Roteiro

Amarra o teu arado a uma estrela*, um roteiro para a Ocupação 

Especialmente para esta exposição, o Itaú Cultural convidou o roteirista Daniel Veiga para costurar o fio condutor da narrativa apresentada. De acordo com ele, o roteiro foi pensado de maneira poética, em que a figura do ator, como contador de histórias, dá corpo e voz aos personagens, como um guia.

A Ocupação Lima Duarte foi toda pensada para ser o mais sensorial possível. Embora o visitante não toque em nada, ele mergulha na exposição por meio da audição, visão, paladar, olfato e a impressão de tatear algo. O roteirista Daniel Veiga e o cenógrafo Kleber Montanheiro, ao lado da equipe curatorial do Itaú Cultural, idealizaram um percurso guiado por imagens, estáticas e em movimento, como se fossem estrelas guias. “É como uma viagem astral ou pelo universo, em que o astronauta tem a ilusão de ver o planeta Terra em sua mão”, diz Veiga.  

Acompanhe o passo a passo pela mostra, em excertos do roteiro Amarra o teu arado a uma estrela*, que ele concebeu especialmente para este espaço.

1. ENTRADA DO PÚBLICO - ESTAÇÃO DESEMBOQUE

A origem
O visitante entra no espaço recepcionado por um ambiente noturno e campestre: o céu limpo e muito estrelado, o cheiro da terra misturado ao da grama úmida. O que se escuta é a natureza: o vento na folhagem, o canto da cigarra, algum pássaro noturno. Lá longe, bem ao fundo, um dedilhado numa viola caipira.  

Dentro, imagens-estrelas são apresentadas e captadas mais pela percepção do que pelo olhar direto e cartesiano. São conjuntos de fotos que passam pelo público, pelas periferias do campo de visão. Comportam-se pelo espaço exatamente como as estrelas no céu: algumas são mais visíveis e brilham mais, os tamanhos são variados, algumas se movem de maneira mais perceptível que outras. Surgem de maneira variada, com velocidades diversas.

2. PARADA PRIMEIRA: ESTAÇÃO DA ACONTECÊNCIA

A cidade
Os sons mudam. Agora, o que invade o ambiente é a sangria desatada da cidade com seus automóveis, buzinas e vozerio.  

Este ponto de paragem contém um mosaico com as imagens das Carteiras de Trabalho de Ariclenes, nome de nascença do ator. A ideia é deixar chegar no público a percepção de que arte também é ofício e, portanto, precisa ser valorizada como tal. A arte, aqui, é desglamurizada, por isso os elementos são mais frios e cotidianos, mais próximos do dia a dia.

‍Este espaço também contém uma holografia de Lima Duarte, na qual ele declama um trecho do texto O Ator escrito pelo poeta e dramaturgo Chico de Assis (1933-2015) em sua homenagem. Esta gravação foi realizada exclusivamente para a exposição.

3. PARADA SEGUNDA: ESTAÇÃO DO QUERER LIBERDADE

O cinema e o teatro
Um áudio toca Zumbi no navio negreiro (faixa 3 da trilha Arena Conta Zumbi), abrindo passagem por esta estação e proporcionando uma imersão neste espaço. Uma imagem guia inicia o trajeto entre as imagens-estrelas e luzes nas telas, que trocam luzes, tonalidade e figuras.

Surge na tela o Sargento Getúlio vagueando pelo quartel, com seu solilóquio shakespeariano. É o cinema e o teatro na vida de Lima Duarte. Enquanto a imagem-guia é projetada, outras múltiplas figuras do ator em seus diversos filmes e peças passeiam pelo espaço, dando a impressão de infinitude.  Quando a imagem-guia termina, as estelas continuam zanzando em volta do público com o ruído de água corrente. A ideia é a da purificação por meio da arte. Depoimentos sobre o multi ator são ouvidos enquanto se encerra a passagem por esta estação, voltando a trilha de Arena Conta Zumbi  

4. PARADA TERCEIRA: ESTAÇÃO DA ÁGUA DE TUDO QUE É RIO

Os livros
Ao fundo voltam os sons da natureza que antes recepcionaram o público. As imagens-estrelas que percorrem as telas, agora são capas dos livros de que Lima mais gosta.

Nada mais acontece. Como no palco, a atenção é completamente voltada a Lima e Guimarães. Por fim, as luzes das telas e a ambientação voltam a ficar o mais baixas possível, para dar lugar ao falso silêncio com o som da água correndo lá longe, ao fundo.

5. PARADA QUARTA: ESTAÇÃO DO TÔ CERTO OU TÔ ERRADO

A TV
Surge uma grande TV antiga nas telas, com seus chuviscos e som de estática característicos. Ela projeta depoimentos poéticos, que vão muito além de contar as histórias de Lima na TV e se esvaem gradativamente, com imagens do ator em seus diversos personagens em novelas e teleteatro.   

Músicas de novelas como a da abertura de Roque Santeiro, acompanham este momento.  Ao mesmo tempo, rolam placas de cidades com os nomes das mais conhecidas, como Sucupira, Asa Branca, Resplendor, Ouro Verde e Tangará, Tubiacanga, Desemboque.

A intenção é deixar que o público se sinta andando por essa grande estrada onde, conforme as placas passam e ele avança, vai visualizando os trabalhos de Lima na TV.

Quando a segunda imagem-guia acaba, a estrada da imagem-estrela ainda segue por um tempo, somente com o som de um automóvel solitário avançando por ela. Aos poucos, o ruído da aceleração vai diminuindo, até parar por completo.

6. PARADA DERRADEIRA: RETORNO À ESTAÇÃO DESEMBOQUE

Fim da viagem
O visitante volta ao espaço inicial, onde foi recepcionado, no ambiente noturno e campestre, de céu limpo e muito estrelado. Novamente, o único som que se escuta é o da natureza: o vento na folhagem, o canto da cigarra, algum pássaro noturno. 

Completando as imagens-estrelas com figuras de Lima, vêm alguns pedaços das cidades de Desemboque e de Sacramento, ampliando a percepção do seu lugar de origem.

Nesta estação, as imagens-estrelas são fotos de sua infância, incluindo sua família. Aqui, uma das falas de Lima Duarte, em off, encerra o percurso:

“Se, como ouvi dizer, onde tem gente, tem baile e tem guerra, pude dar testemunho, ainda que num lampejo, da gente que fui e que ainda sou. E eu não ando só. Esse povaréu que se fez em mim nas tantas andanças, como lua e flor, essa imensidão da palavra que me levou a outras tantas paragens e paisagens, me juntou e ainda me junta à multidão de gente desse país tão grande, tão diverso e tão bonito. Essa gente é abrigo e fortaleza. A gente desta terra me atravessa na descoberta diária das cidades, dos rincões e dos sertões que, como Guimarães, continuam entrando pelos sete buracos de minha cabeça. Que privilégio ser parte deste mundo de encantamentos, deste solo de bem-amados e Zeca-Diabos que faz o Brasil ser o que ele é. Assim, sou todos eles e sou o mesmo: Ariclenes e Lima, muito prazer, um brasileiro!”

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Serviço

Ocupação Lima Duarte

De 18 de novembro a 10 de janeiro

Concepção e realização: Itaú Cultural

Curadoria: Núcleos de Arte Cênicas e Enciclopédia do Itaú Cultural  

Funcionamento: terça-feira a sexta-feira, das 13h às 19h; sábados e domingos, das 10h às 16h.

Agendamento (obrigatório): pelo link  sympla.com.br/agendamentoic

Abertura da agenda: todas as segundas-feiras, a partir das 9h, seguindo por toda a semana, com o agendamento sujeito à lotação dos grupos. Caso o visitante queira ver uma segunda mostra no mesmo dia, deve verificar a possibilidade de novo agendamento.

Permanência do público: 50 minutos em cada exposição. Trata-se de uma limitação de tempo máximo no espaço, que considera os protocolos de periodicidade de limpeza para cada ambiente.

Informações: pelo telefone 11. 2168.1777. Atualmente, esse número funciona de segunda-feira a sexta-feira, das 10h às 19h e sábados e domingos, das 10h às 16h.  e-mail:  atendimento@itaucultural.org.br

Esta exposição segue todos os protocolos e recomendações das autoridades sanitárias

Itaú Cultural 

Avenida Paulista, 149, Estação Brigadeiro do Metrô 

Fones: 11. 2168-1777 
Estacionamento: Entrada pela Rua Leôncio de Carvalho, 108.  Se o visitante carimbar o tíquete na recepção do Itaú Cultural:   3 horas: R$ 7; 4 horas: R$ 9; 5 a 12 horas: R$ 12 
Com manobrista e seguro, gratuito para bicicletas. 

www.itaucultural.org.br


Assessoria de imprensa: 

Conteúdo Comunicação 


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Vinicius Magalhães: (11) 9 9295 7997  vinicius.magalhaes@conteudonet.com  

No Itaú Cultural:  
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Programa Rumos Itaú Cultural: 
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