Embalado com a música do Pará, palco do Itaú Cultural recebe shows da própria Dona Onete e de Aíla 

Nos dias seguintes à abertura da Ocupação dedicada à Rainha do Carimbó Chamegado, a própria homenageada faz a Sala Itaú Cultural tremer em duas apresentações, em 16 e 17 de março (quinta-feira e sexta-feira), às 20h. No sábado, também às 20h, e domingo, às 19h, Dona Onete cede espaço para a cantora Aíla, da nova geração da música paraense e com a qual já fez diversas parcerias. Os ingressos podem ser reservados gratuitamente pela plataforma INTI a partir do dia 8 de março.
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Pio Lobato, na guitarra, banjo, violão e voz; Breno Oliveira, no baixo e voz; Vovô Batera, na bateria e voz; Marcos Sarrazin, no saxofone; e Gorayeb, na percussão e voz, acompanham Dona Onete em suas duas apresentações. No repertório, ela percorre os álbuns que lançou durante a sua carreira – Feitiço Caboclo, em 2012, Banzeiro, em 2016, Flor da Lua, em 2018, e Rebujo, em 2019.

Envolta no ritmo e gingado particulares do carimbó chamegado  e sua voz vigorosa,  Dona Onete lança para o público se contagiar temas quentes e sensuais sobre amores fogosos e flertes despretensiosos. Também canta os cheiros e sabores e os modos de vestir, amar e chamegar no Pará. Entre as músicas que ela selecionou para a apresentação, não faltam Coração de Brechó, Proposta Indecente, Ação e Reação, Vem Chamegar, Queimoso e Tremoso, Carimbó Arrepiado, No Meio do Pitiú, Faceira, Jamburana, Tipiti e Banzeiro.

Aíla

Por sua vez, no fim de semana, Aíla apresenta as canções da turnê de seu mais recente disco, Sentimental, lançado no final de 2021, composto por ritmos como brega funk, calypso, arrocha, pisadinha e bolero. As letras são gostosas e diretas, com refrões que grudam na mente e de forte apelo popular. “Tem muito do Pará nestas canções”, pontua a artista.
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Também compõe o seu repertório Proposta Indecente. A música foi um presente de Dona Onete para a cantora quando ela lançou seu primeiro disco, em 2012. Aíla conta que ela tinha vergonha de que gravasse a música e dizia na época “o que pensarão de uma senhora que escreveu uma música assim”. No fim, ela não só cedeu a música, como ao lado de Aíla, gravou o primeiro vídeo clipe da carreira, aos 73 anos, cantando É uma proposta indecente, você me falou/ Apostei todas as cartas no jogo do amor/ Eu sei tudo que você gosta, aceita a proposta, basta só dizer sim. Em uma amizade de longa data, as duas fizeram diversas colaborações, como na música Lesbigay, que escreveram em conjunto.

A cantora da nova geração de artistas paraenses também apresentará uma releitura de Banzeiro, igualmente presente no repertório da homenageada. Junto dela no palco estarão Arthur Kunz, na bateria e base eletrônica; Allen Alencar, na guitarra, e João Deogracias, no baixo e synthbass. Relacionando imagem e música por meio de projeções, a direção visual do show é da artista paraense Roberta Carvalho.

No decorrer de seus 11 anos de carreira, Aíla lançou três discos: Trelêlê, Em cada verso um contra-ataque e Sentimental. Ela nasceu em Terra Firme, periferia de Belém. Também é compositora, diretora artística e musical e idealizadora do Festival MANA, que debate o protagonismo das mulheres no mercado da música. Ela já se apresentou em diversos estados do Brasil, nos festivais Coala e na última edição do Rock in Rio, ao lado da também paraense Fafá de Belém. Com seu segundo álbum, recebeu indicações a prêmios importantes, como de melhor videoclipe no WME Awards.