Raisonée

A obra de Tunga vai aumentar a escassa lista de artistas brasileiros contemplados com um catálogo Raisonné, como Tarsila do Amaral, Alfredo Volpi, Candido Portinari, Iberê Camargo, José Leonilson. Desde o início do ano, Antônio Mourão, seu filho e diretor do Instituto Tunga; Clara Gerchman, cofundadora da instituição e gestora do acervo; e Fernando Sant’Anna, assistente do artista em quase toda sua carreira, comandam a equipe que, em cerca de três anos, terá reunido aproximadamente 10 mil obras nas páginas dessa preciosa publicação. 

Eles contam com patrocínio do Banco Itaú e apoio do Itaú Cultural, o qual tem entre os seus focos de atuação, a preservação, organização e difusão da memória e do patrimônio da arte e da cultura do Brasil. “Além de manter a memória do país desperta e viva, gosto da ideia de que o conjunto conservação-organização-disseminação artística e patrimonial é necessário para dar um sentido contemporâneo aos legados deixados pelos artistas”, observa Eduardo Saron. “O Itaú Cultural segue essa premissa, e temos muita honra em nos unir a projetos que, deste modo, ajudam a recuperar o passado para alimentar o presente e nos lançarmos para o futuro”, completa.

O projeto para a confecção desta publicação começou a ser idealizado justamente quando o Instituto Tunga e o Itaú Cultural iniciaram as conversas e a seleção de trabalhos para realizar a exposição TUNGA: Conjunções Magnéticas. A partir daí, o trabalho de curadoria da mostra, que selecionou peças de toda a produção do artista, e de catalogação de todas as obras para o livro passou a andar em paralelo, uns proporcionando para os outros novos pontos de vista e perspectivas sobre as obras.
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Nesta primeira fase, a equipe está concentrada nos trabalhos de Tunga que se encontram dentro do seu instituto – milhares deles, que revelam o alinhamento do pensamento tunguiano. Ela começou pelas obras bidimensoniais, incluindo estudos, cadernos de anotações, gravuras.

“É um trabalho que iniciamos de dentro para fora, o que nos dá um reconhecimento e maior entendimento do total da obra e do pensamento dele”, comenta Mourão. “Meu pai produzia intensamente, desenhava sem parar. Suas esculturas e instalações são mais conhecidas, mas ele fez muita coisa no papel, que depois virava outra obra”, complementa. 

Para se ter uma ideia do trabalho minucioso de pesquisa e catalogação, somente o prédio de cinco andares, que abriga o instituto, situado na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, contém mais de duas mil obras. Vale lembrar, aqui, que o Raisonné exige o detalhamento de cada trabalho com o registro de título, data, descrição, tamanho, técnica empregada, localização, histórico de exibição, estado de preservação, assinatura/monograma/inscrições, bibliografia relacionada e numeração catalográfica. A fase seguinte, será realizada também em campo para reunir as obras tridimensionais, entre pequeno e médio porte e grandes dimensões do artista.

Catálogo TUNGA: conjunções magnéticas

Está a pleno vapor, também, o trabalho das equipes de artes visuais e de comunicação do Itaú Cultural para a edição do Catálogo TUNGA: conjunções magnéticas, a ser lançado no início de 2022, ainda durante a mostra em cartaz.
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Quem assina o texto de apresentação de toda a obra, neste catálogo, é Paulo Venancio Filho, curador, crítico de arte, professor titular de história da arte na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pesquisador do CNPq , além de mestre e doutor pela Escola de Comunicação da mesma universidade. É dele, também, a assinatura da curadoria desta mostra.
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A publicação será composta de uma sessão de verbetes de referências a Tunga e algumas obras ou vocabulário da criação dele. O livro trará, ainda, uma cronologia de destaques da carreira e bibliografia resumida. Imagens de referência histórica – algumas delas, inéditas – permeiam todo catálogo, que também contará com fotos das obras expostas – são cerca de 300, no total da mostra – e ângulos diversos delas nos três andares do espaço expositivo do Itaú Cultural.