Ano

2017

Meta Google

Artista

Pascal Dombis

Onde

Piso -1

Meta Google confronta o legado do escritor norte-americano William Burroughs (1914-1997) em relação ao Google, empresa símbolo do atual capitalismo digital global, a fim de questionar nossa ligação com a proliferação pictórica digital.

Pascal Dombis usa a busca do Google em seu processo criativo porque a considera a representação visual mais acessível sobre como os algoritmos, os megadados e a inteligência artificial estão afetando e impactando nossas vidas hoje. Dessa forma, colecionou milhares de imagens encontradas a partir da pesquisa da palavra google no próprio Google, em diferentes idiomas, por anos.

Quando iniciou esse processo, o artista descobriu que as imagens que surgiram estavam relacionadas a dois temas diferentes e opostos. Muitas delas eram peças de marketing da empresa – logos, produtos, eventos corporativos –, além de atividades também do Google, como aprendizagem automática, realidade virtual e biotecnologia. No entanto, há um conjunto de imagens ligadas a essa busca que podem ser classificadas como anti-Google, de piadas a ativismos contra a vigilância global, contra o capitalismo digital e contra a própria internet.

Das centenas de milhares de imagens “google” colecionadas através do mecanismo de busca da empresa, uma seleção aleatória está impressa em material lenticular e pregada em chapas pretas de metal. A impressão lenticular dispõe uma grande quantidade de imagens e produz uma superfície cheia de efeitos visuais inesperados. Empregando um número excessivo de imagens, o artista maximiza as condições para acidentes visuais e abre espaço para a imprecisão, o tremor e o acaso, além de brincar com o olhar do visitante.

Dependendo da posição da pessoa, a experiência nunca é a mesma. As imagens digitais são bastante diferentes da leitura convencional que a retina faz das imagens. Imagens são circulares, estão em constante fluxo; e o olhar do visitante se torna cada vez mais dinâmico, não há mais distância entre as imagens, estamos imersos nelas e mergulhamos na imagem digital. O material lenticular também questiona esse novo paradigma sobre a leitura das imagens, trazendo uma experiência relacionada com o tempo e o espaço, em que o visitante tem de se mover para conseguir enxergar.