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Arte e cultura nordestinas representadas na Ocupação Itaú Cultural

Alceu Valença, Chico Science, Ilê Aiyê, Nise da Silveira, Aloísio Magalhães e mais: personalidades trazem à tona as tradições, a cultura popular e a particularidade do Nordeste

Publicado em 04/08/2020

Atualizado às 17:39 de 16/08/2022

[Este texto integra uma série de conteúdos pensados pelo Itaú Cultural (IC) para celebrar a Semana da Cultura Nordestina.]

Desde 2009, o programa Ocupação Itaú Cultural vem resgatando trajetórias artístico-culturais fundamentais à percepção do Brasil, homenageando figuras da nossa arte e cultura. Ao todo, são 49 edições, que exploram diferentes formas de expressão: da música ao cinema, das artes visuais às artes cênicas, da literatura aos pensadores críticos.

Entre eles, grandes personalidades trazem à tona as tradições, a cultura popular e a particularidade da Região Nordeste. De Alceu Valença e Chico Science a Ilê Aiyê e Nise da Silveira, de Elomar a Aloísio Magalhães, veja a seleção a seguir.

Alceu Valença

A 48a edição do Ocupação Itaú Cultural celebrou o compositor pernambucano Alceu Valença e seus múltiplos tempos – dos versos e das rimas, da embolada, do frevo e do baião, dos mistérios da vida. Em sua obra, o artista mergulha na dimensão das horas: com poesia e música, ele constrói um túnel sem começo nem fim, que atravessa o solo agreste, as ladeiras, as ribeiras e as ruas das cidades.

No vídeo abaixo, o jornalista José Teles e o produtor cultural Sérgio Bezerra falam da importância de Alceu para o Carnaval de Olinda (PE) e Recife (PE), enquanto Elba Ramalho ressalta as especificidades do modo valenciano de interpretar o frevo.

Confira o site da Ocupação Alceu Valença.

Ilê Aiyê

O primeiro bloco afro do Brasil foi tema da 42a edição do Ocupação. Um grito de resistência contra os desmandos históricos que oprimem a liberdade e a majestade que habita dentro de cada pessoa. O bloco surgiu em 1974, sob a inspiração da líder religiosa Hilda Dias dos Santos, Mãe Hilda Jitolu, e atuação de seu filho Antonio Carlos dos Santos Vovô – além da força da comunidade que vivia próximo à ladeira do Curuzu, no bairro da Liberdade, na periferia de Salvador (BA). Eram tempos de supressão de liberdades individuais, quando ser negro era (e é) resistir. Mas o Ilê Aiyê saiu às ruas durante o Carnaval cantando que ser crioulo doido era (e é) bem legal.

No vídeo a seguir, os filhos de Mãe Hilda falam sobre a revolução cultural que o bloco representa.

Confira o conteúdo feito especialmente para a Ocupação Ilê Aiyê

Nise da Silveira

A Ocupação Nise da Silveira, 37a edição do programa, fez um mergulho na vida de uma mulher revolucionária e necessária: a doutora Nise, uma das principais cientistas brasileiras, foi uma alquimista da psique que redefiniu com determinação novos caminhos pelos territórios da medicina, da filosofia e da arte. Alagoana que estudou na Bahia e viveu no Rio de Janeiro.  

Os materiais do acervo pessoal da doutora contam de sua família, sua prisão, da relação com o médico e pensador Carl Gustav Jung, da terapia por meio das artes, do mergulho no inconsciente, da arqueologia do psiquismo – sua forma particular de fazer ciência. No registro abaixo, os entrevistados falam sobre a personalidade forte de Nise – embora com ótimo senso de humor –, seu pensamento renovador e mobilizador e mais.

Confira o site da Ocupação Nise da Silveira.

Elomar

Nascido em Vitória da Conquista (BA), Elomar Figueira Mello é um cavaleiro de outras eras. Autor de romances, poesias, peças de teatro, música para violão e orquestra, óperas e de um cancioneiro primoroso, retrata o mundo rural do sertão profundo, um lugar vaporoso, que se desmancha toda vez que se alcança. Fora do nosso tempo, esse mundo tem como esteio o apuro estético, uma beleza nostálgica e paradoxos: fé cristã e magia, cultura erudita e sabedoria popular, amores e ódios, terra e céu.

Seu parceiro e músico, Xangai, afirma que ninguém canta o sertão catingueiro como Elomar, que vive na roça e consegue, apesar de seu grau de erudição e estudo, voltar o olhar para a realidade sertaneja.

Veja o site especial da Ocupação Elomar.

Aloísio Magalhães

Nascido em 1927 no Recife, Aloísio Magalhães é um dos mais fortes pensadores e criadores do design brasileiro. Formado em direito, tornou-se artista visual com visibilidade nacional e internacional. Com o passar do tempo, absorveu a pintura como processo intrínseco ao design, atividade na qual criou símbolos e projetos históricos no país.

A exposição realizada em 2014 no Itaú Cultural traçou o percurso de Aloísio Magalhães como artista, designer e político da área cultural. Mas como ele se transformou em designer?

Confira o site da Ocupação Aloísio Magalhães.

Antonio Nóbrega

A 14a edição do programa Ocupação homenageou o ator, dançarino, cantor e coreógrafo Antonio Nóbrega, trazendo ao público a capacidade do artista pernambucano de expressar a pluralidade da cultura popular brasileira, exaltando o lúdico e a síntese dessas manifestações em sua obra. O trabalho de Nóbrega reproduz diversas linguagens artísticas, mas não se restringe a nenhuma delas.

No vídeo abaixo, o artista fala sobre seu interesse pela cultura popular e o que o levou a trilhar esse caminho.

Confira o site da Ocupação Antonio Nóbrega

Nelson Rodrigues

Nelson Rodrigues contou com as suas próprias palavras – registradas em suas memórias – as muitas histórias, vivências, experiências e escolhas que o tornaram um dos maiores escritores em língua portuguesa. As origens do jornalista e escritor, entre Recife e Rio de Janeiro, também fizeram parte da exposição, bem como o exercício de sua genialidade, o apuro de seu senso de observação do mundo, transformado, com certa facilidade, em histórias tão próximas à vida como ela é.

José Luís da Mota Menezes, arquiteto e especialista na história urbana recifense, conviveu com os Rodrigues que ficaram no Recife, principalmente Fernando, Abelardo e Francisco, tios de Nelson, todos envolvidos com produção artística.

Confira o site da Ocupação Nelson Rodrigues.

Chico Science

A quinta edição do programa Ocupação foi dedicada ao músico Chico Science. As referências, a cidade do Recife e sua região metropolitana, os lugares de afeto, os amigos e os heróis, os objetos e as fotos pessoais, além de documentos da família e de companheiros musicais do artista, compuseram a mostra. Entre os depoimentos, Lucio Maia, parceiro de Science desde as primeiras experiências com bandas, fala sobre o manguebeat.

Veja o conteúdo da Ocupação Chico Science.

Abraham Palatnik

A quarta edição do Ocupação, dedicada ao artista visual Abraham Palatnik, nascido em Natal (RN), foi a primeira com um artista do Nordeste. A exposição, que teve curadoria de Aracy Amaral, aproximou o público da obra de Palatnik por meio de trabalhos e pesquisas do artista na área de arte tecnológica. Neste vídeo, o artista, que faleceu vítima de covid-19 no começo de maio, relembra sua trajetória, retomando desde seus estudos sobre pintura e mecânica até adentrar o campo da arte-tecnologia.

Confira o conteúdo especial da Ocupação Abraham Palatnik

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