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Tchau, Querida!

Leitura dramática da peça integra a programação da Balada Literária

Publicado em 23/11/2016

Atualizado às 10:35 de 03/08/2018

No sábado 26 de novembro, às 15h, o Auditório Ibirapuera será palco para a leitura dramática da peça inédita Tchau, Querida!, da escritora, dramaturga e roteirista Ana Maria Gonçalves e que conta com direção de Wagner Moura. Na sequência, haverá ainda um bate-papo com a autora, o diretor e o elenco.

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A montagem trata das relações interpessoais e do poder da narrativa na construção de histórias, tendo como pano de fundo questões históricas, políticas e sociais. “Não é uma peça sobre política, mas sobre relações que, de uma forma ou de outra, são tocadas por decisões políticas que nem sempre os personagens afetados têm poder ou controle sobre”, explica Ana Maria Gonçalves. “Ela se passa dentro desse contexto brasileiro de mascarar ou esconder algumas coisas, como foi o caso da ditadura e da escravidão e suas consequências para a pós-abolição, e de ninguém assumir o que aconteceu.”

De acordo com a autora, o texto nasceu enquanto ela pensava sobre o atual – e conturbado –momento político nacional e internacional. “Para mim, o “tchau, querida” foi muito significativo porque vem daquele telefonema que vazou, entre Dilma [Rousseff, ex-presidente] e Lula [ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva]”, explica Ana Maria. “Depois, ele foi utilizado no Congresso durante todo o processo de impeachment, sendo usado de uma maneira muito violenta contra a presidente e, consequentemente, contra todas as mulheres em situação de poder. Então, eu queria reapropriar esse ‘tchau, querida’; pensar sobre isso [...] A peça fala, sobretudo, dessa disputa de narrativa tanto no espaço micro quanto no macro.”

Ana Maria Gonçalves acrescenta ainda que a peça – com elenco composto de cinco atrizes negras e quatro atores, que interpretam 17 personagens – é de mulheres. “Com todas as atrizes sendo negras, algo não muito comum na dramaturgia brasileira, nem nos palcos, nem no cinema, nem na televisão”, explica. “Os papéis masculinos estou deixando livre, mas faço questão que os femininos sejam de mulheres negras, cujas vozes têm sido menos, ou nada, ouvidas durante toda a nossa história”, diz. “Eu não vejo um grande futuro para o Brasil se essas vozes não forem chamadas para o centro da discussão de um novo projeto de país, mais inclusivo. Os que estiveram e ainda estão aí no poder se revezando dentro de um mesmo perfil já tiveram séculos para se provar incompetentes”.

A apresentação da leitura dramática de Tchau, Querida! faz parte da programação da 11ª edição da Balada Literária, que neste ano presta homenagem ao jornalista, dramaturgo e escritor gaúcho Caio Fernando Abreu (1948-1996). “A Balada é um dos eventos mais interessante do cenário literário brasileiro, não só pela garra com que é feito, mas também pelas pessoas que o Marcelino Freire [criador e curador] consegue articular, além da variedade de manifestações artísticas que apresenta”, conclui Ana Maria Gonçalves.

Para saber mais sobre a programação geral da Balada Literária, clique aqui. 

Tchau, Querida!
sábado 26 de novembro de 2016
às 15h
[duração aproximada: 135 minutos]

[Entrada gratuita. Os ingressos serão distribuídos na bilheteria do Auditório, uma hora e meia antes da apresentação. Limite de dois ingressos por pessoa. Sujeito à lotação da casa.]

[classificação indicativa: 16 anos]

 

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