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Revista Observatório 32 | Reflexões artístico-filosóficas sobre a Indústria Cultural

Revista Observatório 32 | Reflexões artístico-filosóficas sobre a Indústria Cultural

Breve panorama crítico acerca do modelo civilizatório ocidental em relação ao papel da Indústria Cultural e quais as estratégias para uma possível pluriversalização desta indústria.

Publicado em 14/06/2022

Atualizado às 10:21 de 15/08/2022

por Aza Njeri

Resumo: Breve panorama crítico acerca do modelo civilizatório ocidental e do papel da indústria cultural na construção semiótica da imagem do eu e do outro. Reflete-se sobre de que modo sociedades ocidentalizadas como a brasileira e sua indústria cultural performam o modelo ocidental colonizado e quais as estratégias para uma possível pluriversalização dessa indústria.

Capa da Revista Osbervatório 32, com as cores terrosa e verde claro.

>> Acesse aqui o índice da Revista Observatório 32

O modelo civilizatório que o Brasil performa é o ocidental. Nossa sociedade faz escolhas pautadas nas lógicas construídas pelo berço anglo-europeu, mesmo que sejamos majoritariamente amefricanos[1] (GONZALEZ, 1988). Espelhamo-nos nos alicerces civilizatórios construídos pelas sociedades anglo-europeias, cujas bases estão fincadas no expansionismo, no colonialismo e no capitalismo. Basicamente são três pilares que solidificam o Ocidente: o pilar judaico-cristão, responsável por construções de moral, ética, singularidade da verdade e exclusividade de Deus; o pilar greco-romano, responsável por nossas compreensões de sociedade, democracia, educação e imperialismo, entre outras; e o pilar iluminista, que elege a razão como critério único de humanidade, excluindo as outras partes fundantes do ser, além de pautar o cientificismo, o evolucionismo e o racismo.

Este modelo de ser e estar que o Ocidente propaga e impõe tem caráter universalista, partindo da experiência da centralidade cis-hétero-patriarcal anglo-europeia (ou de suas cópias mal diagramadas mundo afora) para definir verdades universais sobre si e sobre o outro. Algo de que já nos alertaram intelectuais como a nigeriana Chimamanda Adichie, ao chamar a atenção para o “perigo da história única” (ADICHIE, 2018), e o peruano Aníbal Quijano, ao apresentar sua categoria "Senhor do Ocidente" (QUIJANO, 2005), que diz respeito ao arquétipo do agente para o qual as estruturas de poder ocidentais trabalham. Figura central nesta dinâmica civilizatória para a qual convergem e da qual partem compreensões éticas, estéticas e de poder. É a experiência desse Senhor que baliza a humanidade de todes no mundo ocidental e ocidentalizado, determinando a dicotomia do eu (o "Senhor do Ocidente", sua senhora e suas cópias) e do outro. 

Este modelo de ser e estar que o Ocidente propaga e impõe tem caráter universalista, partindo da experiência da centralidade cis-hétero-patriarcal anglo-europeia (ou de suas cópias mal diagramadas mundo afora) para definir verdades universais sobre si e sobre o outro

Busco, então, a pedagogia da arte (NJERI, 2020a) para exemplificar a categoria do “Senhor do Ocidente” com o personagem Jordan Belfort, interpretado pelo ator Leonardo DiCaprio no filme O lobo de Wall Street, de Martin Scorsese (2013). Um homem loiro, alto, de olhos claros – hegemonicamente e esteticamente “bonito” –, rico, irresponsável, inconsequente, de índole duvidosa, alienado, sem empatia com as mulheres ou com o outro, morador do eixo Norte do globo, com poder político e econômico, e que, do alto de seu privilégio, define a dinâmica ocidental. São dois fatores principais que colocam o personagem nesse lugar de centro: a sua relação inconsequente com as drogas, não havendo punição quanto a isso; e o fato de, apesar de ter sido um dos responsáveis pela quebra da economia americana em 2008, conseguir um emprego no governo.

O personagem seria, a meu ver, uma exemplificação audiovisual desse "Senhor do Ocidente", regulador da dinâmica ocidental de roubo, morte, destruição e assimilação; responsável ancestralmente pelo genocídio de 90 milhões de pessoas originárias da América (PLUMELLE-URIBE, 2018); destruidor do meio ambiente; agente do sistema supremacista com diferentes níveis de brancura, cuja estrutura se baseia no racismo contra todos os povos não brancos e tem como alicerce o capital monetário e cultural.

o duplo eu versus outro está baseado na autoimagem que o Ocidente criou de si – civilizado, aventureiro, salvador – e do outro – primitivo, bestial e infantil –, reforçada continuamente pela indústria cultural

Esse modelo filosófico-cultural ocidental tem uma forma expansionista e dominadora de performar seu lugar no mundo, atrelando ao eu ("Senhor do Ocidente") a verdade exclusiva de ética e estética. Nesse sentido, cabe à outridade negociar sua pertença como estratégia de sobrevivência à realidade desumanizadora desse sistema. Saliento, ainda, que o duplo eu versus outro está baseado na autoimagem que o Ocidente criou de si – civilizado, aventureiro, salvador – e do outro – primitivo, bestial e infantil –, reforçada continuamente pela indústria cultural.

"A imagem europeia dos outros é um conjunto de todas as coisas que representam a falta de valor; isto é, características humanas “negativas”, dentro dos ditames da ideologia europeia. É o oposto desta imagem negativa que eles alimentam, que sua cultura se esforça para produzir. A autoimagem europeia é “positiva” em termos de comportamento normativo europeu. Ela faz bem o seu trabalho. Uma concepção negativa do “outro” é a base sobre a qual os europeus constroem sua imagem de outros povos, ou seja, o construto conceitual é fornecido pela natureza de sua cultura, e os europeus criam imagens vívidas para preenchê-lo" (ANI, 2021, p. 270).

Imagem de uma sereia lendo um livro, ao redor peixes e uma arraia simulando como o fim do mar. A imagem está em tons de roxo, a figura em preto e outros detalhes em branco.
Ensaio Artístico Revista Observatório 32 | Mauricio Negro - Janaina

Assim, cabe localizar o Brasil na escala de pertença ocidental e observar o comportamento de nossa indústria cultural. Afinal, nós fazemos parte do eu ou do outro? Ao olhamos para as nossas narrativas canônicas e para as nossas escolhas éticas e estéticas, diríamos, numa cegueira ávida por pertença civilizatória, que estamos próximos ao eu. Mas será? Convido-lhes a pensarem comigo uma Escala Vertical de Humanidade (NJERI, 2020a), em cujo topo está o "Senhor do Ocidente" (e sua senhora) e as suas sociedades anglo-europeias. E, ao longo da escala, estão a outridade e as sociedades ocidentalizadas que almejam chegar ao topo civilizado. As características formadoras dessas sociedades, entretanto, as aproximam ou as afastam dinamicamente desse topo. Vejamos o nosso caso nesta brevíssima localização:

1. estamos fora do eixo anglo-europeu geograficamente e geopoliticamente;

2. em 2021, fomos a 13ª economia do mundo, com base no Produto Interno Bruto (PIB);

3. falamos português por termos sido colonizados por Portugal, e nossos pares na lusofonia também não estão no topo da escala ocidental;

4. nossa agenda socioeducacional e nossa autoimagem têm como princípios balizadores os três pilares ocidentais e a humanidade anglo-europeia;

5. segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 54% da população brasileira é afrodescendente, o que nos coloca como a maior diáspora africana do mundo;

6. produzimos cópias mal diagramadas do "Senhor do Ocidente", que ocupam os maiores cargos de liderança da nação e que nos fazem passar vergonha diante desses senhores reais em encontros internacionais.

Com essa paisagem, devemos nos perguntar quem somos e questionar nossas verdades hegemônicas. Qual é a agenda da arte brasileira? O que é o belo para nós? O que acreditamos ser cultura brasileira? Qual o papel da indústria cultural na formação do nosso olhar colonizado? Essa indústria pode ser agente de mudança semiótica e de status quo?

Qual o papel da indústria cultural na formação do nosso olhar colonizado? Essa indústria pode ser agente de mudança semiótica e de status quo?

Indústria cultural é uma categoria cunhada pelo filósofo alemão Theodor Adorno (2002) que diz respeito à indústria de entretenimento produtora de bens culturais de massa padronizados, fáceis, por vezes alienadores e apassivadores, feitos em ritmo industrial. São obras que, segundo ele, em sua maioria, estão descoladas do labor estético da arte, cultivam falsas necessidades psicológicas satisfeitas por algum produto capitalista e, sobretudo, criam representações populares dos diferentes aspectos do imaginário social.

Buscando atualizar a categoria, a indústria cultural contemporânea diz respeito não apenas a literatura, teatro, rádio, revista, cinema e televisão, mas inclui também as grandes redes de streaming, com suas séries, seus filmes e seus programas de variedades, além do YouTube e das redes sociais que trabalham com imagem, como o Instagram e o TikTok. Cada qual com suas especificidades, todos contribuíram ou contribuem para a massificação e a fetichização de produtos culturais, para a mercantilização da cultura e, mais do que nunca, para a simplificação do pensamento complexo filosófico-artístico-cultural, para que esses produtos caibam na ultraconectividade e na rapidez destes tempos nada líquidos.

Desenho inspirado na escultura do povo Tchokwe, originários do nordeste de Angola, de um pensador sentado, com as mãos na cabeça. No primeiro plano tem um pensador em tamanho maior, formando um círculo a partir dos braços apoiados nos joelhos e as mãos na cabeça, ao centro há um outro pensador tchokwe e assim por diante, criando um efeito de inifinito.
Ensaio Artístico Revista Observatório 32 | Mauricio Negro - Pensador Tchokwe 

Todavia acredito que alguns pontos são nevrálgicos nessa discussão, como o atravessamento do racismo nas representações populares fomentadas por essa indústria, o seu olhar paradigmático de construção das personagens e, sobretudo, as estratégias contra-hegemônicas de que a outridade tem lançado mão numa disputa de narrativas dentro dessa mesma indústria cultural.

O que quero dizer é que a rede de entretenimento, por ser majoritariamente construída e controlada por pessoas brancas – localizadas, na Escala de Humanidade Ocidental, em proximidade com o "Senhor do Ocidente" –, costuma reproduzir representações arquetípicas limitantes e estanques de personagens não brancas. Essas, por sinal, ainda são herdeiras de um continuum histórico de dominação e violência sobre os corpos por esse mundo.

A perspectiva única (branca e eurocêntrica) de construção de personagens não hegemônicos nos produtos de entretenimento costuma ser permeada pelas amarras do racismo estrutural, recreativo e estruturante de sociedades como a nossa. Além disso, há uma “tradição” racista de representar os negros como escravos, bandidos, desvalidos e sofredores, utilizada pela Europa e pelas suas elites coloniais não apenas como marca alienante e subalternizadora do negro, mas como contraponto da civilidade e da superioridade brancas, voltando mais uma vez ao grave problema de autoimagem desse grupo e de suas cópias. Quando enfocamos as construções arquetípicas produzidas nesse cenário, temos a reprodução da Europa e dos Estados Unidos como os civilizados, o berço da cultura, a modernidade, a evolução, enquanto a África e a América Latina aparecem como primitivas, míticas, ingênuas, malignas, ignorantes e infantilizadas.

Nas produções atuais das redes de streaming, apesar de algum aparente esforço para trazer narrativas diversas, ainda nos esbarramos com obras celebradas, como Não olhe para cima (2021), de Adam McKay, em que há um único personagem negro relevante para a trama: o cientista Dr. Teddy Oglethorpe, interpretado por Rob Morgan. Teddy é bem-sucedido e não performa subalternidade, porém, diante do apocalipse e da morte iminente, ele está sozinho. Na cena final, está sentado na mesa de jantar com todos os demais personagens, sendo o único sem companhia, sem esposa, marido ou amigue, e sem ligações de despedida. Mas não é o fim do mundo?

Surge, portanto, a necessidade de se questionar lúcida e criticamente:  qual a qualidade da representação das pessoas negras na indústria cultural?

Em uma tentativa de disputa de narrativa, vemos os esforços de pessoas negras galgando espaços de poder em diversas áreas dessa indústria, ao mesmo tempo que as grandes empresas estão percebendo que as demandas identitárias e raciais geram lucro. A perspectiva do “se não vejo, não compro” traz o tom para novas configurações na indústria cultural (inter)nacional. Entretanto vale a atenção para a agenda da diversidade, que continua partindo da centralidade do "Senhor do Ocidente", já que se considera diverso tudo que é diferente dele; e para o fenômeno do tokenismo (HOOG; VAUGHAN, 2010), o esforço superficial de inclusão de minorias apenas com um papel simbólico de cumprir a cota, sem nenhuma ação efetiva no coletivo.  

O desenho de um vasilhame, em tons marrons e cinzas, com a figura de uma pessoa ao centro de braços abertos, compondo parte dos talhes inspirados em grafias maias. De dentro sai uma fumaça. O fundo está em tons de vermelho e rosa.
Ensaio Artístico Revista Observatório 32 | Mauricio Negro - Vasilhame Cerimonial 

Há, ainda, a agenda universalista ocidental, que costuma ser aplicada pelos norte-americanos em todo o continente. Um exemplo é o clipe This is America (2018), do rapper Childish Gambino, que universaliza a desumanização e a violência sofrida pelos negros nos Estados Unidos – isso sem falar da exclusividade da noção de América. Não à toa, outro rapper, agora porto-riquenho, Residente, responde ao primeiro com um novo clipe, This is not America (RESIDENTE; IBEYI, 2022). Cheio de referências de luta da Améfrica Ladina (GONZALEZ, 1988), esse mostra criticamente um continente pluriversal (NJERI, 2020a), com histórico de forças culturais diante da desumanização radical imposta pelos “Senhores do Ocidente”. Afirmando que “América no es solo USA, papá / Esto es desde Tierra del Fuego hasta Canadá”, Residente dialoga: “Gambino, mi hermano, esto sí es América”.[2]

Assim, percebemos que a inserção de um pluriverso de olhares e de agendas na indústria cultural traz resultados positivos e lúcidos na representação não só de pessoas negras, mas de toda uma outridade. Essas olham para suas experiências culturais e extraem, com criatividade e labor estético, obras cuja centralidade e agência são próprias. Dois exemplos conhecidos são os premiados filmes Corra! (2017), de Jordan Peele, e Moonlight: sob a luz do luar (2016), de Barry Jenkins, que, além de trazerem temas que oxigenaram a indústria, estabeleceram novos parâmetros e paradigmas para a arte cinematográfica.

Outro caso interessante vindo do centro da indústria cultural ocidental é o álbum visual Black is king (2020), de Beyoncé, mulher negra, multiartista, empresária, fruto e ícone da indústria cultural contemporânea. O  seu filme, chancelado pela marca Walt Disney, num mergulho nas estéticas e filosofias africanas, vai à saga de O rei Leão para tratar do descarrilamento dos homens negros na afrodiáspora dos Estados Unidos. Dessa forma, o brilho, as luzes e as estampas de animais da savana não são glamorizados para refletir a “peruagem” ocidental, mas sim para potencializar a máxima de que somos um povo rico, fértil, criativo, forte e resistente. África é ouro. Somos herdeiros dos impérios de Gana e Mali. Não à toa, Mansa Musa – o homem mais rico da história da humanidade – é personagem de um verso de “Mood 4 eva” cantado pelo rapper Jay-Z: “Mansa Musa reincarnated, we on our levels”.[3]

Beyoncé não é a primeira artista renomada da Améfrica a beber nas estéticas africanas. Nina Simone, Miles Davis e o movimento Harlem Renaissance, no início do século XX, também se banharam nessas águas. Aqui no Brasil temos nomes como Jorge Ben Jor e Gilberto Gil, que trabalharam essa estética civilizatória anteriormente. Afinal, o Hermes Trismegisto cantado por Ben em música homônima é Imhotep, o primeiro grande intelectual da história, nascido em Kemet, no Egito. E, sobre o imortal Gilberto Gil, basta uma vislumbrada na sua discografia para perceber África, seja na estética de suas capas, nos ritmos ou no pretuguês (GONZALEZ, 2018) das letras.

Contemporaneamente, o clipe A coisa tá preta (2020), da MC Rebecca, tem Elza Soares encarnando Maat, a deusa kemética da justiça e do equilíbrio; a mesma que a cantora Rihanna tem tatuada abaixo dos seios. Na cena teatral, temos o premiado Festival segunda black, que aplica o “nós por nós”, olhando para as performances negras com respeito e construção crítica. Isso sem falar no sucesso do projeto O pequeno príncipe preto (2020), de Rodrigo França, que, questionando o cânone, traça uma nova perspectiva para a clássica história e é sucesso tanto nos formatos de teatro infantil quanto nos seus múltiplos desdobramentos em produtos.

Destaco, ainda, os desfiles das escolas de samba de 2022 do Rio de Janeiro, que foram recheados de afrorreferências, como o da Beija-Flor, que trouxe o enredo Empretecer o pensamento é ouvir a voz da Beija-Flor. Pedagógico, vimos na avenida uma aula sobre as contribuições negras na história do mundo. Esses são exemplos de experiências artivistas (CARNEIRO, 2018) que praticam o “Espólio de Maafa” (NJERI, 2020), ou seja, que se utilizam de fôlegos éticos e estéticos africanos como ferramentas de resistência, permanência e continuidade nas diásporas.

Com isso, podemos perceber que a indústria cultural se potencializa quando pluriversaliza as experiências criativas de suas produções e, utilizando a pedagogia da arte, partilha semióticas que podem ser limitantes ou libertadoras. Assim, também é uma questão de escolha.

 

como citar este artigo

NJERI, Aza. Reflexões artístico-filosóficas sobre a indústria cultural. Revista Observatório Itaú Cultural, São Paulo, n. 32, 2022. Disponível em: [url]. Acesso em: [data_atual]. DOI:  https://www.doi.org/10.53343/100521.32/9

 

Aza Njeri é escritora, professora, roteirista, multiartista, crítica teatral e literária, mãe, podcaster e youtuber. Possui doutorado em literaturas africanas e pós-doutorado em filosofia africana. É pesquisadora de África e afrodiáspora e professora de literaturas no Departamento de Letras da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), e de filosofias africanas no Instituto de Pesquisa Pretos Novos, no Rio de Janeiro. Atua também como coordenadora do Núcleo de Estudos Geracionais sobre Raça, Arte, Religião e História do Laboratório de História das Experiências Religiosas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LHER/UFRJ) e do Núcleo de Filosofia Política Africana do Laboratório Geru Maa, da Universidade Federal Fluminense (UFF).

 

Referências bibliográficas

ADORNO, Theodor. A indústria cultural e a sociedade. Tradução: Julia Elisabeth Levy et al. São Paulo: Paz e Terra, 2002.

ANI, Marimba. Imagens dos outros. Coleção pensamento preto: epistemologias do renascimento africano, v. 5. São Paulo: Diáspora Africana, 2021.

BEYONCÉ; JAY-Z; GAMBINO, Childish. Mood 4 eva. YouTube, 2020. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=voQAarOdMmY. Acesso em: 27 abr. 2022.

BLACK is king. Direção: Beyoncé Knowles-Carter. Califórnia: Walt Disney Pictures, 2020. 85 min.

CARNEIRO, Sueli. Escritos de uma vida. Belo Horizonte: Letramento, 2018.

CORRA! Direção: Jordan Peele. Produção: Jordan Peele. Califórnia: Universal Pictures, 2017. 103 min.

FRANÇA, Rodrigo. O pequeno príncipe preto. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2020.

GAMBINO, Childish. This is America. YouTube, 2018. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=VYOjWnS4cMY. Acesso em: 27 abr. 2022.

GONZALEZ. Lélia. A categoria político-cultural de amefricanidade. Tempo brasileiro, Rio de Janeiro, n. 92/93, p. 69-82, 1988.

GONZALEZ. Lélia. Primavera para as rosas negras. São Paulo: Diáspora Africana, 2018.

HOOG, Michael A.; VAUGHAN, Graham M. Psicologia social. Bogotá: Ed. Médica Panamericana, 2010.

MC REBECCA; SOARES, Elza. A coisa tá preta. YouTube, 2020. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=aiKdLiic0wU. Acesso em: 31 maio 2022.

MOONLIGHT: sob a luz do luar. Direção: Barry Jenkins. Produção: Adele Romanski, Dede Gardner e Jeremy Kleiner. Nova York: A24, 2016. 110 min.

NÃO olhe para cima. Direção: Adam McKay. Produção: Adam McKay, Kevin J. Messick e Scott Stuber. Califórnia: Netflix, 2021. 138 min.

NGOZI, Chimamanda Adichie. O perigo da história única. São Paulo: Cia. das Letras, 2018.

NJERI, Aza. Reflexões artístico-filosóficas sobre a humanidade negra. Revista Ítaca – especial filosofia africana, Rio de Janeiro, n. 36, p. 164-226, 2020a. Disponível em: https://revistas.ufrj.br/index.php/Itaca/article/view/31895. Acesso em: 31 maio 2022.

NJERI, Aza. Black is king: uma análise afrorreferenciada do novo álbum visual da Beyoncé. Rio encena, Rio de Janeiro, 5 jul. 2020. Disponível em: https://rioencena.com/black-is-king-uma-analise-afrorreferenciada-do-novo-album-visual-de-beyonce/. Acesso em: 31 maio 2022.

O LOBO de Wall Street. Direção: Martin Scorsese. Produção: Martin Scorsese. Califórnia: Universal Pictures; São Paulo: Paris Filmes, 2013. 180 min.

PLUMELLE-URIBE, Rosa Amélia. Da barbárie colonial à política nazista. Coleção pensamento preto: epistemologias do renascimento africano, v. 1. São Paulo: Diáspora Africana, 2018.

QUIJANO, Aníbal. A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas. Buenos Aires: Clacso, 2005.

RESIDENTE; IBEYI. This is not America. YouTube, 2022. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=GK87AKIPyZY. Acesso em: 31 maio. 2022.

 


[1] Améfrica Ladina e amefricanos são categorias político-culturais cunhadas pela intelectual Lélia Gonzalez no artigo Categoria político-cultural da Améfrica Ladina (1988), e que dizem respeito à confluência de valores e práticas éticos e estéticos oriundos dos pluripovos originários do continente e dos milhares de povos africanos desembarcados à força nesta terra. Tais valores são a base das nossas formas de ser e estar e são ferramentas de resistência, permanência e continuidade.

[2] "América não é apenas os EUA, papai / Vai desde a Terra do Fogo até o Canadá"; "Gambino, meu irmão, isso sim é América", em tradução livre.

[3] “Mansa Musa reencarnado, estamos no mesmo nível”, em tradução livre.

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