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Rumos 2013-2014: Virgínia Rodrigues reverencia os ritmos africanos

Mama Kalunga selecionado: Virgínia Rodrigues / Anamaria Domingues de Gouvêa Era para ser mais uma apresentação de dia das mães,...

Publicado em 24/07/2014

Atualizado às 20:57 de 02/08/2018

obra: Mama Kalunga
selecionado: Virgínia Rodrigues / Anamaria Domingues de Gouvêa

 

 

Era para ser mais uma apresentação de dia das mães, em uma escola do subúrbio de Salvador. Mas aquele dia ficaria marcado como a estreia não oficial de Virgínia Rodrigues cantando pela primeira vez em público. Ela tinha apenas 6 anos e entoou os versos de “Mamãe Estou Tão Feliz”, de Agnaldo Timóteo.

Agora, 43 anos depois, a artista de carreira consagrada especialmente no exterior se prepara para lançar o seu mais novo trabalho, o álbum Mama Kalunga. Para marcar o lançamento, Virgínia fará show em São Paulo no início de 2015, que contará com a participação de Monica Salmaso.

Este será o quinto CD da cantora de voz “celestial”, segundo já classificou o jornal New York Times, e exaltará ritmos e canções que reverenciam o candomblé, a umbanda e a cultura negra em geral. Algumas músicas serão cantadas em quicongo e quimbundo, duas línguas africanas. “Eu também vou cantar um samba específico da Bahia, o samba chula, que o Brasil não conhece, mas é o que foi trazido pelos negros escravos”, revela. O chula é um tipo de samba de roda, em que temas do cotidiano são abordados de forma poética.

Na lista de compositores estão nomes como Moacir Santos, Tiganá Santana, Roberto Mendes, Paulinho da Viola, Gilson Nascimento, Abgail Moura e Wilson das Neves.

Trajetória

A união da voz e da técnica de cantora lírica com as canções populares é o que marca o trabalho de Virgínia Rodrigues ao longo de 17 anos de carreira. De origem humilde, o rádio era o único meio de comunicação que existia em sua casa. Enquanto pai e irmãos queriam ouvir jogos de futebol, ela gostava mesmo de escutar Clara Nunes, Maria Bethânia, Caetano Veloso, Gilberto Gil.

A igreja também teve papel fundamental na sua formação musical. A família religiosa possibilitou o ingresso de Virgínia nos grupos de corais dos templos religiosos, primeiro católicos e depois protestantes.

Ela fez alguns cursos livres de canto, mas durante muito tempo teve de trabalhar em outras atividades. Começou como manicure, aos 12 anos. Foi também empregada doméstica e cozinheira. Somente já adulta teve oportunidade de se dedicar à carreira de cantora.

O produtor e diretor Márcio Meirelles foi quem a descobriu e a convidou para participar do Bando de Teatro Olodum. Durante um ensaio da peça Bye Bye Pelô, Caetano Veloso, que já era fã do grupo, se emocionou com a voz de Virgínia cantando “Verônica”, canção tradicional na procissão da Semana Santa. Ali, o cantor resolveu apadrinhá-la e foi responsável pela direção artística de seu primeiro CD, Sol Negro.

Desde então, Virgínia faz grande sucesso, especialmente, nos Estados Unidos e na Europa – um dos seus fãs mais conhecidos é o ex-presidente americano Bill Clinton.

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