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música

A música de Todos os Gêneros é comandada pelo paraense Jaloo

 

Jaloo faz pop, eletrônica e experimental, mas que não parece com nada do que se espera dessas definições; remexe as músicas de artistas como Rihanna e Donna Summer e deixa com a sua cara; compõe, canta, interpreta, remixa, arranja e produz e está prestes a lançar o seu primeiro álbum, #1, pela StereoMono, selo Skol Music

 

Até o final da adolescência Jaloo não fazia a menor ideia de que ia trabalhar com música, até o dia em que ganhou um computador e começou a baixar discos na internet. Influenciado por Bjork, Robyn e Caribou, começou a dar cara ao seu som, eletrônico, pop e experimental ao mesmo tempo. O músico, nascido Jaime Melo em Castanhal, região metropolitana de Belém do Pará, e atualmente residente em São Paulo, e faz show no Itaú Cultural no fim de semana de 2 e 3 de julho, encerrando a programação da mostra Todos os Gêneros.

 

“Sente a vibe que veio para ficar”, é o lema de Jaloo, que, também por meio da web, aprendeu a dirigir clipes e se prepara para fazer o de Adriano Cintra, ex-integrante do CSS. O artista apresenta no palco da Sala Itaú Cultural a levada tecnobrega que aparece por toda parte em seu som.  Mesmo assim, ele não se considera parte dessa cena, mas sim alguém que está subvertendo o gênero. “Minhas músicas nunca tocaram em aparelhagem”, conta.

 

Entre remixes e covers, Jaloo já percorreu um amplo leque: Grimes, Caetano, Bjork, Amy Winehouse e Beyoncé, referências que ajudam a entender o seu próprio som. Vale destacar o seu remix de I Feel Love, clássico de Donna Summer, sua versão de Baby, de Gal Costa, que conquistou Caetano Veloso, autor da música, e a interpretação de Oblivion, da cantora americana Grimes. “Minha ideia é sempre buscar timbres novos nas versões, achar outro caminho para a música”, conta o artista. Na plataforma Bandcamp, ele colocou duas coletâneas com seus remixes e versões, Couve e Female & Brega.

 

Os remixes foram o passaporte de Jaloo para correr o mundo. A Mad Decent, gravadora do DJ americano Diplo, postou em seu site Poe the Brega e Rude Brega, sua versão para Rude Boy, de Rihanna. Isso incentivou o artista a apostar em mais remixes, graças aos quais foi convidado a trabalhar no projeto Fábricas de Cultura, em São Paulo, com Renato Barreiros, colaborador do programa Esquenta e figura-chave da cena funk paulistana, em que ele e outros produtores gravavam e produziam artistas da periferia. “Foi com esse aprendizado que resolvi botar minha própria voz nas músicas, foi a escola para aprender a cantar”, explica.

 

A sua estreia como cantor foi em um festival de artistas paraenses no CCBB de Brasília, para o qual foi convidado a participar como DJ, como era conhecido na época. “Nessa hora, tive aquela conversa interna: ‘Tá na hora desse Jaloo fazer show’. Assim o fez e enlouqueceu a plateia. Agora o artista investe cada vez mais na sua apresentação. O que começou com um computador e placa de som evoluiu para um setup com teclados.

 

Jaloo acaba de voltar da Europa com o seu show, depois de se apresentar no festival espanhol Primavera Sound. Chega agora ao seu primeiro álbum autoral, #1, com o reforço de Kassin, que tem no portfólio trabalhos para Nação Zumbi, Los Hermanos e Caetano Veloso, esquentando o som, e mixagem com Rodrigo Sanches (CSS, Mombojó, Tom Zé). Como resultado, o artista oferece um disco bem acabado e rico em sonoridades. Em Odoia, uma flauta doce hippie prenuncia um terremoto electro-funk; Ah! Dor! proporciona uma bass music melancólica, vulnerável e robusta ao mesmo tempo. Um teclado vintage de parquinho de diversões se intercala com socos de grave em Pa Parara. O disco festeja a dança, o poder da boa música, a alegria de se embebedar de vida. Este é o espírito que Jaloo leva ao show que apresenta no Itaú Cultural.

 

Jaloo

Dia 2 de julho (sábado), às 20h, e 3 de julho (domingo), às 19h

Sala Itaú Cultural

Duração: 80 minutos

Capacidade: 247 lugares

Os ingressos são distribuídos duas horas antes do evento para o público preferencial e uma hora antes para o não preferencial.

Classificação Indicativa: Livre

Interpretação em Libras

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