Em 10 e 11 de abril, o Observatório Itaú Cultural, em parceria com pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), anunciou – em coletiva de imprensa e em reunião com secretários de cultura de todo o País – a disponibilização de um novo indicador, que monitora a participação da Economia da Cultura e das Indústrias Criativas (Ecic) no Produto Interno Bruto (PIB) nacional. A mensuração do PIB das Ecic está acessível no Painel de Dados do Itaú Cultural, cuja nova plataforma também foi lançada nesse evento.
O desenvolvimento do indicador parte da percepção de que a produção de dados e estimativas econômicas confiáveis e comparáveis em âmbito internacional dos setores cultural e criativo no Brasil constitui um desafio contemporâneo. Essa avaliação é importante, já que – como o estudo aponta – os setores culturais e criativos responderam por 3,11% das riquezas geradas no país em 2020, cerca de R$ 280 bilhões. Além disso, destaca-se que, entre 2012 e 2020, o PIB da Ecic apresentou crescimento superior (15,5%) ao PIB integral (1%).
De acordo com Eduardo Saron, presidente da Fundação Itaú, “a nova plataforma traz a real dimensão da contribuição da cultura e das indústrias criativas para o desenvolvimento econômico do Brasil”. Segundo Saron, o novo modelo traz dados confiáveis para orientar corretamente as políticas públicas. “Agora temos um indicador para nortear o debate. A economia da cultura e das indústrias criativas são fundamentais para a geração de emprego e renda no país”.
Além da divulgação do indicador, o evento contou com o lançamento da 34ª edição da Revista Observatório Itaú Cultural – organizada em torno do tema “PIB da economia da cultura e das indústrias criativas: abordagens teóricas e evidências empíricas” – e com a assinatura da “Carta de São Paulo – Cultura como valor”, que marca um compromisso firmado entre várias instituições – o Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Estaduais de Cultura, o Ministério da Cultura, a Fundação Casa de Rui Barbosa e a Fundação Itaú – no intuito de formar uma rede dedicada à produção de evidências e dados estáticos sobre o PIB da Ecic, para aprimorar os estudos sobre o tema, considerando a diversidade regional brasileira e as fontes de dados já existentes.