Acessibilidade
Agenda

Fonte

A+A-
Alto ContrasteInverter CoresRedefinir
Agenda

Dia Nacional de Luta dos Povos Indígenas na Itaú Cultural Play

A plataforma de streaming do IC apresenta uma seleção de cinco filmes criados por realizadores indígenas

Publicado em 07/02/2023

Atualizado às 08:37 de 10/05/2023

No Dia Nacional de Luta dos Povos Indígenas, a Itaú Cultural Play – plataforma de streaming do Itaú Cultural (IC) – apresenta uma seleção de obras disponíveis em nosso catálogo que são produzidas e dirigidas por indígenas e que abordam temáticas desses povos. A data foi estabelecida em 2008, através da Lei no 11.696, e celebra a memória do guerreiro guarani Sepé Tiaraju, morto em 7 de fevereiro de 1756, durante a Batalha de Caiboaté, em São Gabriel, no Rio Grande do Sul. A batalha foi uma decorrência do Tratado de Madri, que redesenhou as fronteiras de Portugal e Espanha na América do Sul, determinando, assim, a evacuação de populações guaranis na região das Missões – território no noroeste do Rio Grande do Sul e norte da Argentina e Paraguai onde missões de jesuítas se estabeleceram para a catequização dos Guarani. Foi uma revolta das lideranças dos Sete Povos das Missões contra a expulsão da população de seu território. Estima-se que 1.500 indígenas tenham sido mortos na batalha.

A data é um importante momento de reflexão sobre história e memória, e busca dar voz à luta dos povos indígenas e visibilidade a suas bandeiras, pautas e reivindicações.

A IC Play conta com uma curadoria só de produções indígenas chamada Filmoteca indígena. Acesse e se inscreva na Itaú Cultural Play e confira!

Nũhũ Yãgmu Yõg Hãm – Essa terra é nossa!, de Isael Maxakali, Sueli Maxakali, Carolina Canguçu e Roberto Romero

2020 | Documentário | 70 min

Fotografia colorida de uma mulher com vestido vermelho e cabelo castanho comprido de costas, apoiada em uma cerca de arame farpado e olhando para o horizonte.
Nũhũ Yãgmu Yõg Hãm – Essa terra é nossa! (imagem: frame do filme)

Indígenas Tikmũ’ũn narram a história da colonização e da violência do homem branco contra eles e a floresta, segundo a sua visão dos fatos. A morte dos rios e das matas, a invasão de terras e o extermínio de aldeias inteiras são descritos a partir de uma indignada e iluminadora perspectiva.

Produzido e dirigido pelos Tikmũ’ũn, o filme é um registro implacável e sem maquiagens sobre a ação devastadora do homem branco, desde a chegada dos portugueses até os dias de hoje. Ao assumir o protagonismo da narração, os indígenas constroem um discurso crítico impactante e demolidor.

 

Bicicletas de Nhanderú, de Patrícia Ferreira Mbya e Ariel Duarte Ortega

2011 | Documentário | 45 min

Fotografia colorida do filme Bicicletas de Nhanderú. Na imagem, um homem está sentado em uma árvore, com um facão em uma das mãos.
Bicicletas de Nhanderú (2011) (imagem: divulgação)

De acordo com a crença dos Mbya-Guarani, quando cai um raio significa que Tupã enviou uma mensagem de Nhanderú, que está descontente com as atitudes dos habitantes da aldeia. Todos precisarão rever seus conceitos.

O cotidiano e a espiritualidade do povo da aldeia Koenju, em São Miguel das Missões, no Rio Grande do Sul, ganham movimentos e cores neste documentário realizado pelo Coletivo Mbyá-Guarani de Cinema e produzido pelo Vídeo nas Aldeias. Mais do que isso, a obra coloca em debate, por meio de dois meninos, os efeitos do contato com a cultura dos não indígenas.

 

Mãtãnãg, a encantada, de Shawara Maxakali e Charles Bicalho

2019 | Animação | 14 min

Frame da animação Mãtãnãg, a encantada. Na imagem, uma mulher é circundada por uma revoada de gafanhotos.
Mãtãnãg, a encantada (imagem: Charles Bicalho e Shawara Maxakali)

Conta a mitologia maxacali que a indígena Mãtãnãg seguiu o espírito do marido, que falecera por uma picada de cobra, até a aldeia dos mortos. Apesar de ultrapassarem juntos os obstáculos entre o mundo dos vivos e o dos mortos, a alma de Mãtãnãg precisa voltar para o mundo terreno. Mas essa não será a última vez em que vivos e mortos se reencontram.

Nesta história de amor com toques de espiritualidade, o espectador conhece mais da cultura desse povo.

A animação é baseada num conto tradicional, é falada em maxacali e foi produzida, do roteiro às ilustrações, com os próprios indígenas durante oficinas realizadas na Aldeia Verde, no município de Ladainha, em Minas Gerais. O filme recebeu o apoio do Rumos Itaú Cultural.

 

Ava Yvy Vera – a terra do Povo do Raio, de Genito Gomes, John Nara Gomes, Johnathan Gomes, Dulcídio Gomes, Joilson Brites, Sara Brites, Valmir Gonçalves Cabreira e Edna Ximenez

2016 | Documentário | 52 min

Frame do filme Ava Yvy Vera - A terra do povo do raio. Na iamgem, uma estrada de terra se estende até o horizonte.
Ava Yvy Vera - A terra do povo do raio (imagem: divulgação)

Numa estrada cercada por pés de soja que se perdem no horizonte, um indígena guarani-kaiowá fala sobre as constantes ameaças que seu povo sofreu por parte de pistoleiros da região. Esse é o ponto de partida para uma reflexão sobre o processo de recuperação de suas terras e de seus costumes ancestrais.

Conduzidas pelos diretores indígenas, uma câmera na mão e uma série de testemunhos captam o cotidiano e a visão de mundo dos Guarani-Kaiowá, que se conhecem como “descendentes do coração da terra”. A partir desses recursos, o filme vai muito além do estudo antropológico, iluminando a relação intrínseca entre os indígenas e seus territórios.

 

Wai’á Rini, o poder do sonho, de Divino Tserewahú

2001 | Documentário | 48 min

Fotografia colorida de vários homens indígenas andando em fila com shorts vermelho.
Wai’á Rini, o poder do sonho (imagem: frame do filme)

Nas cerimônias de iniciação do povo Xavante, a festa do Wai’á introduz o jovem na vida espiritual. A partir de um diálogo com seu pai, um dos líderes do Wai’á, o diretor revela as características desse ritual secreto, essencialmente masculino, no qual os jovens indígenas passam por provações e perigos.

Formado pelo Vídeo nas Aldeias, o cineasta Divino Tserewahú é uma referência para o audiovisual indígena. Neste filme, ele revela os segredos de um rito desconhecido. Coreografias, danças e cantos são vistos pelo olhar de uma câmera participante, integrada às personagens e às situações que filma.

Compartilhe