabeth e outros participantes do filme interrompido, como o camponês João Virgínio, também atuante em ligas. O tema central passa a ser a história de cada um deles que, estimulados pela filmagem e revendo as imagens do passado, elaboram para a câmera o sentido de suas experiências. João Virgínio conta a tortura e a prisão que sofreu neste período. Enquanto Elizabeth, que havia mudado de nome e vivia refugiada em uma pequena cidade do Rio Grande do Norte com apenas um de seus 10 filhos, emerge da clandestinidade e reassume sua identidade. Ela também fala de sua prisão e do reencontro com os filhos, antes dispersos por várias cidades do Brasil, e da tentativa de reconstituir suas vidas.

 

8 de outubro

Às 17h
Faustão
(103 minutos, 1970, 16 anos, 35mm)

Drama de cangaço inspirado na peça Henrique IV, de William Shakespeare. O jovem Henrique, filho de um "coronel do sertão", é salvo por Faustão ao cabo de uma batalha da família Pereira contra os Araújo. Levado pelo bando de cangaceiros como refém de sequestro, Henrique, porém, se recusa a voltar à casa do pai. Uma nova relação pai-filho se estabelece na medida em que Faustão faz a educação de Henrique nas regras do cangaço e promove a iniciação sexual do rapaz com a sua prostituta preferida. Henrique deixa para trás família e noivado, passando a integrar o bando de Faustão. O tema da lealdade impossível em um contexto de diferenças de classe e sangue – tema subjacente ao universo ficcional de Shakespeare – torna-se aqui assunto central. Chegará o dia em que os laços sanguíneos cobrarão seu preço, e Henrique herdará a missão de combater os cangaceiros. (Filmografia Cinemateca Brasileira)

Às 19h
Moscou
Exibição seguida de debate
(78 minutos, 2009, livre)

Em Belo Horizonte, o Grupo Galpão e o diretor de teatro Enrique Diaz se dispuseram a enfrentar o desafio de montar, em três semanas, a peça As Três Irmãs, de Anton Tchekcov. O filme é composto de fragmentos dos workshops, improvisações e ensaios de uma peça que não teve e nem terá estreia.

 

15 de outubro

Às 17h
Boca de Lixo
(50 minutos, 1992, 18 anos)

O cotidiano de pessoas que catam roupas, objetos, alimentos e trabalham no Aterro de Itaoca, São Gonçalo, RJ.

Santa Marta: duas semanas no Morro
(54 minutos, 1987, 14 anos)

Em sua primeira experiência documental numa favela, Coutinho colhe livremente a palavra dos moradores da comunidade de Santa Marta, no Rio de Janeiro. Enfatiza a predominância de trabalhadores num morro ainda não dominado pelo tráfico de drogas. Ouve os jovens sobre seus planos de vida - entre eles o futuramente famoso traficante Marcinho VP - e as queixas dos moradores quanto à violência das batidas policiais. As câmeras registram performances musicais e depoimentos sobre temas diversos, como religião, preconceitos e questões comunitárias.

Às 19h
Santo Forte
(80 minutos, 1999, 12 anos, 35mm)

Em 5 de outubro de 1997, uma equipe de cinema entra na favela Vila Parque da Cidade, situada na Gávea, zona sul do Rio de Janeiro. Os moradores assistem à missa celebrada pelo Papa no Aterro do Flamengo. Em dezembro, a equipe volta à favela para descobrir como seus moradores vivem a experiência religiosa. Católicos, umbandistas ou evangélicos, todos eles têm em comum a crença em uma comunicação direta com o mundo sobrenatural através da intervenção, em seu cotidiano, de santos, orixás, guias, ou do Espírito Santo. (Filmografia Cinemateca Brasileira).

 

22 de outubro

Às 17h
O Fio da Memória
(115 minutos, 1991, livre)

O filme procura condensar, em personagens e situações do presente, a experiência negra no Brasil a partir de dois eixos – as criações do imaginário, sobretudo na religião e na música, e a realidade do racismo, responsável pela perda de identidade étnica e pela marginalização de boa parte dos cerca de 60 milhões de brasileiros de origem africana. Como fio condutor, as memórias e a obra de Gabriel Joaquim dos Santos na Casa da Flor, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro. (Filmografia Cinemateca Brasileira)

Às 19h
Babilônia 2000
(80 minutos, 2001, livre)

Na manhã do último dia de 1999, uma equipe de cinema sobe o morro da Babilônia, no Rio de Janeiro, onde existem duas favelas, Chapéu Mangueira e Babilônia. Com mais de quatro mil habitantes, estas são as únicas favelas situadas na orla de Copacabana, onde, à meia-noite, uma multidão de cerca de um milhão de pessoas se reúne para assistir à queima de fogos e festejar o réveillon. Durante 16 horas, cinco câmeras digitais, espalhadas pelo morro, registram os preparativos para a festa. Os moradores das favelas fazem um balanço de suas vidas e expressam suas expectativas para o ano 2000.

 

29 de outubro

Às 17h
Peões
(85 minutos, 2004, livre, 35mm)

Trabalhadores da indústria metalúrgica do ABC paulista que participaram do movimento grevista de 1979 e 1980, mas permaneceram em relativo anonimato, contam suas  histórias pessoais e recordam sua participação nas lutas do período.

Às 19h
Edifício Master
(110 minutos, 2002, livre, 35mm)

Durante sete dias, uma equipe de cinema filmou o cotidiano dos moradores do Edifício Master, situado em Copacabana, a uma esquina da praia. O prédio tem 12 andares e 23 apartamentos por andar – são 276 apartamentos conjugados, onde moram cerca de 500 pessoas. Trinta e sete delas contam suas próprias histórias: há os contentes, os iludidos, os desiludidos, os esperançosos, os sinceros, os desamparados, os felizes, os vencedores, os austeros, os doces, os tristes, os desempregados, os honrados, os esquecidos, os talentosos, os estrangeiros, os ressentidos, os enamorados. Edifício Master é um filme de histórias, de vidas.

 

5 de novembro

Às 17h
Cabra Marcado para Morrer
(119 minutos, 1964-1984, 12 anos, DCP restaurado )

Em 1962, o líder da liga Camponesa de Sapé (PB), João Pedro Teixeira, é assassinado por ordem de latifundiários. Um filme sobre sua vida começa a ser rodado em 1964, com a reconstituição ficcional da ação política que levou ao assassinato. A produção é do Centro Popular de Cultura (CPC), da União Nacional de Estudantes (UNE), e do Movimento de Cultura Popular de Pernambuco, e a direção de Eduardo Coutinho. As filmagens com a participação de camponeses do Engenho Galiléia (PE) e da viúva de João Pedro, Elizabeth Teixeira, são interrompidas pelo Golpe Militar em 1964. Passados 17 anos, em 1981, Coutinho retoma o projeto, procura Elizabeth e outros participantes do filme interrompido, como o camponês João Virgínio, também atuante em ligas. O tema central passa a ser a história de cada um deles que, estimulados pela filmagem e revendo as imagens do passado, elaboram para a câmera o sentido de suas experiências. João Virgínio conta a tortura e a prisão que sofreu neste período. Enquanto Elizabeth, que havia mudado de nome e vivia refugiada em uma pequena cidade da Bahia com apenas um de seus 10 filhos, emerge da clandestinidade e reassume sua identidade. Ela também fala de sua prisão e do reencontro com os filhos, antes dispersos por várias cidades do Brasil, e da tentativa de reconstituir suas vidas.

Às 19h
O Fim e o Princípio
(110 minutos, 2005, livre, 35mm)

Um filme nascido do zero. Sem pesquisa prévia, sem personagens, locações, nem temas definidos, uma equipe de cinema chega ao sertão da Paraíba em busca de pessoas que tenham histórias para contar. No município de São João do Rio do Peixe, descobre-se o Sítio Araçás, uma comunidade rural onde vivem 86 famílias, a maioria ligada por laços de parentesco. Graças à mediação de uma jovem de Araçás, os moradores – na maioria idosos – contam sua vida, marcada pelo catolicismo popular, pela hierarquia, pelo senso de família e de honra. Um mundo em vias de desaparecimento.

 

12 de novembro

Às 17h
Volta Redonda: Memorial da Greve
(39 minutos, 1989, 14 anos, direção de Eduardo Coutinho e Sergio Goldenberg)

Uma cidade nasceu, cresceu e prosperou em função de uma siderúrgica, a CSN – Companhia Siderúrgica Nacional, de Volta Redonda. A queda desta companhia significa a ruína de seus trabalhadores. O vídeo inicia mostrando um pouco da rotina da siderúrgica e a grande relação de dependência dos moradores para com a empresa. No final da década de 1970, o movimento operário começa a ganhar força e em 1988 os trabalhadores da CSN decretam uma grande greve. A intervenção militar é imediata e a repressão assassina três jovens operários e fere dezenas. A morte desses operários aumenta a força da greve e, no final, os trabalhadores obtêm a conquista total de suas reivindicações. Mas a grande ameaça, agora, passa a ser a privatização da empresa. O desemprego destrói a vida de muitas famílias da região, dando surgimento a miséria, violência,  achatamento salarial, precarização do trabalho, perda de direitos e destruição da organização sindical.

Mulheres no Front
(35 minutos, 1995, 14 anos)

O vídeo aborda o impacto de lideranças femininas em três comunidades de áreas distintas do Brasil. No Recife, a presidente de uma associação de moradores de bairro pobre fala das conquistas da entidade ao longo de 10 anos. Na periferia do Rio, município de Nova Iguaçu, um grupo de mulheres cobra das autoridades os serviços básicos que não chegam até ali ou, se chegam, funcionam precariamente. Em um subúrbio proletário de Porto Alegre, uma ONG forma promotoras legais populares, que conjugam a ação contra casos de violência familiar com a defesa do bairro no âmbito do Orçamento Participativo, criação vitoriosa do Partido dos Trabalhadores na prefeitura da cidade.

Às 19h
Jogo de Cena
Exibição seguida de debate
(107 minutos, 2007, livre, 35mm)

Atendendo a um anúncio de jornal, oitenta e três mulheres contaram suas histórias de vida num estúdio. Em junho de 2006, vinte e três delas foram selecionadas e filmadas no Teatro Glauce Rocha. Em setembro do mesmo ano, atrizes interpretaram, a seu modo, as histórias contadas pelas personagens escolhidas.

 

19 de novembro

Às 17h
ABC do Amor (O Pacto)
(95 minutos, 1966, 16 anos, direção Rodolfo Kuhn, Hélvio Soto e Eduardo Coutinho)

Coprodução entre Brasil, Chile e Argentina, o filme é dividido em três episódios: Noite Terrível (Argentina), com direção de Rodolfo Kuhn, Mundo Mágico (Chile), com direção de Hélvio Soto, e O Pacto (Brasil), dirigido por Eduardo Coutinho.

No caso do episódio brasileiro, O Pacto, uma moça suburbana aceita assédio de rapaz com a condição de um pacto de morte.

Às 19h
As Canções
(90 minutos, 2011, livre)

Homens e mulheres contam eposódios e cantam músicas que marcaram suas vidas.

 

26 de novembro

Às 17h
Jogo de Cena
(107 minutos, 2007, livre, 35mm)

Atendendo a um anúncio de jornal, oitenta e três mulheres contaram suas histórias de vida num estúdio. Em junho de 2006, vinte e três delas foram selecionadas e filmadas no Teatro Glauce Rocha. Em setembro do mesmo ano, atrizes interpretaram, a seu modo, as histórias contadas pelas personagens escolhidas.

Às 19h
Últimas Conversas
Exibição seguida de debate
(89 minutos, 2015, 12 anos)

Realizado a partir de entrevistas feitas com jovens estudantes brasileiros pelo cineasta Eduardo Coutinho antes de sua morte, em fevereiro de 2014, o filme busca entender como pensam, como sonham e como vivem os adolescentes de hoje. O material foi editado pela montadora Jordana Berg, parceira de Coutinho desde Santo Forte, de 2000, e a versão final é de João Moreira Salles.

 

 

MOSTRA ONLINE
De 3 a 20 de outubro

 

Porrada!
(5 minutos, 2000, livre)

Usuários do Instituto Philippe Pinel e a equipe da TV Pinel encenam o Programa da Ratinha. Este curta-metragem foi realizado para uma exposição sobre os 50 anos da televisão brasileira.

 

O Jogo da Dívida – Quem deve a quem?
(58 minutos, 1989, livre)

Documentário sobre a dívida externa latino-americana, realizado em cinco blocos que abordam um breve histórico da dívida, alternativas de solução, seus mecanismos, suas crises e suas consequências sociais. O vídeo se inicia com um histórico sobre o processo de pilhagem do continente, que deu origem à dívida dos países da América Latina. No Brasil, além dos saques e pilhagens promovidos desde 1500 pelos europeus, a dívida contraída com a Inglaterra após a independência foi um dos pilares do processo que se aprofundou ao longo do século XX, consolidando-se a partir dos anos 1970, com os megaprojetos econômicos gerados pela ditadura militar e o choque do petróleo, em 1974. Nos anos 1980 e 1990, o endividamento aumentou ainda mais, tanto no Brasil como nos demais países latino-americanos. O vídeo traz depoimentos de economistas como Maria da Conceição Tavares e Paulo Nogueira Batista e de religiosos como Frei Betto, dom Paulo Evaristo Arns e dom Pedro Casaldáliga, pregando o perdão da dívida dos países pobres.

 

Romeiros do Padre Cícero
(37 minutos, 1994, livre)

Em 1994, comemoraram-se os 150 anos do nascimento do Padre Cícero Romão Batista, o Patriarca de Juazeiro do Norte, Ceará. O documentário acompanha um caminhão de romeiros em sua peregrinação. Depoimentos de ex-romeiros e seus descendentes traçam o perfil histórico e lendário do padre Cícero, santo popular que morreu em 1934 e que representou para os pobres do Nordeste o papel de advogado e conselheiro, a única esperança em um mundo sem esperança.

 

< início

Ocupação Eduardo Coutinho

 

Abertura: 2 de outubro, a partir das 20h

Com lançamento do livro Sete Faces de Eduardo Coutinho

Visitação: até 24 de novembro

Classificação etária: livre

De terças-feiras a sextas-feiras, das 9h às 20h  (permanência até 20h30)

Sábados, domingos e feriados, das 11h às 20h

Piso térreo

 

 

Mostra de filmes – Terças de Cinema

Nos dias 1,8,15,22 e 29 de outubro e 5, 12, 19 e 26 de novembro

Com sessões às 17h e às 19h

 

Mostra de Filmes – Online

De 3 a 20 de outubro

 

Masterclass e curso

Nos dias 7, 30 e 31 de outubro e 1 e 2 de novembro

Itaú Cultural

 

Avenida Paulista, 149, Estação Brigadeiro do Metrô

Fones: 11. 2168-1777

Acesso para pessoas com deficiência

Ar condicionado

Estacionamento: Entrada pela Rua Leôncio de Carvalho, 108

Se o visitante carimbar o tíquete na recepção do Itaú Cultural:

3 horas: R$ 7; 4 horas: R$ 9; 5 a 12 horas: R$ 10.

Com manobrista e seguro, gratuito para bicicletas.

 

 

Realização:

Assessoria de Imprensa: Conteúdo Comunicação

 

Fone:  +55 11 5056-9800

 

 

No Itaú Cultural:

 

Fone: 11.2168-1950

 

Carina Bordalo (programa Rumos)

Fone: 11.2168-1906