obras

Consciência Cibernética [?] Horizonte Quântico

Obras exploram características do processamento de dados, digital ou não, em um diálogo com o natural e o humano. Sistemas, de forma não consciente, aprendem e respondem com soluções não imaginadas ou concebidas por seus criadores, podendo, em breve, fazer parte de máquinas cibernéticas verdadeiramente conscientes. Acompanhe, abaixo, como foram concebidas.

 

Agent Ruby (1999-2002)

De Lynn Hershman Leeson, Estados Unidos

Web project

Coleção do San Francisco Museum of Modern Art,

cortesia de Bitforms Gallery, Gallery Paule Anglim e da artista

Agent Ruby é uma agente da web artificialmente inteligente, moldada a partir da interação com o público por meio de uma tela de computador. Ela tem rosto de mulher, expressões variadas e faz parte, simultaneamente, dos mundos real e virtual. Ruby conversa com o visitante e seu humor, às vezes, é afetado diretamente pelo tráfego da internet.

 

πTon/2 (2017)

De Cod.Act (André e Michel Décosterd), Suíça

Instalação sonora de 20min, com intervalos para manutenção

Arquivo do artista. Apoio de Faulhaber Drive Systems

Sob o rótulo de Cod.Act, André e Michel Décosterd combinam seu know-how. O primeiro é músico, compositor e sonoplasta; o segundo é arquiteto e artista plástico. Juntos, desenvolvem produções artísticas, como performances e instalações interativas. A base de sua abordagem é uma reflexão sobre o som e o movimento e sua possível interação.

πTon/2 é uma instalação sonora que intervém na continuidade das pesquisas do Cod.Act, iniciadas em 1999, na organicidade mecânica e sonora. Ela é produto de uma experiência com a deformação de uma forma elástica e sua incidência na evolução de uma obra musical. O objeto é um anel flexível fechado em si mesmo acionado por motores de torção localizados dentro de seu corpo. Torcendo-se e virando para si mesmo, πTon se movimenta de maneira muito natural e imprevisível. A origem da música criada pelo πTon é um som profundo de clarinete baixo. A evolução acontece de acordo com seus movimentos e é amplificada em alto-falantes localizados dentro de seu corpo.

Quando πTon se move devagar, suas contrações e dilatações produzem profundos sons sensuais que evoluem como uma respiração profunda. Quando os movimentos se tornam rápidos, nervosos e brutais, a criatura desenvolve um som ácido e agudo ao longo do tubo, como um fluxo nervoso.

 

Learning to see: Gloomy Sunday (2017)

De Memo Akten, Turquia

Software personalizado usando aprendizado de máquina treinado em conjuntos de dados personalizados (3 min)

Arquivo do artista

Este trabalho explora uma possível interação homem-máquina em colaboração criativa. Trata-se de uma rede neural artificial que olha o mundo real por meio das câmeras e procura dar sentido ao que vê, inspirada pelo córtex visual humano. A máquina tenta desconstruir e reconstruir o feed da câmera ao vivo por meio de recursos e representações que aprendeu. Assim, ao observar um emaranhado de fios, por exemplo, ela é capaz de transformar o que vê em cenas bucólicas da natureza, reproduzindo cenas oníricas e poéticas.

Learning To See (2017) é seguida de Deep Meditations (2018), que também está em exposição nesta mostra. Juntas, compõem uma série de trabalhos do artista que tem nos algoritmos de última geração o seu ponto de partida como um meio para levar o observador a refletir sobre a humanidade e seu entendimento do mundo.

 

Deep Meditations: A brief history of almost everything in 60 minutes (2018)

De Memo Akten, Turquia

Software personalizado usando aprendizado de máquina treinado em conjuntos de dados personalizados (60 min)

Arquivo do artista

Como Learning To See (2017), Deep Meditations (2018) remete a uma meditação sobre a vida, a natureza, o universo e a experiência humana subjetiva. Este trabalho proporciona um mergulho do visitante na exploração do mundo interior de uma rede neural artificial treinada, que capta o mundo real com suas nuances artísticas, vida, amor, rituais de fé. É como uma meditação sobre a vida, a natureza e as experiências subjetivas humanas.

A peça é composta por uma instalação audiovisual imersiva com uma hora de duração, composta de 32 canais que oscilam na fronteira entre o abstrato e a imagem real e pictórica. A máquina busca imagens tagueadas com a hashtag #everything em sites da internet. São representações do mundo captadas e mixadas a partir do algoritmo criado pelo autor.

Deep Meditations, assim, é uma peça de introspecção e auto-reflexão. Funciona como um espelho da mente do observador e como ele dá sentido para o mundo e para as coisas. A obra também abre como uma janela para a mente da máquina, enquanto tenta entender suas observações e seu próprio caminho computacional. No entanto, não há separação clara entre o espelho e a janela, é impossível separar os dois, pois o próprio ato de olhar por uma, projeta a outra. Quando o público observa as imagens de evolução lenta, invocadas pela rede neural da máquina, na fronteira entre abstrato e representacional, constrói sua própria narrativa, não como as coisas são, mas sim como o próprio observador as vê.

 

Cloud Piano (2014)

De David Bowen, Estados Unidos

Instalação

Arquivo do artista

Essa instalação toca as teclas de um piano com base nos movimentos e nas formas das nuvens. Uma câmera apontada para o céu captura em vídeo a imagem das nuvens. O software personalizado usa o vídeo em tempo real articulado com um dispositivo robótico que pressiona as respectivas teclas no piano. O sistema é acionado para funcionar como se as nuvens estivessem pressionando as teclas do piano à medida que se deslocam no céu e mudam de forma. O som resultante é gerado a partir dos padrões únicos criados pelas formas etéreas que constroem, varrem, flutuam e se dissipam no céu.

 

Co(AI)xistence (2017)

De Justine Emard, França

Vídeo instalação de 12min

Cortesia do artista, com Mirai Moriyama & Alter (desenvolvida pelo Ishiguro Lab, Universidade de Osaka e pelo Ikegami Lab, Universidade de Tóquio)

 Trata-se de uma obra baseada em dados digitais e no movimento humano em que a máquina e o homem aprendem um com o outro. Nela, a robô Alter, desenvolvida pelo Ishiguro Lab, da Universidade de Osaka, e o Ikegami Lab, da Universidade de Tóquio, governado por redes neurais, interage com o artista japonês, de dança, Mirai Moriyama. Por meio de sons e movimento, a robô aprende a expressão corporal do artista e tenta reproduzi-la. A partir do dialogo estabelecido com ela, o artista realiza uma performance de dança e a provoca. Toda a interação entre os dois é captada pela artista Justine Emard, autora da obra.

 

QUANTUM (2019)

De Rejane Cantoni, Brasil

Instalação imersiva e interativa

Arquivo da artista e do Itaú Cultural

Pesquisa de Marcos Cuzziol, desenvolvimento da equipe Itaú Cultural,
desenvolvimento de software de Kenzo e Tuany e design do espaço ST Arquitetura

QUANTUM é uma instalação que funciona como um simulador de comportamentos, que permite, dentro de certos limites, uma experiência imersiva e interativa na realidade quântica. A obra é composta de um dispositivo ótico; computadores; software customizado, sensores e sistema de áudio. O dispositivo ótico tem escala arquitetônica. Quinze módulos de madeira, alinhados e conectados entre si, formam uma estrutura tubular elipsoidal de 4.15 metros largura x 2.27 metros de altura x 15.24 metros de comprimento. No interior do tubo, o teto, o piso e uma lateral são espelhados; a outra lateral funciona como tela de projeção. A tela de projeção exibe imagens geradas por computadores. Os espelhos refletem as imagens computacionais e as interações dos usuários. Vários usuários podem entrar e interagir simultaneamente na obra.

O visitante agencia QUANTUM via posicionamento e reflexos. Na instalação, por meio de sensores infravermelhos, a presença do público gera silhuetas digitais ao ativar mudanças no estado do sistema, nas suas telas de projeção e na dimensão sonora.

 

Borgy&Bes (2018)

De Thomas Feuerstein, Austria

instalação neurorrobótica

cortesia da Laboratoria Art&Science Foundation | produzida por Laboratoria Art&Science Foundation

Parceria Kaspersky Lab

Borgy & Bes apontam para um futuro próximo em que não apenas o ser humano se comunicará com a inteligência artificial, como também as inteligências artificiais se comunicam entre si. A obra indica que as fronteiras entre a inteligência artificial e a humanidade estão desaparecendo. Nela, duas lâmpadas cirúrgicas transformadas em criaturas cibernéticas robóticas se movem, falam, sussurram, discutem entre si. Borgy (de Cyborg) e Bes (de Os Demônios, de F. M. Dostoiévski) discutem dados on-line de redes sociais e feeds de notícias e os executam na linguagem do escritor russo.

Borgy & Bes não estão interessadas em se comunicar diretamente com as pessoas. Em vez disso, elas se afastam do comportamento humano e da comunicação com ele. Questionam e interpretam informações e notícias para ter uma ideia do que é este mundo. Pode-se dizer que ao invés das lâmpadas cirúrgicas que representam, elas não iluminam o corpo físico em uma mesa cirurgia, mas o corpo social de uma sociedade em rede.

Feuerstein desenvolveu esses personagens digitais ao lado de neurocientistas e técnicos de robôs treinando a sua rede neural artificial para controlar a sua conversa, sintetizar suas vozes e controlar a sua coreografia. São criaturas híbridas que mudam com o tempo, se alimentam de informações e processam um metabolismo de dados a partir do qual surgem reações específicas, como curiosidade, suspeita e ironia em relação à civilização humana: seu comportamento reage aos dados on-line, estimulando-os a conversar ou a ficar quietos. Como seres vivos, eles têm necessidades de comunicação, descanso, segurança, amor e reagem emocionalmente à informação percebida: eles tremem de notícias traumáticas e evitam visitantes curiosos

 

Quantum Garden (2018)

Robin Baumgarten, Reino Unido

LEDs, molas, eletrônicos, madeira

Arquivo do artista

Esta obra é um jogo em que, ao jogar, todos podem contribuir para resolver um problema de pesquisa em física quântica. Trata-se de uma instalação gráfica de luz interativa, que o artista britânico de jogos Robin Baumgarten desenvolveu em colaboração com uma equipe de físicos quânticos da Universidade de Turku e as escolas de Ciências e de Artes, Design e Arquitetura da Universidade Aalto, ambas finlandesas, com patrocínio do Centro de Engenharia Quântica (CQE).

A instalação apresenta simulações quânticas animadas, nas quais pequenos valores são representados por anéis de menor dimensão e grandes valores por argolas.  A obra utiliza uma variável de distribuição dos seus estados quânticos em um gás dimensional durante um processo chamado Stimulated Raman Adiabatic Passage (STIRAP), uma espécie de curva que, estimulada, assinala em um gráfico as variações de um par de grandezas termodinâmicas em um sistema.

 

Consciência Cibernética [?] Horizonte Quântico

• EXPOSIÇÃO

Abertura: 27 de março, às 20h

Visitação: 28 de março a 19 de maio de 2019

Terças-feiras a sextas-feiras, das 9h às 20h
(permanência até as 20h30)

Sábados, domingos e feriados, das 11h às 20h

Pisos: 1M, 1S e 2S

Conceito: Marcos Cuzziol

Pesquisa: Rejane Cantoni

Projeto Expográfico: ST Arquitetura

Classificação indicativa: Livre

 

• SEMINÁRIO

28 e 29 de março 2019, Sala Itaú Cultural

Dia 28: Sala Itaú Cultural

Mesa 1 - 16h às 18h: Arte e inteligência artificial

Mesa 2- 19h às 21h: Computação quântica na vida real

Dia 29: Sala Itaú Cultural

Mesa 3 - 16h às 18h: Arte e computação quântica

Mesa 4 - 19h às 21h: Inteligência Artificial e Subjetividades

Itaú Cultural

Avenida Paulista, 149, Estação Brigadeiro do Metrô

Fones: 11. 2168-1777

Acesso para pessoas com deficiência

Ar condicionado

Estacionamento: Entrada pela Rua Leôncio de Carvalho, 108

Se o visitante carimbar o tíquete na recepção do Itaú Cultural:

3 horas: R$ 7; 4 horas: R$ 9; 5 a 12 horas: R$ 10.

Com manobrista e seguro, gratuito para bicicletas.

     

Realização:

Assessoria de Imprensa: Conteúdo Comunicação

Fone:  +55 11 5056-9800

 

 

No Itaú Cultural:

Fone: 11.2168-1950

Carina Bordalo (programa Rumos)

Fone: 11.2168-1906