PRESS KIT DIGITAL

01. apresentação

Rumos 2017-2018 consolida a sua vocação como espaço para projetos que refletem questões contemporâneas brasileiras

O resultado desta edição, que teve 12.616 inscrições e 109 selecionados de todos os estados do país, reafirma uma preocupação crescente entre artistas e pesquisadores com a preservação da memória e da organização de acervos. Há temática relacionada à negritude, questões de gênero e indígenas. Tem grande registro de projetos de criação em literatura, audiovisual, cênicas, música e performance e cresce o número de trabalhos de HQ. Projetos de acessibilidade, agora com ferramenta própria para a sua inscrição, também marcam o diferencial.

 

 

 

Nesta que é a 18ª edição do edital, registra-se uma crescente inflexão nas temáticas abordadas em consonância com a atualidade, como negritude, LGBTQIA+, questões indígenas e assuntos ligados à mulher. A inclusão de ferramentas de acessibilidade, facilitando o acesso e participação de surdos e pessoas cegas ou com baixa visão se reflete nos resultados. Cinco projetos contemplados – um deles de um proponente surdo, em que a Língua Brasileira de Sinais (Libras) surge como fonte primária de expressão, e os demais de ouvintes e videntes – comprovam a importância da iniciativa. Vale observar, ainda, que também se percebe o protagonismo de indígenas na concepção dos projetos propostos com esta temática.

 

“Observamos nesta edição, que em projetos como esses, de perfil étnico e de comunidades específicas, há uma maior participação do artista, pesquisador ou agente da obra proposta, que passa a ser, ao mesmo tempo, objeto e sujeito da ação a que se propõe”, observa Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural. “Este cenário confirma o novo paradigma que a cultura brasileira precisa alcançar, indo um passo adiante do acesso à arte e à cultura, embora isso continue sendo de alta relevância”, continua. “O novo paradigma, hoje, é a participação como pressuposto para a ação cultural e as políticas públicas, na qual o sujeito e o objeto se mesclam para o pleno exercício dos diretos culturais, permitindo, assim, transformar a si e, ao se transformar, também transformar o seu o entorno”, conclui Saron.

 

Entre os selecionados se encontram artistas reconhecidos, em equilíbrio com iniciantes. Mais do que em anos anteriores, foram recebidos e contemplados projetos com foco na produção artística, preservação da memória e do patrimônio cultural, organização de acervos e preocupação com arte e cultura – como a própria Comissão de Seleção vinha observando como tendência.

 

Formação, audiovisual/cinema e patrimônio e memória são os temas que mais tiveram projetos inscritos e selecionados. Neste ano, o número de inscritos em HQ foi surpreendentemente maior do que o dos anos anteriores, o que se refletiu nos projetos selecionados nesta categoria. As modalidades em que eles se configuram são Criação e desenvolvimento, Documentação e Pesquisa e desenvolvimento. Todos os estados do Brasil estão contemplados.

 

As propostas inscritas foram examinadas  por 40 avaliadores, contratados pelo instituto entre as mais diversas áreas de atuação e regiões do país, os quais realizaram a primeira fase seletiva. Em seguida, na segunda fase, os projetos passaram por um profundo processo de avaliação e análise pela Comissão de Seleção, multidisciplinar, formada por 21 profissionais que se inter-relacionam com a cultura brasileira, incluindo os gestores da própria instituição.

 

 

 

Projetos selecionados

A questão racial encontra-se, por exemplo em Afrontamento, projeto de dança de Wellington Gadelha Farias Junior, de Fortaleza (CE), na modalidade Criação e desenvolvimento. Com ele, o artista desenvolverá uma montagem/circulação do espetáculo que dá nome ao trabalho em 10 favelas de Fortaleza, como uma temporada no circuito artístico estabelecido da cidade. A obra investiga o conceito do Corpo Roleta-Russa, uma reflexão a partir da importância que a arma de fogo exerce no contexto das periferias urbanas, como expressão de poder e fazendo referência ao derramamento de sangue preto, conflitos territoriais emergentes e o extermínio da juventude nas favelas daquela cidade.

 

Projeto da Associação Indígena e Comunitária Wiarazu, Zemu'e Haw: cantos e memórias Tenetehara é uma série de 10 micro documentários voltados para o relato audiovisual de pajés e cantores do povo indígena Tenetehara, do Maranhão – única geração viva de anciões que conhecem esses cantos e as histórias na aldeia Maçaranduba. Os registros serão filmados e finalizados em conjunto com os mais velhos da aldeia.

 

Aqui não entra luz traz um recorte sobre a questão feminina e também racial. Trata-se de um documentário longa-metragem da paulistana Karoline Maia Mendes Pardinho, que impacta a Bahia, Maranhão, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Com locações nestes estados, investiga a relação que a senzala tem com o quarto de empregada, analisando aspectos da arquitetura, da história e da construção da sociedade brasileira no que diz respeito à mulher. À mulher negra. À mulher negra e pobre. Além de depoimentos, o projeto conta com documentos, plantas arquitetônicas e obras visuais realizadas.

 

Um dos projetos com recorte de acessibilidade, de Igor de Andrade Rocha, é de Pernambuco. Palhaço Surddy prevê a criação de um espetáculo teatral solo, do ator surdo, o próprio proponente do projeto, em parceria com um diretor artístico com experiência em clown, junto a uma capacitação para o uso e difusão de Libras e com tradução e interpretação em Libras. O projeto visa estimular e especializar a prática de profissionais da arte surdos, através de sua linguagem primeira de expressão.

 

Da cidade Catalão, situada a 260 quilômetros da capital goiana, o projeto assinado por Wesley Godoi Peres chama-se Cartografia de um doente dos nervos. O selecionado criará e desenvolverá um romance dividido em fragmentos numerados, sendo cada um a possibilidade de texto poético em si. Como poemas em prosa, com uma linguagem encadeada de um fragmento a outro e com autonomia entre eles, tem a intenção de estabelecer com o leitor um jogo tácito que o leve a uma trama.

 

Mais um projeto literário é Tá com medo por que veio?, de Rodrigo Ciríaco, de São Paulo, capital. Ele escreverá um romance de ”autoficção”, baseado em suas experiências em 15 anos como professor de uma escola pública na periferia de São Paulo. O personagem é o primeiro de sua família a se formar em um curso superior, e confronta seus ideais políticos e pedagógicos com a realidade da educação pública brasileira. São frequentes os problemas de infiltração nas salas de aula, problemas elétricos, professores ausentes, gestores corruptos, estudantes sem rumo e esperança, estudantes e professores que sofrem agressões na escola e em casa, em estado cotidiano das várias violências.

 

F.E.M.E – Festival de Mulheres Engraçadas de Maceió é um projeto de Wanderlândia de Melo Barbosa, de Maceió (AL) e será o primeiro evento do gênero com mulheres profissionais na arte da palhaçaria e da comicidade, na capital alagoana. Em São Paulo, META - Depto. de crimes metalinguísticos, projeto de Marcelo Miazzi Pereira Lima é uma  graphic novel que acompanha o cotidiano do escritório brasileiro do Meta – uma polícia secreta que investiga crimes envolvendo quebras da quarta parede, nos quais personagens matam o próprio autor. Autores prostituem seus personagens, há relacionamentos amorosos entre pessoas reais e personagens ficcionais, pessoas reais que entram em desenhos animados para nunca envelhecerem. O Meta age no mundo dos quadrinhos, da TV, do cinema, do teatro, da literatura, dos games, enfim, em qualquer mídia que tenha narrativas ficcionais.

 

Em arte e tecnologia, Gravidade, de Fabio Rychter, do Rio de Janeiro, resultará em uma obra dramatúrgica imersiva e interativa realizada em ambiente de realidade virtual. Trata-se de dois personagens que vivem em queda livre infinita, como se estivessem sem gravidade. A proposta dessa experiência é, por meio de uma parábola surrealista e fantástica, abordar o conflito entre dois pontos de vista em relação à vida e seu inevitável fim: a constante angústia com a perspectiva da chegada, em oposição a leveza da ignorância.

 

 

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