Museu Oscar Niemeyer recebe Spider, escultura de Louise Bourgeois em itinerância promovida pelo Itaú Cultural
Depois de permanecer pouco mais de duas décadas em regime de comodato ao lado do Museu de Arte Moderna, em São Paulo, em dezembro do ano passado a obra pertencente à Coleção Itaú Cultural começou uma série de itinerâncias pelo país. Primeiro foi levada a Minas Gerais, para ser exibida na Galeria Mata do Inhotim. Depois, seguiu para a Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre. Agora chega a Curitiba, acompanhada da gravura da artista Spider and Snake, e, na sequência viaja para o Rio de Janeiro.
No dia 8 de agosto, às 19h, o Museu Oscar Niemeyer abre as suas portas para Spider (Aranha). Com visitação aberta ao público a partir do dia seguinte, 9 de agosto, a obra realizada pela escultora francesa Louise Bourgeois (1911-2010) em 1996, permanecerá em exposição no hall, entre as salas 1 e 4, do museu até dia 17 de novembro. Ela foi vista no Brasil pela primeira vez na 23ª Bienal de São Paulo e adquirida para a Coleção Itaú Cultural. Em 1997, o instituto a cedeu em regime de comodato ao Museu de Arte Moderna – MAM/SP, no Parque Ibirapuera. Ela permaneceu ali até 2017, em um espaço de vidro de onde podia ser observada da marquise do parque. Na ocasião, a escultura foi enviada para a Fundação Easton, em Nova York, para averiguação e restauro, de modo a garantir a sua longevidade e possibilitar a sua exibição em espaços expositivos diversos. Em dezembro passado, Spider botou o pé na estrada.
“Assim como fazemos com grande parte da Coleção Itaú Cultural, tomamos a decisão de circular uma das suas mais importantes obras internacionais e ampliar o acesso do público a esta grandiosa escultura”, diz o diretor do Itaú Cultural, Eduardo Saron.
"O instigante trabalho de Louise Bourgeois encanta e assombra o público por onde passa, tanto por seu diálogo com a contemporaneidade quanto pelo tom extremamente pessoal que ela imprime em cada uma de suas obras", diz a superintendente de Cultura da Secretaria de Estado da Comunicação Social e da Cultura do Paraná, Luciana Casagrande Pereira.
A diretora-presidente do Museu Oscar Niemeyer (MON), Juliana Vosnika, explica que Spider, de chega ao público do MON graças a uma parceria entre a instituição e o Itaú Cultural. Ela comenta que a artista demonstrou constante investigação da condição feminina no mundo: “Seu trabalho, marcado fortemente pela presença de aranhas em diversas formas de apresentação, instiga o questionamento sobre o ser mulher e a dominação masculina nas relações.”
A mostra
Esta Spider é a primeira das seis que a artista produziu em bronze a partir de meados da década de 1990 e que estão espalhadas pelo mundo. Com ela, chega também a gravura Spider and Snake – a 15ª das 50 realizadas por Louise em 2003, com uma dimensão de 48,2 x 44,1 cm e pertencente ao acervo do Itaú.
As viagens da Spider pelo Brasil são acompanhadas de um texto do crítico de arte Paulo Herkenhoff e de um vídeo de pouco mais de cinco minutos realizado pela equipe do Itaú Cultural, com relato da também crítica Verônica Stigger. Este material foi produzido especialmente para estas itinerâncias.
Entre imagens da escultura, Verônica discorre sobre a vida da artista que se entrelaça com esta sua criação. Ela reproduz de Herkenhoff que as aranhas de Louise Bourgeois representam a mãe da artista, sintetizada em dois adjetivos aparentemente paradoxais: frágil e forte. Diz Verônica: “A fragilidade e a força se conjugam nesta versão de Spider. À primeira vista, é uma peça imponente, até um tanto monstruosa: ela é toda em bronze, com três metros e meio de altura, oito longas patas e um núcleo central duro, todo torcido em espirais, que faz as vezes de cabeça e ventre — um grande ventre capaz de armazenar os ovos.” E conclui: “Em uma olhada mais atenta, percebe-se como, apesar da força e da rigidez do bronze, ela também é frágil, delicada: suas patas são longas e muito finas, dando a impressão de serem insuficientes para sustentar o pesado corpo da aranha.”
Feita em bronze, a escultura pesa mais de 700 quilos – 68kg, cada uma das oito patas; 113kg o corpo e 57kg a cabeça. O seu traslado, exige grande cuidado e dedicação. Com a inexistência do esboço e projeto original da escultura, a equipe do Itaú Cultural criou um aparato para garantir a sua estrutura na desmontagem e remontagem. A produção do instituto desenhou uma plataforma que é colocada debaixo dela para sustenta-la. As patas, cujas pontas são de agulha, são retiradas uma a uma enquanto uma espécie de berço se eleva da plataforma para segurar o corpo do pesado aracnídeo. Na remontagem, o caminho é o inverso.
Itinerância
O plano de viagem de Spider tem duração garantida por todo 2019, durante o qual ainda poderá ser vista no Museu de Arte do Rio (MAR-RJ). A previsão é de que a escultura prossiga em sua viagem pelo país no ano seguinte.
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Serviço
Spider (Aranha), de Louise Bourgeois a Coleção Itaú Cultural
Museu Oscar Niemeyer – MON
(Hall entre as Salas 1 e 4)
Abertura: 8 de agosto, às 19h
Visitação: 9 de agosto a 17 de novembro
De terças-feiras a domingo, das 10h às 18h
Quartas-feiras, entrada gratuita
R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada)
Venda de ingressos e acesso às salas de exposição até às 17h30
Indicada para todas as idades
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