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Itaú Cultural reedita livro de Aracy

Amaral que mapeia a influência da

arquitetura hispânica em São Paulo

 

Nos anos de 1970, Aracy Amaral decidiu seguir os rastros de um caminho pouco explorado por historiadores da arquitetura do Brasil:  as evidências de influência espanhola, vinda diretamente, ou por familiaridade com a arte hispano-americana na arte e arquitetura no Estado de São Paulo. Assim, fez uma longa viagem pela Colômbia e Equador onde saiu fotografando o que via, desde que dialogasse com as construções paulistas. Fruto dessa pesquisa, em 1981 publicou A Hispanidade em São Paulo, livro que hoje praticamente só é encontrado em sebos. Passados 36 anos desde a sua primeira e única edição, o Itaú Cultural promove o lançamento de uma segunda publicação, ainda este ano.

Ao dar início ao seu estudo, na metade do século passado, na verdade Aracy retomava um percurso começado nos anos de 1920 por Mário de Andrade, com suas andanças pelo Rio de Janeiro, interior de Minas Gerais e de São Paulo. A pesquisa prosseguiu depois de 1940 com Luis Sala, com seu trabalho sobre as construções paulistas, por suas funções à frente do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN). Em 1970, ela pegou o fio desta meada.

Hispanidade em São Paulo revela um intenso intercâmbio de gente, comercial e cultural, com a Espanha e América Espanhola, desde os primórdios da instalação da Capitania de São Vicente, antecedendo a chegada de Martim Afonso, com a presença de náufragos espanhóis e portugueses que viviam no litoral de São Paulo. A presença espanhola no estado, de acordo com ela, persistiu até fins do século XVII, permanecendo por meio da integração de diversas famílias e seus descendentes. A autora detecta, ainda, hábitos que persistiram em manifestações culturais – como construções – que os paulistas levaram a Minas Gerais e Goiás no século XVIII. Ainda no século XIX, o botânico, naturalista e viajante francês Saint-Hilaire, que viajou alguns anos pelo Brasil, tendo escrito importantes livros sobre os costumes e paisagens brasileiros daquela época, registrou entre a população paulista peculiaridades espanholas.

“Essas ocorrências seriam, consequência de uma história comum em determinado período da região sul do Brasil, as ‘capitanias de baixo’, e as regiões do Paraguai e Rio da Prata e, por meio delas, também o altiplano boliviano”, observa ela.

Naquele tempo, além de viajar, ela consultou vasta bibliografia que assinala a importância da historiografia artística dos países sul-americanos, até hoje praticamente desconhecida de historiadores de arte brasileira em geral. “Através desta pesquisa procuro mostrar o interesse de se tentar estabelecer comparações entre o desenvolvimento da expressão plástica entre nós, sobretudo na arte religiosa – arquitetura e talha – e as manifestações ocorridas em outras regiões do continente, em decorrência de contatos no período colonial”, escreve ela.

Na obra, ela compara as “casas de hacienda”, similares àquelas conhecidas como “bandeiristas”. “Não são senão as nossas casas de fazenda de São Paulo a partir de finais do século XVII até o século XVIII e mesmo XIX”, registra a autora, prosseguindo: “Tal como na Colômbia, Equador, Peru ou Venezuela – essas mansões rurais são veneradas em todos esses países como entre nós – pois Butantã, Barueri, Cotia, São Roque, Caxingui eram também situadas fora da Vila de São Paulo e portanto, também rurais, e hoje engolidas pela expansão urbana paulistana.” Em taipa ou adobe, cobertas de telhas, com pilares de madeira e decorados com beirais entalhados todas apontam para um passado comum.

A perspectiva desta nova edição estimulou Aracy a obter fotografias melhores do que as que capturou nos anos 1970 em sua viagem pelo continente. “Porém o tempo, implacável, não se detém. E mesmo à beira de estradas na direção de Otavalo, no Equador, em dezembro último, não consegui este ano ver os remanescentes mais modestos fotografados antes em abundância”, observa. “Nem os muros em taipa, hoje, se vistos, de aspecto ruinoso. Já as casas, mesmo populares, edificações mais recentes, apresentam agora fachadas envidraçadas, retilíneas, todas em tijolos ou mesmo exibindo detalhes em pedra, os usos construtivos de hoje apagando a tradição das versões populares registradas há 40 anos.”

Mesmo assim, para ela, este livro não pode ser considerado datado e nem a pesquisa concluída. “Quem for viajar hoje pela América do Sul em busca de vários exemplares populares apresentados no livro, poderá visitar os exemplares históricos, que permaneceram como patrimônio histórico e arquitetônico de países como os citados Peru, Colômbia, Venezuela, e Equador, ao lado dos exemplares paulistas, de que tanto nos orgulhamos.”, conclui.

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A homenageada nesta Ocupação, publicou em 1981 o livro A Hispanidade em São Paulo, resultado de extensa pesquisa iniciada por ela nos anos 1970 inspirada em estudo realizado por Mário de Andrade, nos anos 1920, e por Luis Sala, na década de 1940; a obra ganha reedição em 2017, com apoio do Itaú Cultural

SERVIÇO

Ocupação Aracy Amaral

Coquetel de abertura: 22 de julho (sábado), às 11h

Visitação: 22 de julho, a partir das 14h, a 27 de agosto

Terças-feiras a sextas-feiras, das 9h às 20h

[permanência até as 20h30]

Sábados, domingos e feriados, das 11h às 20h

Piso térreo

 

 

Acesso para pessoas com deficiência

Ar condicionado

 

Estacionamento: Entrada pela Rua Leôncio de Carvalho, 108

Se o visitante carimbar o tíquete na recepção do Itaú Cultural:

3 horas: R$ 7; 4 horas: R$ 9; 5 a 12 horas: R$ 10.

Com manobrista e seguro, gratuito para bicicletas.

Itaú Cultural

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Carina Bordalo (programa Rumos): carina.bordalo@terceiros.itaucultural.org.br

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