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cinema

No Itaú Cultural, a sétima arte traduz vivências, experiências, Anseios e realizações de todos os gêneros

 

A programação de cinema Todos os Gêneros apresenta dois ciclos de filmes; um é a Mostra Audiovisual de Curtas-Metragem, com curadoria do próprio instituto, que, nesta edição, traz o debate sobre a diversidade dentro da diversidade em 10 curtas seguidos de conversas com os seus diretores; o outro, orientado pelo artista social gender queer Priscilla Bertucci, fundador do SSEX BBOX, apresenta três filmes documentais

 

Diferentes recortes que perpassam a questão de gênero, passando por trans, mulheres, questões raciais, entre outros temas, dão a tônica da programação de cinema do Itaú Cultural, este ano, para Todos os Gêneros. Entre obras documentais, experimentais, de ficção e de animação, A Mostra Audiovisual de Curtas-Metragem exibe 10 filmes que falam das diferentes questões que permeiam o universo da diversidade de gêneros. Todas as sessões são seguidas de debate com os realizadores dos curtas. A Mostra de Filmes SSEX BBOX, apresenta três filmes de Priscilla Bertucci, fundador do coletivo que dá nome à série e curador deste ciclo de cinema.

 

As sessões começam no dia 26 (domingo), às 11h, com a Mostra de Filmes SSEX BBOX, com um um filme que traça o perfil da cartunista Laerte; outro, do artista e antropólogo queer Pedro Costa, e um terceiro cujos principais temas são sexualidade na infância, religião, preconceito, identidade de gênero, orientação afetivo-sexual, filmado no Brasil, Estados Unidos, Alemanha e Espanha.

 

Nos dias 30 de junho e 1 de julho (quinta-feira e sexta-feira), sempre às 20h, a Mostra Audiovisual de Curtas-Metragem, abre a sessão do primeiro dia com KBELA em que a diretora Yasmin Tainá mostra uma experiência audiovisual sobre ser mulher e tornar-se negra. A seguir Vagabunda de Meia Tigela, de Otavio Chamorro, é uma ficção sobre uma disputa pelo bonitão da escola. O documentário Roupa de Baixo, de Lara Dezan, trata das dificuldades de um homem se assumir como mulher no meio rural e em uma cidade pequena. Ashes of the Afternoon (134 Mortes) é um filme experimental de Luiza Porto e Márcia Bellotti e trata da violência que envolve o dia-a-dia das pessoas transexuais no Brasil.  O Corpo Nu, de Diego Carvalho Sá, faz uma pesquisa com voluntários nus diante da câmera em uma reflexão sobre o relacionamento deles com o corpo e a nudez.

 

A sessão do segundo dia da Mostra Audiovisual de Curtas-Metragens, começa com Viver de mim, de Juily Manghirmalani, documentário em que cinco mulheres diferentes residentes em São Paulo falam de sexo, orgasmo, relacionamentos e filhos. A animação O coração do príncipe, de Caya Ryuichi apresenta dois príncipes de reinos diferentes que vivem uma história de amor impossível. No documentário A Ala, exibido na sequência, o diretor Fred Bottrel entra na ala gay, pioneira no sistema prisional brasileiro, com depoimentos de presos que cumprem pena ali depois de passar pelas alas convencionais. O filme experimental Eu Vou Me Piratear, de Daniel Favaretto e Dudu Quintanilha, acompanha performances, vivências e depoimentos de três artistas queer de São Paulo. Encerrando toda a programação, o documentário de Carolina de Azevedo e Elena Sassi, De Que Lado Me Olhas, traz sete pessoas de Porto Alegre que falam sobre a busca da identidade rompendo com uma sociedade que obriga a viver sob a perspectiva dos outros.

 

Veja a seguir a sinopse, biografias dos artistas e horários de cada exibição:

 

MOSTRA DE FILMES SSEX BBOX

 

Dia 26 (domingo), às 11h

Sala Vermelha

Capacidade: 70 lugares

Duração: 90 minutos (aproximadamente)

Os ingressos são distribuídos duas horas antes do evento para o público preferencial e uma hora antes para o não preferencial.

Classificação Indicativa: 16 anos

Interpretação em Libras

 

1. PERFIL: Um dia com Laerte

Direção de Priscilla Bertucci

(Rodado no Brasil, documentário, 18’, 2013, 16 anos)

Sinopse

O que é ser mulher? O que é ser homem? Laerte Coutinho, tanto por sua vivência pessoal, quanto por seu trabalho como cartunista, nos apresenta essas e outras questões.

 

2. PERFIL: QUEER com Pedro Costa

Direção de Priscilla Bertucci

(Rodado na Alemanha, documentário, 10’, 2012, 16 anos)

Sinopse

O curta traça um perfil de Pedro Costa, artista e antropólogo, que mora em Berlim, discorrendo sobre sua vida, seu corpo e sua identidade queer.

 

3. SSEX BBOX

Direção de Priscilla Bertucci

(Rodado na Alemanha, Brasil, Espanha e EUA, documentário, 56’, 2012, 16 anos

Sinopse

O filme compila os cinco primeiros episódios do web-documentário [SSEX BBOX] cujos principais temas são sexualidade na infância, religião, preconceito, identidade de gênero, orientação afetivo-sexual. O longa foi filmado em São Paulo, São Francisco, Berlim e Barcelona e traz depoimentos de acadêmicos, militantes e da população em geral.

Sobre Priscilla Bertucci

Artista social, identifica-se como Gender Queer. Fundador e administrador do [SSEX BBOX], projeto de justiça social que atua em San Francisco, São Paulo, Berlim e Barcelona. Usa suas habilidades criativas de arte multimídia, abordagem somática e Comunicação Não-Violenta (CNV) para trabalhar com pessoas e organizações em suas comunidades, trazer novas maneiras de pensar e ser, e de propor desafios sociais ao mundo. Trabalha também em parceria com Center for Sex and Culture, que possui um dos maiores acervos de obras nas áreas de gênero e sexualidade dos Estados Unidos.

 

MOSTRA AUDIOVISUAL DE CURTAS-METRAGENS

Dia 30 (quinta-feira), às 20h

Sala Itaú Cultural

Capacidade: 247 lugares

Duração 1h34

Os ingressos são distribuídos duas horas antes do evento para o público preferencial e uma hora antes para o não preferencial

As sessões são seguidas de debate com os realizadores dos curtas presencialmente, com exceção de Luiza Porto e Márcia Bellotti, diretoras de Ashes of the Afternoon (134 Mortes), cuja participação será por Skype

Interpretação em Libras

 

1.KBELA
Direção de Yasmin Tainá

(RJ, experimental, 23’, 2015, para todas as idades)

Sinopse

Uma experiência audiovisual sobre ser mulher e tornar-se negra.

Participou do festival MIX Brasil 2015

Sobre Yasmin Tainá

Cineasta, comunicadora social e diretora geral do AFROFLIX.

 

2.Vagabunda de Meia Tigela

Direção de Otavio Chamorro

(DF, ficção, 24’, 2015, 16 anos)

Sinopse

Jonas João está disposto a fazer qualquer coisa para seduzir o gato da escola. Até usar a magia de um livro amaldiçoado. A poção do amor vai resolver dois problemas de uma só vez: conquistar sua grande paixão e se livrar da rival que inferniza sua vida. Mas será que essa simpatia vai dar certo?

Participou do festival MIX Brasil 2015.

Sobre Otávio Chamorro

Roteirista e diretor. Gaúcho de Uruguaiana, mora em Brasília desde 2003, onde se formou em audiovisual pela UnB. Assinou quatro curtas-metragens: As fugitivas, vencedor do Coelho de Prata de Melhor Roteiro no Festival Mix Brasil de 2008; Do andar de baixo, exibido em mostra competitiva do Festival de Brasília de 2010; A caroneira, que recebeu diversos prêmios, como o Troféu Canoa de Melhor Roteiro em 2013, o prêmio de filme mais polêmico no QueerSicht do mesmo ano e o Troféu Câmara de Melhor Atriz e Melhor Direção de Arte; Vagabunda de Meia Tigela, que recebeu o Coelho de Prata de Melhor Direção em 2015, e foi exibido nos Estados Unidos, Inglaterra, Índia e Peru. Chamorro também produz roteiros de filmes institucionais e publicitários, além de desenvolver outros projetos audiovisuais, como a série Turma da Robótica, do Canal Futura, que estreia em setembro.

 

3. Roupa de Baixo

Direção Lara Dezan

(SP, documentário, 14’, 2015, para todas as idades)

Sinopse

O documentário conta a trajetória de um trabalhador braçal que, antes Benedito Justo, se apresenta hoje como Suely. O curta narra, através do depoimento de Suely, seus familiares e os moradores de São Luiz de Paraitinga, seu passado e sua realidade – as dificuldades de se assumir como mulher no meio rural e em uma cidade pequena.

Participou do festival MIX Brasil 2015.

Sobre Lara Dezan

Diretora e Roteirista, trabalha com documentários, publicidade e vídeos para TV e Web. Formada em Cinema, pela Universidade Federal Fluminense, também cursou Artes na faculdade de Nice (França) e artes cênicas. Dirigiu o curta documental "Roupa de Baixo", vencedor do Prêmio de Melhor Curta do Canal Brasil e do Festival Mix Brasil, exibido na Mostra de Cinema de Tiradentes, Mostra Itaú Cultural, Festival Internacional Inside Out Toronto (Canadá) e Palm Spring Shortfest CA (EUA).

4. Ashes of the Afternoon (134 Mortes)

Direção de Luiza Porto e Márcia Bellotti

(RJ, experimental, 10’, 2015, 10 anos)

Sinopse

O filme parte de uma visão surrealista para trazer uma crítica política contemporânea sobre a violência que forçosamente envolve o dia-a-dia das pessoas transexuais no Brasil.

Participou do Festival MIX Brasil 2015.

Sobre Luiza Porto e Márcia Bellotti

Artistas multidisciplinares, possuem formação em design, cinema, música e artes visuais. Bolsistas no EAVerão da Escola de Artes Visuais do Parque Lage 2015 e 2016. Em 2015 participaram da residência artística do Arte Institute em Lisboa. Em maio de 2016 retornaram a Portugal para dar continuidade a pesquisa artística através do Open Studios Cidadela Art District e do Hangar - Centro de Investigação Artística. Participaram de exposições coletivas no Brasil e Portugal, sendo as últimas uma individual na Galeria MUTE, em Lisboa, e a coletiva I Mostra de Imagem em Movimento EAV, na Casa França-Brasil, Rio de Janeiro. Tiveram filmes selecionados por festivais na Áustria, Alemanha, Brasil, Bielorussia, China, Romênia, UK e USA.

 

5.O Corpo Nu

Direção Diego Carvalho Sá

(SP, documento híbrido, 23’, 2015, 16 anos)

Sinopse

Documentário, ficção e realidade se misturam neste curta-metragem. O diretor faz uma pesquisa com voluntários nus diante da câmera sobre o relacionamento deles com o seu próprio corpo e a nudez, enquanto costura uma narrativa de mise-en-scène sutil para revelar as questões do diretor com o próprio corpo.

Sobre Diego Carvalho de Sá

Nascido, crescido e formado em comunicação social no Recife, se mudou para São Paulo em 2009 para estudar cinema. Em 2009, ingressou na área pelo departamento de arte fazendo curtas, programas de TV e cenografia para peças. Em 2013 lançou como diretor e roteirista o seu primeiro curta-metragem, Antes de Palavras, que foi selecionado e convidado para mais de 25 festivais nacionais e internacionais e ganhou quatro prêmios nacionais, entre eles melhor curta e melhor roteiro. Em O Corpo Nu, o seu segundo curta-metragem como diretor e roteirista, Diego explora o gênero híbrido de documentário e ficção para discutir a nudez e o corpo.

 

Dia 1 de julho (sexta-feira), às 20h

Sala Itaú Cultural

Capacidade: 247 lugares

Duração 1h36

Os ingressos são distribuídos duas horas antes do evento para o público preferencial e uma hora antes para o não preferencial

As sessões são seguidas de debate com os realizadores dos curtas presencialmente, com exceção de Caya Ryuichi, diretora de

O coração do príncipe, cuja participação será por Skype

Interpretação em Libras

 

1. Viver de mim

Direção Juily Manghirmalani

(SP, documentário, 26’, 2015, 12 anos)

Sinopse

Mulher. Sexo. Mulher e sexo. Sexo e mulher. Mulheres fazem sexo? Querem fazer sexo? Podem fazer sexo? Podem querer falar de sexo? “Viver de mim” é o retrato de cinco mulheres bem diferentes que moram em São Paulo e suas visões sobre ‘ser mulher’, sexo, orgasmo, relacionamentos e filhos.

Participou do festival Close 2015.

Sobre Juily Manghirmalani

Mestre em Imagem e Som e especializa-se em cinema indiano desde a graduação. Em paralelo a carreira acadêmica, trabalha na área cinematográfica desde 2010. É integrante do Coletivo Lumika, grupo que busca discutir diversidade sexual e gênero para jovens através de obras audiovisuais, onde fez parte da realização de vários projetos, dentre eles, dirigiu o documentário “Viver de Mim”, premiado pelo Edital Carmen Santos - Cinema de Mulheres, em 2013.

 

2. O coração do príncipe

Direção Caya Ryuichi

(SP, animação, 14’, 2014, para todas as idades)

Sinopse

Era uma vez o Príncipe do Dia e o Príncipe da Noite, dois príncipes de reinos que jamais poderiam conviver, eles vivem uma história de amor impossível que desafia os limites da vida.

Prêmios e festivais

Festival de Gramado: August, 2014, Brazil (Prêmios: Melhor Roteiro e Melhor Direção de Arte)

Festival MIX Brasil 2014; Festival Rio de Cinema Gay 2015; Animamundi 2014;

Sobre Caya Ryuichi

Caya é animadora, cineasta e ilustradora. Nasceu em 29 de maio de 1991 em São Paulo. Ela começou a desenhar quando pequena e desde sempre ama explorar sua imaginação e criatividade, o que resultou em diversos prêmios de ilustração em sua infância e adolescência. Mais adiante, ela se formou em Cinema na FAAP e, durante o curso, começou a trabalhar como animadora em estúdios e logo criou seu primeiro curta-metragem O Coração do Príncipe, vencedor dos prêmios de Melhor Roteiro e Melhor Direção de Arte no Festival de Cinema de Gramado. Ela agora reside em Toronto, Canadá, onde frequenta faculdade de Animação.

 

3. A Ala

Direção Fred Bottrel

(MG, documentário, 20’, 2014, 14 anos)

Sinopse

Liz, Paola, Sebastião, Lana, Vanessa e Charles estão detidos em uma ala de um presídio em Minas Gerais. Os presos falam sobre conflitos, amores e decepções decorrentes de passagens anteriores no convívio masculino e da rotina na chamada ala gay, experiência pioneira no sistema prisional brasileiro.

Prêmios e festivais

Prêmio Canal Brasil de Incentivo ao Curta-metragem, pelo Festival Mix Brasil de Cinema da Diversidade (2014); Melhor curta brasileiro (júri popular) no Festival Mix Brasil de Cinema da Diversidade (2014) e Menção honrosa do júri especializado no Festival Mix Brasil de Cinema da Diversidade (2014). Participou do Festival MIX Brasil 2014 e Rio Festival Gay de Cinema 2015.

Sobre Fred Bottrel

Jornalista, estudou cinema na New York Film Academy e trabalha como sub-editor no jornal Correio Braziliense, onde atua com projetos especiais multimídia interativos e direção de vídeos para internet. É graduado em Comunicação Social com habilitação em jornalismo e formação complementar em cinema pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e ator formado pela Fundação Clóvis Salgado - Palácio das Artes. Trabalha também com criação gráfica.

 

4. Eu Vou Me Piratear

Direção de Daniel Favaretto e Dudu Quintanilha

(SP, experimental, 21’, 2015, 12 anos )

Sinopse

Documentário híbrido que acompanha performances, vivências e depoimentos de três artistas queer na cidade de São Paulo.

Participou do festival MIX Brasil 2015.

Sobre Daniel Favaretto

Formado em Cinema em 2010, trabalha como produtor na O2 Filmes desde 2010, na área de publicidade e também em documentários, aonde se especializou. Nos últimos dois anos filmou em 14 países diferentes. Em paralelo fez a direção de três curtas-metragens, sendo premiado no Festival MIX BRASIL e já exibido no Festival De Havana em Cuba, Festival Visions D Reel na Suíça, além da Mostra De Cinema De Tiradentes.

Sobre Dudu Quintanilha

Estudou fotografia com Alberto Goldstein em Buenos Aires e artes visuais no Centro de Investigaciones Artísticas y Universidade Di Telia (BsAs). Seu trabalho usa diferentes técnicas e mídias para pesquisar sobre o corpo como um campo de trabalho. Fez exposições no MITE (BsAs), Gentil Carioca (RJ), Garish Galeria (MX), Comtemporary Art Museum of Rosario, Faena Art Center (BsAs), Red Bull Station (SP) e, Solo Project Art Madrid

 

5. De Que Lado Me Olhas

Direção de Carolina de Azevedo e Elena Sassi

(RS, documentário, 15’, 2014, para todas as idades)

Sinopse

Vivemos sob perspectivas alheias e, por vezes, sentimos não ter outra escolha senão deixar que esses olhares nos definam. Ao buscarmos nossas verdadeiras identidades, deixamos de pedir permissão para vivermos nossas essências. Ao colocarmos a nossa perspectiva em pauta, criamos um novo lado para que nos olhem. Em Porto Alegre, sete pessoas oferecem suas perspectivas sobre uma importante realidade desconversada.

Participou do Rio Festival Gay de Cinema 2015; 9º For Rainbow e CLOSE.

Sobre Carolina de Azevedo e Elena Sassi

O filme De que lado me olhas é uma produção universitária, realizada por Carolina de Azevedo e Elena Sassi, do curso de Realização Audiovisual da UNISINOS. Após sua primeira experiência em direção com o curta-documentário, ambas finalizaram, em 2016, seus primeiros curtas-metragens de ficção, A Espera (direção de Carolina) e As Três (direção de Elena).

 

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