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Rumos 2013-2014: Sem talento para o futebol, argentino vira produtor cultural, escritor e músico

Músicas del Sur 2014 – Arte la Patria Grande selecionado: Carlos Villalba Carlos Villalba queria ser jogador de futebol. Mas a falta de...

Publicado em 28/08/2014

Atualizado às 20:59 de 02/08/2018

obra: Músicas del Sur 2014 – Arte la Patria Grande
selecionado: Carlos Villalba

Carlos Villalba queria ser jogador de futebol. Mas a falta de talento para o esporte aliada ao ambiente artístico que vivenciava dentro de casa foram determinantes para que seguisse outro caminho. Ou melhor, três: produtor cultural, músico e escritor. O argentino de 52 anos é o idealizador de Músicas del Sur 2014 – Arte la Patria Grande, encontro musical que reúne artistas do Brasil, da Argentina e do Uruguai desde 2010 e que chega agora à sua terceira edição, com apoio do Rumos.


“Neste momento da minha vida, a produção cultural me dá apoio material e realização profissional, e música e livros, um sentido existencial”, explica. Villalba é autor de Tanger, obra publicada em 2011, e lançou recentemente seu primeiro disco, Nomeolvides.

Nascido em Buenos Aires, a influência da família foi fundamental para que ele trocasse os gramados pela arte. “Meu avô, Emilio Villalba Welsh, foi um roteirista importante [...]. Meu pai é um advogado especializado em direitos autorais e tem dedicado sua vida à defesa dos artistas e das instituições que representa. Minha mãe é uma devoradora de livros e amante da boa música. Esse ambiente, sem que eu me desse conta, foi determinante em igual medida à minha falta de aptidão para o futebol”, contemporiza.

O início de sua carreira foi marcado também pelos estudos com o poeta, músico e dramaturgo Alberto Muñoz. Foi ao assinar a produção executiva de Misa Negra, peça que Muñoz encenou em um teatro mambembe da capital argentina, chamado de Babilônia, que Villalba deu o primeiro passo para uma trajetória profissional além das fronteiras do país. “Parece que fiz um trabalho bom, haja vista que os responsáveis pela sala, Javier Grosman e Graciela Casabe – produtores culturais de grande destaque na Argentina –, me convidaram para que eu virasse sócio deles para levar espetáculos teatrais argentinos para o exterior”, revela.

Com o projeto, ele passou a viajar muito. Em uma dessas incursões, conheceu o brasileiro Luciano Alabarse, que dirigia a primeira edição do Porto Alegre Em Cena, festival que hoje é reconhecido internacionalmente no circuito de artes cênicas. “A partir desse momento, demos início a esse importante intercâmbio cultural”, comenta. E lá se vão 20 anos.


Nessas duas décadas, Carlos Villalba vem colocando em prática iniciativas para promover o encontro entre artistas latino-americanos. São ações como o Porto Alegre em Buenos Aires, Buenos Aires em Porto Alegre, Estação Brasil em Buenos Aires e Madri, Mostra de Teatro Argentino no Porto Alegre Em Cena e Músicas Del Sur – Arte la Patria Grande. Este último tem como objetivo reunir diferentes expressões musicais da chamada “Pátria Grande”, especialmente Brasil, Argentina e Uruguai.

“Uma pátria que subjaz no nosso imaginário, sem limites físicos nem culturais. Uma pátria que se reconhece no outro. Uma pátria que se propõe a aprofundar na busca de cada uma das identidades que a compõem, reunindo-as, cruzando-as, atravessando-as”, propõe, salientando que a ideia é utilizar a cultura como ferramenta para “derrubar barreiras geográficas e construir pontes invisíveis”.

Nesta terceira edição, serão aprofundados os encontros entre artistas da Argentina e do Brasil, que juntos gerarão uma obra de composição ou de interpretação. Participam do festival nomes como os das cantoras Ná Ozzetti e Dolores Sola, do ator e cantor Marcelo Pretto, do pianista Diego Schissi e outros.

“O Músicas del Sur é um festival que tem como objetivo não só promover concertos, mas possibilitar um encontro entre artistas singulares que procuram uma base comum para se expressar, para dizer. Pluralidade e diversidade”, finaliza.

Saiba mais sobre o trabalho de Carlos Villalba aqui.

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