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Rumos 2013-2014: Um casarão para pensar cultura no centro histórico de São Luís

Conexão | Espaço Habitação selecionado: Erivelto Viana Um sonho, algumas dúvidas e um casarão no centro histórico de São Luís, capital...

Publicado em 09/03/2015

Atualizado às 21:06 de 02/08/2018

obra: Conexão | Espaço Habitação
selecionado: Erivelto Viana

Um sonho, algumas dúvidas e um casarão no centro histórico de São Luís, capital do Maranhão. Com essas ferramentas, o ator e dançarino Erivelto Viana – um dos selecionados no Rumos 2013-2014 – está colocando em prática o projeto Conexão | Espaço Habitação.

A ideia que existia no papel foi um pouco adaptada. Se antes Erivelto pensava em viabilizar o aluguel de um imóvel especificamente para desenvolver o projeto (para transformá-lo em um espaço de troca de experiências e conhecimentos artísticos), hoje ele vê as ações propostas virarem realidade, desde setembro de 2014, em um espaço que já existia: a Guest House, pousada que funciona em um casarão na Praia Grande, centro histórico de São Luís, mesmo bairro sonhado para a ideia original.

“A pousada é de um amigo italiano, Alessandro, e o projeto está acontecendo lá”, conta Erivelto Viana, que está morando no casarão desde setembro de 2014. “Eu tinha a grana, pelo Rumos, e sugeri uma parceria. Como contrapartida, ele me propôs que eu administrasse a pousada inteira”, completa.

O espaço tem quartos coletivos e individuais, salas com ar-condicionado e um bar, entre outras dependências. “Eu poderia apenas receber os artistas em São Luís, mas não foi essa a proposta original inscrita no Rumos”, afirma Erivelto. “A ideia é receber algumas residências, palestras, apresentações de videodança, artistas locais também, se forem montar algo a partir desses encontros. Não é algo como ‘me empresta a casa para eu apresentar meu espetáculo’. A casa existe, mas vamos ter que nos relacionar”, explica.

Entre as residências – que receberam o nome de Open Space – já realizadas no casarão estão as ministradas por Marcelo Evelin, do Núcleo do Dirceu (PI), em dezembro de 2014, e por Jorge Alencar (BA), de 3 a 7 de março de 2015. Para junho está prevista mais uma Open Space, a ser comandada por Michele Moura (PR).

“As residências sempre vão acontecer com os artistas morando na casa e por isso terá vagas limitadas. Esse espaço não se propõe a ser uma moradia para artistas, mas, em casos de residência artística, a proposta é que eles possam ficar lá. O foco do espaço é a formação artística. Esse lugar é muito voltado para o pensar mesmo”, afirma Erivelto.

De programação fixa, o Conexão | Espaço Habitação tem abrigado toda terça-feira a Lapada Coletiva, série de encontros para a “prática da teoria”.

Se dúvidas ainda permeiam o Conexão | Espaço Habitação, uma delas diz respeito ao fluxo de pessoas interessadas no projeto. “Não sei se o espaço vai ser muito procurado, mas é o recorte que eu proponho em São Luís. Nem vou me referir apenas à dança, para deixar outros artistas se aproximarem. E sei que cada vez mais tem mais gente curiosa. É uma responsabilidade incrível ser formador pelo Rumos. Tem gente que nem sabe que existe um prêmio formador”, conta.

De uma coisa Erivelto Viana não tem dúvida: “Não é a minha casa. Muita gente está chamando já de ‘o espaço do Erivelto’. Sempre vai ter gente pensando isso, mas a porta está aberta para que as pessoas possam entrar”, diz.

Trajetória e conexões

Nascido em São Luís (MA), há 38 anos, Erivelto Viana já havia sido selecionado no Rumos Dança, em 2012, com o Conexão Dança, na categoria Dança para Formadores. O Conexão é um projeto de dança que existe desde 2008: anualmente, ele comanda uma programação de dança contemporânea na capital maranhense, com apresentações e discussões sobre o tema. “A minha história na dança contemporânea se cruza com o Rumos. Eu fazia teatro e dança, mas não entendia como isso dialogava”, explica.

A história artística de Erivelto, na verdade, mistura muitas facetas: balé clássico, dança contemporânea, teatro, teatro de bonecos. “Não fiz nada programado, foi tudo acontecendo”, diz. Hoje em dia, ele cursa Teatro na Universidade Federal do Maranhão (UFMA). “É massa fazer a faculdade já trabalhando como artista”, conta. “As pessoas me questionam e aí eu posso discutir com o professor a partir da minha experiência e da experiência da minha cidade.”

Com um currículo extenso, Erivelto Viana é conhecido em São Luís também por causa de Cintia Sapequeara, sua personagem drag queen, criada em 1999 e popularizada na peça Uma Linda Quase Mulher. “Ela sempre foi o meu cartão de visita. Todas as minhas viagens foi ela que bancou”, conta.

Para saber mais sobre a vida e a carreira de Erivelto Viana, leia entrevista que ele concedeu a Angela Souza para a publicação Cartografia Rumos Itaú Cultural Dança 2012-2104.

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