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Programação paralela faz leitura da versão personiana de

Orquestra  de senhoritas, encena texto de Sartre e exibe ciclo de filmes

A comédia adaptada por Luiz Sergio Person de texto de Jean Anouilh, em 1974, e encenada no Auditório Augusta, importante sala de espetáculos teatrais criada por ele na capital paulista, causou polêmica ao levar ao palco atores como Paulo Goulart, Laerte Morrone  e Ney Latorraca vestidos de mulher; no mesmo ano, o diretor traduziu o drama Entre quatro paredes, de Jean Paul Sartre, agora apresentada na programação que acompanha a exposição em homenagem ao cineasta, com o título de A portas fechadas. Em abril, é realizado no instituto um ciclo filmes dirigidos pelo cineasta.

 

A programação que integra a Ocupação Person revela ao público a faceta teatral de Luiz Sergio Person, trajetória que se consolida no Auditório Augusta – hoje Teatro Augusta – com trabalhos como Orquestra de senhoritas, traduzida e dirigida por ele em uma adaptação do texto de Jean Anouilh. No fim de semana da abertura da mostra, dias 20 e 21 de fevereiro (sábado e domingo), o Itaú Cultural promove na Sala Multiuso a leitura deste roteiro. Para os dias de encerramento da Ocupação, de 29 de março a 1 de abril, o palco da Sala Itaú Cultural recebe A portas fechadas, sobre o clássico Entre quatro paredes do francês Jean Paul Sartre, inspirado livremente na tradução feita pelo cineasta e diretor de teatro. Na sequência, dias 2 e 3 de abril, sábado e domingo, o instituto retoma a linguagem do artista no cinema e faz ciclo de seis filmes dirigidos por ele, onde se incluem suas duas obras mais conhecidas – O caso dos irmãos Naves e São Paulo Sociedade Anônima.

 

Em Orquestra de senhoritas, a ação se desenrola no café-concerto O Globo de Portugal, localizado em uma estação de águas na França de 1947. Ali, seis protagonistas femininas, interpretadas por homens na montagem de Person, tecem uma trama sobre os problemas pessoais dos integrantes de uma orquestra de mulheres contratada para tocar nesta cidade francesa de veraneio.

 

Trata-se de uma tragicomédia permeada com humor cáustico que fala das relações familiares e constelações humanas construídas entre cumplicidades, desavenças, amizades e, sobretudo, traições. Nos anos de 1970, adaptações ao texto de Anouilh correram mundo. A peça chegou na América Latina conquistando longas temporadas na Argentina, quando foi descoberta pelo cineasta brasileiro e encenada, sob sua direção, no Auditório Augusta, que ele criou e dirigia ao lado de sua mulher Regina Jehá.

A leitura da peça no Itaú Cultual tem direção de Elias Andreato, direção musical de Fernanda Maia e produção de Domingas Person, filha do cineasta. Leem os diálogos das senhoritas os atores Ando Camargo (Pamela), Cassio Scapin (Mme. Hortense), Cleiton Santos (Leona), Ivo Müller (Ermelinda), Jonatan Harold (o pianista Leon), Nilton Bicudo (Suzanne) e Rafhael Gama (Patrícia).

 

Na adaptação de Person, os atores foram João José Pompeo, Kleber Afonso, Laerte Morrone, Ney Latorraca, Odavlas Petti, Paulo Goulart e Sergio Roperto. O personagem de Madame Hortense, a hilária e austera maestrina viúva da peça foi um dos maiores sucessos de Goulart no teatro. A interpretação lhe valeu o prêmio Molière de melhor ator do ano e a premiação da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA).

 

Person e Sartre

Também em 1974, e para integrar o repertório do Auditório Augusta, Person fez a tradução de Entre quatro paredes, texto de Jean Paul Sartre escrito durante a Segunda Guerra Mundial, em um ato, elenco de três atores e um único cenário. Passados 42 anos, com texto inspirado livremente nesta tradução, rebatizado A portas fechadas, a peça será vista no Itaú Cultural, de 29 de março a 1 de abril (terça-feira a sexta-feira), às 20h. A direção é de Diego Moschkovich, e o elenco é formado por Domingas Person, Michelle Boesche e Ivo Müller.

 

Na peça, três pessoas se encontram em um cômodo fechado onde precisam se confrontar com sua nova condição de vida pós-morte. Antes de ser adaptada por Person, ela teve uma primeira montagem no Brasil em 1950, encenada por Adolfo Celi no Teatro Brasileiro de Comédida (TBC), com Sérgio Cardoso (Garcin), Cacilda Becker (Inês), Nydia Licia (Estela) e Carlos Vergueiro no papel de criado.

 

Ciclo de filmes

Nos dias 2 (sábado, às 18h e às 20h) e 3 de abril (domingo, às 17h e às 19h) é apresentada na sala Itaú Cultura uma mostra de mostra de filmes dirigidos por Luiz Sergio Person. O ciclo começa pela exibição de Al Ladro (curta-metragem - 35mm) e O Caso dos Irmãos Naves (longa-metragem com restauro digital). Na segunda sessão do mesmo dia a projeção é de Panca de Valente (longa-metragem, 35mm). No dia seguinte, as duas primeiras exibições são de L'Ottimista Sorridente (curta-metragem, em cópia digital) e São Paulo Sociedade Anônima (longa-metragem, 35mm), finalizando com Cassy Jones (longa-metragem, em 35mm).

 

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