A densidade simbólica da Aranha, de Louise Bourgeois
Spider (1996), de Louise Bourgeois, é uma das obras mais emblemáticas da arte internacional na virada para o século XXI. Ela testemunha a potência simbólica que a artista confere a seus objetos. Desde a década de 1940 as aranhas estão presentes no desenho de Louise Bourgeois, em um longo processo de condensação de sentidos – elas aparecem em desenhos, gravuras, pinturas e esculturas. “Sou uma pessoa da ciência. Creio na psicanálise, na filosofia. Para mim o que vale é o tangível.” Por isso, a clareza de tantos significados unidos ao prazer com matéria da arte.
Esta aranha em bronze constitui a mesma lógica das peças bordadas, do uso de fragmentos de tapeçaria ou de roupas costuradas, posto que a costureira da casa lhe falava sobre a sexualidade a partir das roupas masculinas e femininas. A família Bourgeois se dedicava há séculos à tapeçaria. Seu pai tinha um antiquário com serviço de restauro e limpeza de tapeçarias históricas, e a pequena Louise ajudava nessas atividades. As patas das aranhas terminam em forma de agulha para indicar que são tecelãs, como a família da artista.
Uma teia de aranha é uma malha, que tem que ser cuidada o tempo todo. Na arte moderna, a ideia de malha geométrica regular simbolizou o controle da lógica do espaço. No entanto, as aranhas para Louise Bourgeois são uma crítica à dominação masculina na modernidade, pois elas tecem e reparam a teia diariamente; ainda, em algumas de suas espécies, as fêmeas devoram os machos depois da cópula. Portanto, a teia-malha rompe com o sistema de poder da arte porque impõe um espaço reservado ao feminino maternal.
As Aranhas de Bourgeois são fêmeas, porque representam as qualidades pessoais da mãe da artista, que era frágil e forte ao mesmo tempo. Sob o tórax-abdômen há um volume. É o lugar de proteção e guarda dos ovos. No entanto, por suas dimensões, esta Aranha é capaz também de abrigar as pessoas. Uma aranha é um bicho provedor, caça para alimentar seus filhotes, suas patas afiadas significam proteção. Para Louise, as aranhas protegem o próprio homem, pois suas teias capturam insetos indesejados. Uma militante feminista a seu modo, Louise Bourgeois sempre cobrou posicionamento político das mulheres ao mesmo tempo em que trabalhava por seu empoderamento. Um deles é a ação afirmativa desta Aranha. A potência de cada sujeito parte do reconhecimento de suas forças e na crença de que é necessário sempre lutar por seus princípios.
Paulo Herkenhoff
Spider (Aranha) foi adquirida por Olavo Setubal depois de visitar a sala Louise Bourgeois na XXIII Bienal de São Paulo em 1996.
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Spider (Aranha), de Louise Bourgeois a Coleção Itaú Cultural
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(Hall entre as Salas 1 e 4)
Abertura: 8 de agosto, às 19h
Visitação: 9 de agosto a 17 de novembro
De terças-feiras a domingo, das 10h às 18h
Quartas-feiras, entrada gratuita
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