Descoberta

procuras

Minhas obras todas na significação verdadeira delas eu as mostro nem mesmo como soluções possíveis e transitórias. São procuras. Consagram e perpetuam esta inquietação gostosa de procurar. Eis o que é, o que imagino que será toda a minha obra: uma curiosidade em via de satisfação.

 

Mário, em O Losango Cáqui

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mário

Retrato de Mário de Andrade | imagem: João Mussolin/Casa da Imagem

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prazer de descobrir

Em 1935, a capital paulista já era uma metrópole com mais de 1 milhão de habitantes e a constituição brasileira rezava que cuidar da cultura é dever do povo. Mais de uma década após a Semana de Arte Moderna de 1922, um dos principais expoentes desse movimento estava prestes a se lançar numa aventura inédita – para ele, para a cidade e para aquilo que hoje denominamos política cultural: dirigir o recém-criado Departamento de Cultura de São Paulo.

Nos três anos em que esteve à frente do órgão, Mário de Andrade elaborou uma ação cultural e educativa que – vigorosa, ousada, original – abarcava de bibliotecas circulantes a parques infantis, passando pela realização de concertos populares e eruditos, pela implementação de sociedades científicas e por muita, muita pesquisa sobre tudo o que estava em volta.

Em sua última carta ao diretor do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o amigo de longa data Rodrigo Melo Franco de Andrade, Mário, apesar de se queixar da saúde e do trabalho, citou o prazer quase físico do descobrimento, algo que ninguém poderia tirar dele. À que exatamente ele se referia? Ao processo de pesquisa?  Às dificuldades incessantes? Nunca saberemos. Mas o certo é que o grupo que se debruçou sobre quase 15 mil documentos para dar corpo a esta exposição se viu muitas vezes submerso no – ainda que difícil – prazer que é descobrir um Mário que julgávamos conhecer bem.

Portas, arquivos, gavetas, armários e baús abertos aos visitantes: que o prazer de descobrir a ação política e institucional do escritor modernista seja compartilhado por todos.

Silvana Rubino
Curadora

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Polímata, Polígrafo, Criador de Redes

Silvana Rubino é curadora desta Ocupação. Professora e doutora em ciências sociais pela Unicamp, pesquisa patrimônio histórico, política cultural e história da cultura, entre outros temas. Estudou a criação do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan), que teve participação de Mário de Andrade.

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Multitarefa

Telê Ancona Lopez é professora, pesquisadora e curadora do Arquivo Mário de Andrade, no Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo (IEB-USP). Por meio de manuscritos, correspondência e marginália de Mário, estuda seu processo de criação há mais de cinquenta anos.

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Crivo Crítico

Telê Ancona Lopez é professora, pesquisadora e curadora do Arquivo Mário de Andrade, no Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo (IEB-USP). Por meio de manuscritos, correspondência e marginália de Mário, estuda seu processo de criação há mais de cinquenta anos.

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observador

Luísa Valentini é integrante da equipe de pesquisa desta Ocupação. Mestra em antropologia social pela USP, sua dissertação “Um Laboratório de Antropologia: o Encontro entre Mário de Andrade, Dina Dreyfus e Claude Lévi-Strauss (1935-1938)” está disponível neste link: http://bit.ly/12XC4Ci.

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de uma aluna

Ruth Guimarães é escritora, pesquisadora e folclorista. Aluna e discípula de Mário de Andrade, recebeu influência de seu trabalho em cultura popular. É membro da Academia Paulista de Letras e, com 93 anos, segue pesquisando contos do folclore paulista.