No Brasil, das quase 7 milhões de pessoas que têm alguma deficiência visual, cerca de 6 milhões apresentam baixa visão. Pessoas com baixa visão têm sua capacidade de enxergar reduzida - sem poder corrigi-la com óculos ou cirurgias, por exemplo. Viver com essa questão pode ser um desafio, já que a baixa visão pode dificultar a realização de tarefas cotidianas simples, como ler, escrever e dirigir.
Lais Lage é uma dessas brasileiras. Pessoa negra e periférica, ela é atriz e conta suas vivências de forma solo na peça Ensaios sobre uma atriz que está ficando cega. Contemplado pelo Rumos Itaú Cultural 2023-2024, o projeto é um ato pessoal de Lais contra a estigmatização dos corpos de pessoas com deficiência (PCDs) e da generalização dos desafios geralmente associados a essas pessoas. Por meio de vivências reais e de uma narrativa em primeira pessoa muito impactante, a peça busca reconhecer manifestações artísticas e culturais da comunidade PCD, destacando a riqueza de sua expressividade e suas contribuições para a sociedade.
Ensaio sobre uma atriz que está ficando cega
terça 20 a sexta 23 de maio de 2025
às 19h
[duração aproximada: 70 minutos]
Areninha Cultural Sandra Sá [Rua Doze, 1 – Santa Cruz, Rio de Janeiro/RJ] – 80 lugares
[classificação indicativa: 14 anos]
Retire seu ingresso neste link ou na bilheteria da Areninha Cultural Sandra Sá.
Ficha técnica
Idealização e elenco: Lais Lage
Idealização e direção de produção: Bem Medeiros e Carolina Caju
Dramaturgia e direção artística: Bruma Machado e Wallace Lino
Minibios
Bem Medeiros é diretor, pesquisador e produtor da Cia. OmondÉ e do Entidade Maré. Cientista social de formação, é especialista em gênero e sexualidade [Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IMS/Uerj)] e pós-graduado em cinema documentário [Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC/RJ)]. É diretor de produção do espetáculo Último ensaio e do espetáculo multilinguagem Noite das estrelas, e faz a idealização e direção de produção de Mariposas amarillas, entre outras obras.
Bruma Machado é uma pessoa trans não binária, afro-indígena, com deficiência física, artista visual, designer e articuladora de cultura, educação, arte e acessibilidade. É formada pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Atua com foto, videoperformance, poesia e colagens, com ênfase nas experiências de um corpo inconforme na sociedade.
Carolina Caju é educadora, produtora cultural e atriz. Doutora em artes cênicas pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), é também mestra e licencianda em teatro pela mesma instituição (2012/2016).
Lais Lage é negra, PCD (baixa visão em ambos os olhos), bissexual, candomblecista e cria de Santa Cruz (RJ). É atriz, produtora e diretora no Coletivo Arame Farpado. Formada em licenciatura em teatro na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), participou de diversos espetáculos teatrais, como Quem é o Zezinho, Pastrana – a mulher mais feia do mundo, Arame farpado e Xinguela. Também atuou na minissérie da Netflix Os quatro da Candelária, dirigiu o documentário Piracema e roteirizou o documentário Meu corre, entre outros.
Wallace Lino é ator, diretor, dramaturgo, roteirista e educador. É formado em licenciatura do teatro pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) e mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Relações Étnico-Raciais do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (PPRER/Cefet). Cofundador e integrante da Cia. Marginal desde 2005 e cofundador do Grupo Atiro 2016, atuando como diretor e dramaturgo. Cocriador do canal de pesquisa e comunicação LGBTQIAPN+ Entidade Maré 2020.