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Websérie aborda vivência de LGBTs nordestinos

Os conflitos psicológicos e emocionais da protagonista guiam os novos episódios de "Septo"

Publicado em 04/06/2019

Atualizado às 12:09 de 29/08/2019

Por Amanda Rigamonti

Lançada em 2016, Septo teve a sua primeira temporada viabilizada por financiamento coletivo pela plataforma Catarse. Foi premiada como Melhor Série pelo júri popular do Buenos Aires Webfest, Melhor Elenco no Rio Webfest e Melhor Direção no SP Webfest, e passou por festivais na Alemanha, nos Estados Unidos e na Coreia. Após três anos de espera, a websérie potiguar ganha sua continuação com o apoio do programa Rumos 2017-2018.

Septo conta a história de Jéssica Borges, triatleta recordista que tem uma vida regrada. Numa das manhãs de treino, após receber a notícia de que será convocada para as Olimpíadas, Jéssica passa mal e é socorrida por Lua, professora de surfe e dona de uma lanchonete que fica nas proximidades. A partir desse momento, a possibilidade de uma doença terminal a coloca num dilema: viver ou durar?

Na segunda temporada, que foi lançada no dia 27 de maio no canal Brasileiríssimos, no YouTube, os conflitos psicológicos e emocionais de Jéssica são retomados – e, além das decisões que precisa tomar em relação à sua doença, ela se depara com novas questões em seu relacionamento com Lua. Será lançado um episódio por semana, sempre às segundas-feiras.

>> Assista aqui à segunda temporada de Septo.

“O argumento da série foi concebido de maneira bem peculiar, muito impulsionado pelo desejo de representatividade minha, como mulher, nordestina e LGBT, mas também por uma necessidade – quase fisiológica – de escrever uma história na qual eu tivesse espaço para exercer a minha arte primeira, que é ser atriz”, conta Alice Carvalho, que, além de ser idealizadora e roteirista da série, interpreta a protagonista.

Ela conta ainda que sentia falta de produções que representassem a cultura potiguar e contemplassem a vivência de LGBTs nordestinos: “Na criação coletiva, Septo foi uma obra construída como um reflexo híbrido dos artistas envolvidos, com o objetivo também de suprir essa necessidade de representação naturalizada da nossa cultura potiguar, do povo que aqui vive, desse Nordeste urbano e do amor entre duas pessoas do mesmo gênero –  sem que necessariamente os conflitos da sexualidade sejam condutores da narrativa”.

“O amor lésbico está ali como está no mundo ao nosso redor: existindo, como qualquer outra forma de amar.”

Cada uma das temporadas é composta de cinco episódios, cada um dirigido por um diretor: André Santos, Helio Ronyvon, Victor Ciriaco, Vitória Real e Tereza Duarte. “São cinco olhares, escolhas e gostos diferentes. Acreditamos que esse grupo enriquece a narrativa e a estética de Septo, trazendo cada um suas referências e cargas de vida. Esses cinco diretores são também supervisores de roteiro”, conta Babi Baracho, diretora-geral e produtora-executiva da série, responsável por inscrever o projeto no Rumos.

Ela comenta a escolha do Rumos para viabilizar a temporada final: “Como a repercussão da websérie foi muito boa, em nível nacional e internacional, decidimos enfrentar uma captação via lei de incentivo estadual no Rio Grande do Norte. Após muitos ‘nãos’ apareceu a oportunidade de inscrição no Rumos. Esse formato de obra [websérie] ainda possui pouquíssimas janelas de fomento, e o Rumos foi uma oportunidade incrível. Eu me surpreendi positivamente desde o primeiro contato. Diferentemente de outros editas ou chamadas, o programa proporciona um acompanhamento real durante todas as etapas. Quem trabalha com edital para cinema gerido pela Ancine [Agência Nacional do Cinema] sabe que o acompanhamento é feito através de planilhas e prestações de contas inseridas em plataformas. No Rumos existe um acompanhamento humano, existe diálogo”.

 

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